Há muitos anos, fui comissária de bordo de uma empresa aérea. Certo dia, voávamos em um avião DC-6 quadrimotor, rumo à cidade de Nova Orleans, com passageiros a bordo e outras duas aeromoças, quando de repente os motores da aeronave começaram a falhar. Era uma situação extremamente difícil e quando os passageiros perceberam o que estava acontecendo, começaram a se preocupar e ficar inquietos.
As duas aeromoças ficaram fora de si, e então comecei a lhes falar sobre o amor de Deus. Naquele momento, lembrei-me de um artigo intitulado “A Lei Divina do Ajustamento”, de Adam H. Dickey, o qual diz que mesmo que alguém esteja em uma situação perigosa, seja no mar se afogando, em uma cova de leões ou em qualquer outra circunstância, a lei de Deus sempre está em ação para nos proteger e nunca nos deixará sucumbir.
Nessa hora não tive nenhuma dúvida de que Deus estava no total controle do avião. Pensei que, se Ele havia criado o universo, as estrelas, nós e tantas outras coisas belas e distintas no mundo, Ele era capaz de nos manter a salvo no ar.
Então, pedi às aeromoças que começássemos a orar pensando somente no bem. Falei um pouco sobre a Ciência Cristã, de todo o bem que nos pertence por direito divino. Expliquei a elas que, ao nos apegarmos à idéia de que o bem tem todo o poder e o mal não tem realidade, o mal se destroí automaticamente.
Eu me firmei nessa idéia com uma certeza absoluta. Não tive medo nem por um momento e me dei conta de que isso era o mais importante. Quando alguém sente medo abre a porta do pensamento para que entre o mal e, portanto, poderia ocorrer algum acidente. Pensei: “Mesmo que somente uma pessoa neste avião saiba que o bem é onipotente e que estamos todos protegidos por Deus, isso é o suficiente para nos manter a salvo”.
Faltavam uns quarenta minutos de vôo para chegarmos a Nova Orleans. Os pilotos haviam solicitado que pedíssemos aos passageiros que tirassem os sapatos, e nos entregassem as canetas esferográficas e qualquer objeto pontiagudo. Também daríamos as instruções de como sentar, caso uma aterrissagem forçada fosse necessária. O aeroporto já estava em alerta e os bombeiros prontos para um possível acidente na hora do pouso.
Continuei afirmando todas as idéias que me haviam ensinado desde criança, e que, em nenhum momento, o mal poderia governar. Mary Baker Eddy escreveu: “A suposição de que a Alma, ou Mente, está insuflada na matéria é uma doutrina panteísta que apresenta um falso sentido de existência, e o espírito vivificante o arrebata, revelando em seu lugar o poder e a perfeição de um senso liberado da Vida em Deus e da Vida como Deus” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos], p. 189). Isso significa que somos parte de Deus, portanto, somente o bem pode estar presente.
Todos os dias e a cada instante, o normal é estarmos bem, é termos abundância de vida, amor e harmonia constantes.
De repente ficamos sem motores e fomos planando até que, cinco minutos antes de chegarmos a Nova Orleans, um dos motores começou a funcionar. Foi com esse que aterrissamos.
Quando finalmente o avião parou, um dos funcionários do aeroporto teve de sacudir os pilotos, pois estavam petrificados em seus assentos, sem acreditar no que havia ocorrido. Segundo eles, era impossível que tivéssemos chegado sãos e salvos. Ninguém conseguia explicar como, nos últimos minutos antes de aterrissarmos, de repente, um dos motores havia voltado a funcionar.
Muitos disseram que havia sido um milagre, mas eu sabia que aquilo que alguns chamam de milagre, é a verdadeira realidade de nossa vida. Todos os dias e a cada instante, o normal é estarmos bem, é termos abundância de vida, amor e harmonia constantes. O bem é algo natural; o mal é o que devemos e podemos expulsar.
Quando hoje me encontro com os pilotos, eles me dizem que jamais acreditaram que sairíamos vivos daquela experiência. Contudo, eu sei que foi Deus que nos susteve no ar. Sempre que declaramos com firmeza em nosso pensamento que Ele nos sustém, isso se cumpre, pois é uma lei divina.
