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Matéria de capa

Vida sem limitações

Da edição de janeiro de 2007 dO Arauto da Ciência Cristã


Quais são as perspectivas para sua vida? Muitos estão perfeitamente satisfeitos com o modo pelo qual sua vida transcorre, enquanto outros acreditam que foram colocados em situações que oferecem poucas oportunidades. Quer seja por acidente, hereditariedade, doenças, situação sócio-econômica, ou por aquilo que é considerado como pura falta de sorte, alguns talvez achem que o que a vida lhes oferece são apenas obstáculos intransponíveis. É frustrante viver uma situação em que você sinta que tem pouca esperança. Mas, existe uma saída para esse dilema, que requer uma mudança em nossa perspectiva sobre a própria vida e a adoção de posturas que facilitam uma nova visão sobre a vida, tais como: humildade, mansidão, e amor abnegado.

As recompensas por se adotar essa nova perspectiva são imensas. Ao vencermos a percepção limitada de que a vida seja inteiramente definida pela matéria, podemos começar a derrubar as limitações que surgem como uma conseqüência inevitável de tal percepção. Se aceitarmos a idéia de que a vida seja a manifestação da Vida divina, ou Deus, perceberemos as possibilidades que acompanham essa idéia.

Compreender que a vida se origina da própria Vida divina, faz com que nosso pensamento se volte para uma análise minuciosa da natureza dessa Vida divina criativa, na esperança de que ela se expresse por intermédio daquilo que ela cria. A natureza de Deus, ou a Vida divina, é ilimitada e infinita. O que poderia conter Deus? A Vida não tem começo nem fim, e não conhece nenhum limite de expressão. É impossível que essa Vida crie limitações para seu ser ilimitado. Sendo infinita, a Vida divina só pode expressar sua própria vontade e realizar seu propósito, sem concessões ou restrições. O que poderia impedir a ação da Vida infinita?

Considerar a Vida dessa maneira nos liberta do pensamento deprimente de que nossas possibilidades sejam limitadas ou que estejam esgotadas. Afinal, essa Vida necessita se expressar e essa expressão está acontecendo como o nosso próprio ser (significando nossa percepção consciente). Quanto mais estivermos dispostos a aceitar a presença da natureza infinita dessa Vida em nossa própria vida, mais estaremos capacitados a perceber novas maneiras de fazer as coisas.

Rumo à idéia avançada

O primeiro passo é estarmos dispostos a abandonar velhos conceitos. Quer compreendamos isso ou não, as limitações com as quais nos defrontamos na vida são o resultado daquilo que decidimos aceitar como verdade. Talvez não pareça que seja assim e muitas pessoas talvez aleguem que muito do que acontece na vida não depende de nós; parece injusto acusar as pessoas por algo cuja culpa não é delas. Contudo, a questão aqui não é julgar ou culpar alguém, mas sim sugerir que realmente há opções que talvez nem saibamos que existem.

Por exemplo, podemos optar por mudar nosso paradigma a respeito de nossa própria vida e da Vida, Deus. Podemos começar a pensar sob o ponto de vista da oportunidade, ao invés de sermos escravos da restrição contínua e das justificações fundamentadas no raciocínio mortal. Quanto mais acalentarmos uma idéia avançada e abandonarmos aquilo que é inútil ou improdutivo, melhor vivenciaremos a lei divina que assegura as possibilidades infinitas que caracterizam a Vida e são manifestadas por meio daquilo que ela cria, ou seja, a causa sendo vista ou manifestada através da criação e como seu efeito.

A Vida divina não se separa daquilo que ela cria e também não cria para depois lançar essa criação em uma órbita própria, a fim de que cuide sozinha de suas próprias perspectivas de vida. A Vida divina constitui o que ela cria e isso significa estar sempre presente com sua criação, sempre mostrando e manifestando sua natureza, exatamente onde o efeito ou a criação está.

Vivenciar a lei das possibilidades infinitas

Mary Baker Eddy, que fundou o movimento da Ciência Cristã, estava habituada a lidar com perspectivas limitadas. Sua vida foi repleta de mudanças e de algumas decepções. Contudo, sobreviveu a todas elas, descobrindo a Vida que, sendo ilimitada, traria perspectivas ilimitadas para sua existência. Na idade em que muitas pessoas se aposentam, ela estava apenas começando. Por meio de seu amor a Deus e à humanidade, ela vivenciou a lei das possibilidades infinitas. Portanto, ela adquiriu a experiência necessária para corroborar estas palavras: “A percepção espiritual traz à luz as possibilidades do ser, destrói a confiança em tudo, menos em Deus, e assim faz com que o homem seja, em atos e em verdade, a imagem de seu Criador” (Ciência e Saúde, p. 203). É nossa percepção espiritual que busca o modelo divino, que se espelha inteiramente em Deus, e permite que esse modelo seja o fundamento para nossa vida.

