A cada ano, durante a Páscoa, os pensamentos das pessoas se volvem às experiências de Jesus, tanto antes como depois de sua crucificação. Jesus venceu tantas coisas! Para muitos, esses são, lado a lado, os mais tristes e encorajadores acontecimentos relatados na Bíblia. Tudo o que Jesus havia feito durante sua vida foi trazer a cura e o bem às pessoas. Contudo, nessa ocasião crucial, seus discípulos o abandonaram e ele foi deixado só para enfrentar algumas das ameaças mais graves que se possa imaginar: não somente um atentado à sua vida, mas também uma tentativa de destruir tudo o que ele havia ensinado aos seus seguidores.
Naturalmente, a beleza disso tudo é que ele realmente não estava abandonado ou sozinho. Jesus podia enfrentar e vencer a morte porque o Espírito divino era a única força, o único poder em ação, a despeito do que as pessoas acreditassem na ocasião. "O fato central que a Bíblia apresenta é a superioridade do poder espiritual sobre o poder físico" (P. 131), observou Mary Baker Eddy, a autora do renomado livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras.
A Páscoa é a ocasião em que celebramos o fato de que esse poder singular, espiritual, existe, ou seja, a onipotência de Deus, que pode ser percebida governando cada aspecto do ser do homem com precisão e harmonia. O universo de Deus, inclusive o homem, é espiritual e governado pela lei divina invariável.
Deus não enviou Seu filho para ser morto. Ele o enviou para ser uma testemunha do bem sempre presente, onipotente, que é Deus. A oração silenciosa e sincera propicia uma percepção clara dessa verdade e nos capacita a testemunhar a harmonia da lei divina sendo expressa exatamente onde estamos, guiando cada acontecimento, bem como sua cronologia. À medida que compreendemos a totalidade e o governo perfeito de Deus, abandonamos a idéia de que estamos vivendo em um universo físico imprevisível, golpeado pelo impulso das forças que se opõem a Deus.
Um bom exemplo de como isso afeta os acontecimentos ocorreu quando Jesus foi trazido diante de Pilatos, o governador local, para ser julgado. Pilatos perguntou: "Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para te crucificar"? A Bíblia continua: "Respondeu Jesus: Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada..." (João 19:10, 11).
Nenhum poder físico, nenhuma coisa ou pessoa, poderia impedir o propósito divino estabelecido para a vida de Jesus ou para o próprio cristianismo. Esse é o fundamento para a época da Páscoa. Nossa própria segurança está na conscientização desse fato espiritual, em manter essa verdade diante de nossos olhos e reconhecê-la, o mais claramente possível, da mesma forma que cada um de nós conhece seu próprio nome.
Realmente não existe nada que se oponha ao poder de Deus.
Não importa o quão tentador pareça acreditar no contrário, nada existe para se opor ao poder de Deus. Nós, como descendência espiritual de Deus, movemo-nos de acordo com a força propulsora do Espírito divino, em perfeita harmonia.
Depois que Jesus foi retirado da cruz, parecia que ele novamente ficaria sozinho, durante três dias, em um sepulcro. Uma enorme pedra, que talvez represente o esforço do materialismo em enterrar a mensagem do Cristo, foi rolada para lacrar o sepulcro.
Contudo, mesmo ali, Jesus não estava sozinho. Sem dúvida, ele sentiu a presença de Deus e foi abençoado com uma mensagem angelical, declarando o poder irresistível de Deus. Conforme a Bíblia proclama: "E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu a pedra e assentou-se sobre ela" (Mateus 28:2). Jesus havia deixado a tumba e seu triunfo sobre o materialismo ficou plenamente evidente em sua ascensão.
Deus não enviou Seu filho para ser morto. Ele o enviou para ser uma testemunha do bem sempre presente, onipotente, que é Deus. A oração silenciosa e sincera propicia uma percepção clara dessa verdade.
O poder espiritual triunfa sobre o materialismo.
Hoje, "a superioridade do poder espiritual sobre o poder físico" ainda está assentada triunfalmente sobre a pedra fria do materialismo. Essa superioridade está à nossa volta, quando oramos, quando afastamos o olhar do que parece ser as forças da matéria e quando somos sinceramente receptivos à eterna presença e totalidade do Espírito divino, Deus.
O desenrolar perfeito dos acontecimentos na vida acontece quando começamos a perceber que a onipresença de Deus exclui qualquer suposta força opositora. Percebemos isso de formas práticas, específicas àquilo de que necessitamos: emprego, saúde, moradia, alimento e felicidade.
A alegria da Páscoa inclui o fato de que o Espírito divino é inteiramente bom e de que não existe nada que possa limitar, restringir ou impedir sua operação em nossa vida. Deus certamente não nega o bem a ninguém, nem o distribui, de vez em quando, somente para alguns de Seus filhos. Sua provisão do bem espiritual é eterna, fluindo abundantemente a cada um de nós, Seus filhos, e nós sempre estamos unidos a esse bem.
