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RELACIONAMENTOS

Sem ressentimentos

Da edição de maio de 2007 dO Arauto da Ciência Cristã

The Christian Science Monitor


Não há prazer algum em ser o alvo de um tratamento injusto. Existe algo que se possa fazer, quando alguém nos maltrata sem nenhuma razão aparente?

Quando fui apresentada à minha futura sogra, fiquei surpresa com sua imediata hostilidade e falta de amabilidade. Parecia que eu não era a nora que ela desejava, se é que ela realmente desejava ter alguma.

Minhas emoções passaram pelas fases da indignação, da raiva e da defensiva. Então, depois que me casei, tentei conseguir a aceitação da minha sogra, por meio de atos que demonstrassem amizade e tolerância.

Nenhuma dessas estratégias funcionou. Por fim, tentei me afastar dessa relação o máximo possível, algo não muito difícil de fazer, uma vez que vivíamos bem distantes uma da outra. O problema era dela, achava eu.

Vários anos se passaram, anos de animosidade contínua, esperando que ela mudasse. Contudo, para falar a verdade, eu não esperava que isso acontecesse e dizia para mim mesma que não me importava.

Certo dia, orava sobre algo sem nenhuma relação com essa situação, quando me veio fortemente à mente o pensamento de que devia procurar a definição de ressentimento. Essa idéia parecia aleatória. Entretanto, havia aprendido a obedecer às idéias que me vinham ao pensamento enquanto orava e encontrei esta descrição: "Um sentimento profundo de rancor que busca reparação".

Isso chamou minha atenção; não queria ter nenhuma afinidade com esse tipo de sentimento. Portanto, decidi examinar meu pensamento. Tenho de admitir que não esperava encontrar muitos sinais de ressentimento em minha consciência.

Minha memória me levou a um passado distante, a um professor do ensino fundamental que me castigou por algo que eu não havia feito. Em seguida, às ocasiões em que meu irmão havia me azucrinado. Vários outros momentos de embaraço e injustiça surgiram no pensamento, acompanhados de todos os ressentimentos.

Quando terminei minha lista, percebi que era desconcertantemente longa. O pior é que ela estava em completo desacordo com minha compreensão da realidade espiritual, ou seja, de um Deus bondoso, sempre-presente e de Sua criação perfeita. O primeiro capítulo do Gênesis na Bíblia descreve a humanidade como criada à imagem de Deus, considerada por Ele como muito boa. Sabia intuitivamente que só a oração poderia me ajudar a assimilar isso de forma mais completa e a solucionar essa disparidade.

Orar em apoio ao meu esforço de transformar uma lista de injustiças em um discernimento puro e inocente a respeito do bem, fez uma grande diferença.

Orar em apoio ao meu esforço de transformar uma lista de injustiças em um discernimento puro e inocente a respeito do bem, fez uma grande diferença. Isso me impeliu também a rever minha lista para identificar qualidades semelhantes às de Deus, tais como: inteligência, integridade, bom humor e beleza, a respeito de todas as pessoas envolvidas. A inspiração e a alegria transformaram esse exercício em uma cura genuína.

Sentia-me como que libertada de uma prisão mental

Quando concluí minha oração, meu pensamento estava completamente livre de sentimentos de amargura e indignação, os quais não havia sequer percebido que carregava comigo. Sentia-me como que libertada de uma prisão mental.

Isso teria sido o suficiente, mas havia mais. Naquela mesma noite, tive alguns resultados diretos da oração que fizera para corrigir o pensamento.

Bem tarde da noite, meu marido e eu recebemos uma ligação da minha sogra. A conversa de uma hora de duração incluiu um dos piores ataques verbais que já havíamos recebido. Contudo, uma mudança maravilhosa se operou em nós. Não fomos tentados, nenhuma vez sequer, a reagir ou a protestar e quando ela finalmente desligou, nós apenas conversamos a respeito de como poderíamos ajudá-la a se sentir amada.

Pela primeira vez em nossa vida de casados, não tivemos nenhum desejo de nos defender ou de persuadi-la com relação à nossa posição. Quando decidimos lhe enviar um pequeno buquê de flores, nosso único motivo era o amor.

O dia seguinte trouxe bons resultados. Ela ligou outra vez e, apesar de não se desculpar pelo ataque verbal ou agradecer pelas flores, havia um claro abrandamento em sua voz. Daí em diante, a aceitação e o afeto cresceram de forma constante. Eu até me sentia à vontade para chamála de "Mãe". Anos mais tarde, quando ela necessitou de cuidados físicos e de ajuda para encontrar uma nova casa, trabalhamos juntas, de forma harmoniosa, para atender a essas necessidades.

O exercício mental que tive de fazer naquele dia foi em realidade uma disciplina espiritual, uma forma ativa de orar sobre relacionamentos. A busca por evidências da bondade de Deus nos outros, mesmo naqueles com quem nos confrontamos no passado, preenche naturalmente nosso coração com generosidade, caridade e compaixão, como também elimina todo ressentimento do nosso pensamento e da nossa experiência. Substitui o ressentimento, por mais antigo que seja, por serenidade e graça.

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