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REFLEXÃO

Paciência em um mundo impaciente

Da edição de maio de 2007 dO Arauto da Ciência Cristã


Paciência é muito mais que uma espera resignada. É um poder, uma fonte de força.

“Paciência é sabedoria”, diz um título marginal em Ciência e Saúde, o livro-texto de Mary Baker Eddy, sobre o Cristianismo prático. Na verdade, a paciência é uma qualidade desde há muito associada a Cristo Jesus e, com freqüência, a equilíbrio e graça. Definitivamente existe um toque espiritual e uma bênção divina na prática da paciência.

Contudo, muitas vezes parece que não há tempo suficiente para sermos pacientes. O lema de nossos dias é: tudo rápido, resposta imediata, reação rápida. Às vezes, paciência parece ser algo de um desejado mundo de conto de fadas ou de um século passado.

É isso mesmo? Será que a paciência necessita realmente do tempo para se expressar?

O trabalho sobre a minha mesa havia se acumulado tanto que fiquei totalmente desanimada

Por algumas semanas, havia uma pilha de trabalho tão grande sobre minha mesa, que fiquei completamente desanimada e senti um pânico me sobrevindo sorrateiramente. Como lidar com todas essas obrigações? Trabalhar mais depressa? Escrever mais rápido? Aumentar as horas do dia? Limites e limitações por todos os lados que olhasse.

Foi então que surgiu um pequeno pensamento: Deus é. Você não está girando em torno de uma órbita própria. Você reflete o Espírito infinito. Você não está sozinha, você é espiritual.

Com essa verdade firme e poderosa: “Deus é”, adquiri um novo senso de paciência e expectativa do bem. De repente, apareceu um espaço em meu dia que não havia percebido antes. Um espaço no qual podia ficar em silêncio, ouvir e ser grata. A paciência se tornou a principal qualidade de meu dia e realizei mais do que no dia anterior.

Entretanto, o aspecto mais interessante, foi que minha mudança de perspectiva e minha expressão das qualidades espirituais mudaram não apenas a mim, mas também, de uma forma simples, o “meu mundo”. Recebi e-mails dizendo que os problemas haviam sido resolvidos por outras pessoas e reuniões complicadas foram adiadas. Um diretor com quem havia tentado entrar em contato em vão, durante várias semanas, apareceu de repente na porta de meu escritório com sua agenda na mão, pronto para marcar as reuniões nas datas em que precisávamos.

A paciência, como agora a compreendo, não se constituía em esperar por algo ou alguém. Não era suprimir o medo de que algo importante não acontecesse.

A paciência é uma qualidade de nossa natureza espiritual, como o reflexo de Deus, a Alma.

Alguns meses antes, havia vivenciado uma experiência reveladora em que a verdadeira paciência venceu a limitação. Dirigia meu carro nos arredores de Berlim, por mais de uma hora. Minha filha estava comigo. Parávamos e seguíamos. Quando finalmente chegamos ao nosso destino, descobrimos que as vagas para estacionar no meio-fio ao longo das ruas estavam tão lotadas quanto as ruas engarrafadas.

Precisávamos de uma vaga por uns 30 minutos, tempo suficiente para entrar em duas lojas e concluir uma incumbência. Minha filha e eu verificamos cada uma das pequenas ruas laterais, à direita e à esquerda, e nada!

“Bem”, disse com toda minha habilidade, “visto que quem está dirigindo sou eu e que o motivo principal pelo qual estamos aqui é você, sugiro que você ache uma vaga”.

Minha mudança de perspectiva e minha expressão das qualidades espirituais mudaram não apenas a mim, mas também, de uma forma simples, o “meu mundo”.

Nenhuma situação é insignificante demais para o Amor deixar de tomar parte na solução

Ficamos em silêncio por um momento. Nenhuma situação é insignificante demais para o Amor deixar de tomar parte na solução. Quando outro carro à nossa frente ocupou a vaga recém-desocupada no estacionamento, minha filha disse: “Para mim, isso parece o tanque de Betesda. Você sabe, aquela história do tanque onde todo tipo de doente esperava que 'se movesse a água' e somente o primeiro a entrar podia ser curado, após a água ter sido agitada por um anjo. Apenas um e só o primeiro entre tantas pessoas” (ver João 5:1-9).

Seu comentário quebrou o gelo de minha tensão nervosa e abriu o horizonte para uma solução espiritual na compreensão da justiça divina.

A situação que Jesus encontrou no poço de Betesda poderia ser resumida como “recursos limitados” e “seleço de apenas alguns”. A Bíblia relata que o Mestre encontrou um homem paralítico, o qual esperava, havia trinta e oito anos, para entrar no tanque. Contudo, Jesus derrubou a barreira daquela noção de recursos limitados e o curou ali mesmo, no lugar em que se encontrava.

Nenhum bem é limitado

Naquele momento, Jesus revelou, de uma vez por todas, o fato espiritual de que nenhum bem é limitado. Minha filha e eu vimos e sentimos a conexão entre nossa experiência e o episódio de Betesda, e silenciosamente concordamos em aplicar o ensinamento de Jesus à nossa própria maneira.

Quando mais uma vez vimos um outro carro ocupar a vaga no estacionamento e ambas suspiramos, ficou claro que algo mais era necessário: alegria altruísta por qualquer um que já tivesse encontrado sua vaga. O altruísmo é um aliado da paciência, tanto quanto o é a persistência. Persistência na paciência.

Ajudou o fato de minha filha dizer repetidamente: “Geduld” [que significa paciência em alemão], à medida que continuávamos a circular pela área. Suas orações, deuma-só-palavra, fizeram com que me lembrasse de uma passagem que Mary Baker Eddy escreveu em Ciência e Saúde, a qual cita o livro de Tiago: “Espera tu pacientemente que o Amor divino paire sobre as águas da mente mortal e forme o conceito perfeito. É preciso que a paciência realize 'sua obra perfeita'” (p. 454).

O mais importante foi aprofundar nosso entendimento sobre a natureza da vida, ou seja, expressar paciência apontou o caminho para sentir a presença de Deus.

Tivemos tempo suficiente para fazer tudo e ainda tomar sorvete

Logo em seguida, entramos em uma rua lateral. Minha filha percebeu um carro com o portamalas aberto, sinal comum de que alguém está para sair. Não só encontramos uma vaga muito conveniente, mas também tivemos tempo suficiente para fazer tudo o que precisávamos e ainda tomar suco de manga e sorvete de limão.

Isso tudo foi muito bom. Mas, o mais importante foi aprofundar nosso entendimento sobre a natureza da vida, ou seja, expressar paciência apontou o caminho para sentir a presença de Deus. É altruísmo e persistência unidos. Revela o fato espiritual de que não existe nenhum limite para o bem.

O parágrafo seguinte da autobiografia de Mary Baker Eddy não faz uso dessa palavra mas, para mim, é todo sobre paciência: “O ideal de Deus já não é personificado como um viandante sem lar; e a Verdade não é fragmentária, desconexa, desordenada, mas concentrada e inamovivelmente fixa no Princípio. O melhor tipo espiritual de método cristão para elevar o pensamento humano e comunicar a Verdade divina é o poder inalterável, a quietude e a força; e quando assimilamos esse ideal espiritual, ele se torna o modelo para a ação humana” (Restrospecção e Introspecção, p. 93).

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