Portanto, qual é o efeito de se adotar e vivenciar tais modelos? A Sra. Eddy explicou isso em um outro trecho de seu livro: “A mente humana, imbuída dessa compreensão espiritual, torna-se mais elástica, é capaz de maior resistência, desprende-se um tanto de si mesma e requer menos repouso. Um conhecimento da Ciência do ser desenvolve as faculdades e possibilidades latentes do homem. Estende a atmosfera do pensamento, dando aos mortais acesso a regiões mais amplas e mais elevadas” (Ibidem, p. 128).

Em resumo, estarmos dispostos a pensar sobre a vida, a partir do ponto de vista da compreensão espiritual (ou de como a Vida, Deus, se expressa por meio de vida), nos leva a regiões do pensamento que antes não havíamos percebido. Mary Baker Eddy, não apenas revelou, para si mesma, um novo território repleto de experiências nos negócios, na teologia, e no tratamento da saúde que a maioria das mulheres nunca havia vivenciado, como também abriu o caminho para homens e mulheres das épocas vindouras demonstrarem, ou comprovarem, a presença de Deus na vida delas.

Por mais inovadora que a abordagem da Sra. Eddy possa ser, o que ela descobriu sobre as leis ilimitadas da Vida, já havia sido comprovado, há milhares de anos, por aqueles que conhecemos como personagens da Bíblia. As Escrituras oferecem inúmeros exemplos de homens e mulheres que compreenderam que podiam confiar em que Deus, a Vida divina, estruturasse, moldasse, e Se expressasse em sua vida. Quanto mais aprendiam sobre essa Vida, mais as oportunidades se abriam para eles. Para alguns, essa percepção veio com relativa facilidade. Para outros, exigiu muita luta mental. Contudo, diante de qualquer dificuldade, novos horizontes e possibilidades se abriam para eles, quando indivíduos se submetiam a Deus. Cada um deles teve a oportunidade de transformar a percepção das possibilidades infinitas em uma realidade em sua vida, o que lhes permitiu ceder a ela.

A Sra. Eddy abriu caminhos pelos quais todas as pessoas poderiam demonstrar, ou comprovar, a presença de Deus na vida delas.

É preciso humildade

Para Moisés, essa postura foi a humildade. Moisés cresceu em uma atmosfera mental de poder e prestígio. Criado na corte do Faraó, ele talvez estivesse acostumado a ver as pessoas obter tudo o que desejavam. Embora a arrogância talvez não fosse uma característica dele, era difícil deixar de assimilar a idéia de que a postura humilde pudesse ser um meio eficaz para se alcançar um objetivo. Quando Moisés matou um egípcio em um acesso de fúria devido à forma como o egípcio estava tratando um escravo judeu, precisou fugir para o deserto. Durante anos, pastoreou ovelhas. Podemos imaginar o tipo de lições que aprendeu ali. Talvez a humildade das ovelhas, que mostravam deferência para com seu pastor, pela confiança na sua capacidade de alimentar o rebanho, possa tê-lo ajudado a abandonar sua auto-assertividade. Moisés deve ter aprendido essa lição, porque quando finalmente ficou frente-a-frente com a missão que Deus lhe designara, conduzindo seus conterrâneos para longe da escravidão, rumo a uma nova terra, ele demonstrou muito pouco orgulho ou arrogância. Na verdade, no início, ele se sentia inadequado para tal missão. Deus teve de assegurar a Moisés que Ele estaria com sua boca e o ensinaria o que dizer. Embora inicialmente Moisés talvez não se sentisse à altura dessa tarefa, desenvolveu-se nele uma percepção de Deus, ou da Vida divina, sempre presente com ele e começou a perceber o chamado para possibilidades infinitas.

Moisés aprendeu a ceder a Deus, a aceitar os bons motivos dessa Vida divina, cujo propósito é conceder bênçãos à sua criação. Ele aprendera que esse era o papel do pastor e regozijava-se, como nunca, por compreender que Deus era o seu Pastor. Os anos seguintes exigiriam que Moisés ouvisse constantemente a esse Pastor divino e recebesse orientações dEle à medida que conduzia seu povo, não apenas para um novo local, mas para a Terra Prometida do entendimento espiritual e da liberdade.

O valor da mansidão

Jó, uma outra figura bíblica bem conhecida, precisava aprender uma lição bem diferente, desenvolver uma qualidade diferente, embora fosse não menos vital para lhe revelar as possibilidades infinitas do Espírito criativo. Para Jó, foi a mansidão, ou seja, ser paciente e brando, gentil e bondoso, que lhe permitiu ter acesso à Vida sem limites.

