Em janeiro de 1997, choveu muito em São Paulo, fato que deixou as ruas em várias pontos da cidade muito inundadas. Por causa de um surto de leptospirose, a mídia começou a veicular os sintomas da doença, bem como as precauções e cuidados que deveriam ser tomados.
Naquela época, às quartas-feiras, eu passava bastante tempo na igreja da Ciência Cristã que freqüento, pois fazia plantão na Sala de Leitura e assistia à reunião de testemunhos. Certo dia, antes de me dirigir à igreja, precisei ir ao Correio, no centro da cidade, local bastante afetado pelas enchentes.
Ao sair do Correio, tive de andar por várias ruas alagadas. Apesar de a água bater nos meus joelhos, resolvi seguir para a igreja. Quando cheguei lá, estava encharcada de água imunda. As pessoas na igreja me ajudaram a encontrar o necessário para me limpar e me secar.
Conforme havia planejado, fiz o plantão e permaneci na igreja para a reunião de testemunhos. Após o culto, ao me lembrar que passara a tarde e parte da noite com aquela roupa molhada e suja, lembrei-me dos sintomas de leptospirose que havia visto na televisão. Senti medo, mas procurei não pensar mais sobre o assunto e segui para casa. Espirrava muito quando lá cheguei. Fiz minhas orações e fui dormir.
Contudo, tive uma noite péssima. Comecei a ter febre alta, acesso de vômito, tremores, perdi os movimentos e a voz. Amanheci me sentindo muito mal e passei o dia sentindo fortes dores no corpo. Meus familiares começaram a se preocupar, pois os sintomas não pareciam ser de um simples resfriado, uma vez que começaram a surgir manchas vermelhas por todo o corpo.
Como não conseguia me mexer, pedi a meu filho que telefonasse para uma Praticista da Ciência Cristã para que ela orasse pelo meu restabelecimento. A praticista sugeriu que eu procurasse me recordar de alguma passagem do livro Ciência e Saúde que tivesse me marcado. Lembrei-me da seguinte passagem: “Uma idéia espiritual não contém um só elemento do erro, e essa verdade remove convenientemente tudo quanto é nocivo” (p. 463).
Reconheci que nada de errôneo podia invadir meu ser, uma vez que sou uma idéia espiritual, um pensamento perfeito de Deus. Ao pensar assim, comecei a melhorar bastante. As dores foram diminuindo, a febre cedeu e eu comecei a me mover. Ainda não conseguia falar muito bem, mas o fato de estar me locomovendo me reanimou. Sentiame fortalecida pelo Pai e pela Sua presença. Isso me fez reagir àquele quadro de debilidade, pois o medo cedeu à expectativa da cura.
Na manhã seguinte, como já conseguia falar, liguei para a praticista. Ela me pediu que eu lesse este trecho do artigo Contágio, no qual Mary Baker Eddy escreveu: “Tudo aquilo que o homem vê, sente ou de que, de alguma maneira, toma conhecimento, tem de ser captado por meio da mente, dado que a percepção, a sensação e a consciência pertencem à mente e não à matéria. Levados pela correnteza popular do pensamento mortal, sem questionar a confiabilidade de suas conclusões, nós fazemos o que os outros fazem, acreditamos no que os outros acreditam e dizemos o que os outros dizem. O consentimento geral é contagioso e torna contagiosa a doença” (Miscellaneous Writings, p.228).
Parei para pensar sobre o que acabara de ler e percebi a verdade que essa passagem continha. Somos constantemente bombardeados por coisas boas e ruins e muitas vezes, por não perceber o que permitimos entrar em nossa consciência, deixamos de filtrar os pensamentos nocivos. Somos contagiados pela alegria ao assistir a uma comédia, bem como pela tristeza quando ouvimos notícias ruins na mídia. Então, percebi que eu havia sido contagiada pela notícia do surto de leptospirose na cidade e aceitado que poderia ter sido contaminada pela água suja das ruas alagadas pelas quais havia caminhado no dia anterior.
Então, volvi-me a Deus e procurei me firmar na Verdade divina para eliminar todo o medo e qualquer pensamento errado. Comecei a pensar somente no bem e nas verdades espirituais que eu havia aprendido pelo estudo da Ciência Cristã.
Em apenas três dias, eu estava completamente restabelecida e livre dos sintomas de leptospirose. Fui à igreja no domingo e pude conversar pessoalmente com a praticista.
Depois dessa cura, enfrentei chuvas e tive de passar por outras ruas alagadas, mas não senti mais medo e não contraí mais nenhuma doença por esse motivo. Essa cura foi uma grande lição para mim, pois aprendi que o mal não tem poder e que só podemos ser contagiados pelo bem.
