Na década de 1970, eu morava e trabalhava na Suíça e lá pretendia realizar meu sonho de construir um lar. Contudo, em outubro de 1975, problemas familiares me fizeram retornar ao Brasil e começar uma nova vida.
Minha família residia na Grande São Paulo e a locomoção ao centro da cidade era difícil. Como começaria a trabalhar em breve em uma multinacional, aceitei dividir um apartamento com uma amiga de meu chefe. Entretanto, depois de certo tempo, descobri que estava sendo lesada, pois pagava uma parte maior do que ela pelo aluguel.
Quando contei o caso a outra amiga, ela me convidou para morar em sua casa. Aceitei a oferta com gratidão, mas sabia que não era a solução definitiva.
Comecei a procurar um apartamento para comprar perto do local de meu trabalho. As buscas foram longas, pois quando visitava os locais e verificava os preços, fazia as contas e constatava que não poderia pagar as prestações.
Havia conhecido a Ciência Cristã na Suíça, em julho de 1975 e, quando voltei ao Brasil, comecei a freqüentar os cultos e aprofundar os meus conhecimentos sobre essa Ciência. Procurava aplicar melhor seus ensinamentos e a cada jornal que lia, procurando o tão sonhado apartamento, orava para saber qual era a vontade do Pai. Neste ínterim, iniciei a leitura de Ciência e Saúde e a primeira frase do livro me chamou a atenção: “Para os que se apóiam no infinito sustentador, o dia de hoje está repleto de bênçãos” (p. vii). Com essa nova perspectiva, tentei aprimorar meus pensamentos.
Certa vez, notei na Lição Bíblica Semanal, que consta do Livrete Trimestral da Ciência Cristã, uma frase que Jesus falou aos discípulos, quando não conseguiam apanhar nenhum peixe. Ele pediu para que jogassem a rede à direita do barco (ver João 21:6). Percebi que eu estava “jogando a rede” em uma só direção, esquecendo-me “do outro lado”, isto é, estava delimitando a área em que desejava morar. Na semana seguinte, enquanto lia o jornal, deparei-me com um pequeno anúncio de um apartamento que estava pronto para morar, localizado em uma região que eu ainda não conhecia.
Visitei o imóvel à noite. Havia chovido, e talvez por isso, o local me pareceu um pouco sombrio. Contudo, quando entrei no apartamento, tive a certeza de que era o que eu procurava. Ao visitar o local durante o dia, percebi que a região era bonita, com muitas árvores ao redor. Além disso, o preço se adequava ao meu orçamento.
Logo depois, a empresa em que trabalhava nos informou que os escritórios iriam se mudar e o apartamento ficaria mais próximo de meu novo local de trabalho.
Entretanto, perdi aquele emprego pouco tempo depois. Não podia ficar sem trabalhar, pois necessitava de dinheiro para pagar a dívida assumida com a compra do imóvel. Então, aceitei um posto em outra multinacional que ficava bem distante de minha residência. Essa situação também foi solucionada pela oração pois, logo depois, fui convidada a trabalhar em uma empresa brasileira, mais próxima da minha casa.
Alguns meses mais tarde, uma nova lei possibilitou quitar a dívida com um bom desconto. Fiz um esforço, juntei todas as minhas economias e paguei o valor restante. Contudo, quando fui pegar a baixa da hipoteca, o Banco me informou que eu não poderia ter quitado o imóvel, pois meu irmão, que havia entrado com seu salário somente para compor a renda familiar, também havia se beneficiado com a mesma lei para quitar a casa que ele havia comprado um pouco antes de mim. Vi-me obrigada a assinar uma promissória confessando o restante da dívida, caso meu processo de quitação fosse indeferido. Consultei uma advogada e ela me informou que era comum o Banco proceder dessa forma, pois poderia cobrar a diferença em cartório, se necessário.
Procurava aplicar melhor os ensinamentos da Ciência Cristã e a cada jornal que lia, procurando o tão sonhado apartamento, orava para saber qual era a vontade do Pai.
Tomei todas as providências necessárias, mas também me voltei a Deus em oração. Outro trecho de Ciência e Saúde me inspirou: “A crença numa base material, da qual se possa deduzir toda racionalidade, está cedendo lentamente à idéia de uma base metafísica, ou seja, desviando seu olhar da matéria para a Mente como causa de todo efeito” (p. 268). Mais uma vez confiei em Deus, sabendo que se Ele havia me proporcionado um lar, eu não poderia perdé-lo.
Descansei nessa verdade e, aproximadamente um ano mais tarde, recebi uma ligação do Banco informando que a documentação já estava disponível para que eu pudesse dar baixa da hipoteca no cartório, o que me daria a posse definitiva do imóvel. Sou muito grata a Deus por comprovar que para Ele tudo é possível. Suas dádivas são definitivas e irrevogáveis.