Jó possuía muitas coisas que a sociedade consideraria sinais de sucesso: família, terras e gado, mas perdeu tudo. Contudo, ele se ateve à sua integridade com firmeza. Suportou as perdas com paciência e sem ressentimento. Procurou tirar uma lição mais profunda dessa experiência. A despeito dos conselhos recebidos de seus amigos sobre o que fazer, volveuse a Deus, a Vida divina, para aprender mais como o Divino cria a vida e a aperfeiçoa. Como resultado, a inspiração começou a inundar seu pensamento e ele aprendeu que, apesar de todo trabalho árduo e de seus esforços para ter êxito, os caminhos de Deus não são necessariamente os caminhos da humanidade. Aprendeu a assimilar e a aceitar uma percepção divina do propósito da vida, o que sempre nos reserva um desenvolvimento ampliado de sensibilidade espiritual. Ao permitir que o humano cedesse ao divino, descobriu a onipotência de Deus e viu que nada poderia limitar a Vida. Como resultado, a riqueza de Jó foi restaurada, e se tornou maior do que era antes.

Embora alguns considerem a mansidão como fraqueza, um senso espiritual de mansidão em realidade nos dá acesso ao poder. Abandona um conceito mortal de poder e adota o divino. Foi a mansidão de Jesus que o fez poderoso, porque ele compreendia que era o poder de Deus que o capacitava a realizar suas obras inacreditáveis. Ele disse, em essência: “Eu nada posso fazer de mim mesmo...o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras” (João 5:30; 14:10). Que sentido amplo daquilo que é possível! O que Deus não pode realizar, sendo totalmente ilimitado e livre da resistência mortal? Jesus não provou isso apenas para si mesmo, mas realmente prefigurou coisas ainda maiores para aqueles que seguissem seu exemplo.

O poder do amor abnegado

Uma outra qualidade que é essencial para seguir esse exemplo de Jesus, ou seja, abandonar uma perspectiva mortal da vida e adotar a imortal, é o amor abnegado, uma qualidade exemplificada por um dos ancestrais de Jesus, uma mulher chamada Rute. Ela descobriu que suas possibilidades dependiam de uma atitude de abnegação. Depois que seu marido e seu cunhado morreram, a sogra de Rute, Noemi, deulhe a opção de retornar à sua própria família, mas Rute preferiu ficar para ajudar sua sogra. Essa atitude, à qual a Sra. Eddy se referiu como "buscando o seu próprio bem no bem que proporciona a outrem” (ver Ciência e Saúde, p. 518), abriu possibilidades inesperadas na vida de Rute. Para ajudar a sogra, ela se dispôs a fazer um trabalho humilde nos campos de um rico fazendeiro. Vendo seu desprendimento, o fazendeiro se apaixonou por ela e a pediu em casamento. Não apenas a necessidade de Rute foi atendida, mas novas perspectivas de vida se abriram também para sua sogra.

O valor do amor abnegado está naquilo que alguém se esforça por fazer. Não é um mero processo de nos colocarmos em segundo plano ou de darmos prioridade às necessidades dos outros. O verdadeiro amor abnegado está relacionado a uma conexão com Deus, ao reconhecimento de que as bênçãos reais provêm de fazermos a Sua vontade, que é sempre a de amar. Em certo sentido, o amor abnegado refere-se a receber e expressar o poder e a presença do poder divino. É desejar que os outros percebam, por nosso intermédio, a presença e o ser de Deus de forma mais nítida.

O verdadeiro amor abnegado tem a ver com uma conexão com Deus, em reconhecermos que as bênçãos reais provêm de fazermos a Sua vontade que é sempre a de amar.

Ao longo dos séculos, aqueles que foram considerados como abnegados, que deram sua vida em favor dos outros, estão, na verdade, recebendo uma bênção que, freqüentemente, não é percebida pelo mundo. Eles vivenciam a alegria insuperável de fazer algo pelo prazer de amar, sem considerar o que talvez possam ganhar com isso. Esse tipo de amor, tem, naturalmente, sua recompensa. Conforme a Sra. Eddy explicou: “O afeto humano não é derramado em vão, ainda que não seja retribuído. O amor enriquece a natureza, engrandecendo-a, purificando-a e elevando-a” (Ibidem, p. 57). O fato é que podemos receber, de outros, todo tipo de retribuição por amar, sem que isso enriqueça nossa natureza ou a eleve. Mas, amar pelo propósito de servir ao Amor, a própria fonte divina do amor, é o que traz a verdadeira recompensa e nos leva a esferas de vivência sobre as quais o mero desejo humano só pode especular. Elevandonos acima do sentido pessoal de amor, conectamo-nos com as possibilidades infinitas de um Amor que não conhece limites.

As possibilidades infinitas nada têm a ver com uma melhora de nossa experiência mortal; refere-se a abandonar inteiramente esse sentido limitado. À medida que desenvolvermos modelos de pensamento mais espirituais, que aprendermos mais sobre a criação divina, que assimilarmos mais do caráter e da natureza de Deus, a bondade que nos anima, mais vivenciaremos a lei das possibilidades infinitas. Isso não significa apenas vida plena, porém, definições novas e totalmente ilimitadas sobre a vida.

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