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O Evangelho Segundo João

parte XXIII

Da edição de março de 2008 dO Arauto da Ciência Cristã


Estudantes de Ciência Cristã da Grande São Paulo aprofundaram seu conhecimento do Evangelho de João, fizeram reuniões inspirativas e compartilharam o que descobriram. Nos próximos meses apresentaremos excertos do que foi exposto nessas reuniões a respeito dos diferentes aspectos dos capítulos 13-17. Prosseguimos agora com o estudo enfocado nos símbolos mencionados nesses capítulos e o que representam.

O que significa símbolo?

Símbolo pode ser uma palavra ou figura que representa de modo concreto um conceito abstrato.

Muitos símbolos são estabelecidos por convenção, como as letras, os números, os sinais de trânsito, as figuras geométricas e as bandeiras das nações. A linguagem religiosa é repleta de símbolos, que visam a dar um conceito espiritual profundo.

Mary Baker Eddy diz no livro Ciência e Saúde: “O ensino espiritual sempre deve ser por meio de símbolos” (p.575). Encontramos muitos símbolos na Bíblia, tanto no Antigo como no Novo Testamentos. O arco-íris, por exemplo, é o símbolo da aliança de Deus com Seu povo, representado por Noé (ver Gênesis 9:13).

Por que Jesus usou símbolos ao transmitir seus ensinamentos?

No Novo Testamento, o Mestre usou símbolos para facilitar a memorização e evitar que seus ensinamentos se perdessem com o passar das gerações. É mais fácil memorizar uma figura ou um objeto conhecido para que a idéia que ele representa seja lembrada.

Na sociedade hebraica da época bíblica, vemos que as pessoas não usavam sobrenomes de família. Contudo, era preciso identificar as pessoas e, para isso, acrescentava-se ao nome delas o nome da cidade de origem ou da profissão. Temos Jesus de Nazaré, Saulo de Tarso, José, o carpinteiro, Mateus, o publicano.

O nome representava o caráter, a essência da pessoa. A troca de nome indicava mudança de caráter. Na Palestina, alguns nomes de origem grega eram traduzidos para o hebraico ou aramaico. Cristo, em grego, era o Messias dos hebreus ou o ungido. Em João 14:13 Jesus declarou: “E tudo quanto pedirdes em meu nome...”, ou seja, tudo que estivesse de acordo com seu caráter, sua essência como Filho de Deus.

Em João 13:1-11, a simbologia de lavar os pés representa a humildade de Jesus. Nos versículos 26-27 do mesmo capítulo, Jesus dá a Judas o pão molhado. Essa era uma maneira antiga de manifestar respeito especial por um hóspede. Jesus mostrou carinho por aquele discípulo que o trairia. Era a demonstração do amor ao próximo, que ele ensinou e incentivou os discípulos a fazer (v. 34-35).

Moradas, em João 14:2, simboliza a amplitude da provisão de Deus para Seus filhos. Há espaço para todos no reino de Deus, onde a permanência é eterna.

Caminho (v.6), significa que Cristo é o único caminho que leva ao Pai e nos mostra a verdadeira plenitude da vida, não a existência mortal, mas o cumprimento do desígnio de Deus de sermos Seu templo vivo.

Encontramos muitos símbolos na Bíblia, tanto no Antigo como no Novo Testamentos. O arco-íris, por exemplo, é o símbolo da aliança de Deus com Seu povo, representado por Noé.

Obras maiores (v. 12), não são aquelas maiores em grau, mas em espécie, como a conversão de milhares de pessoas em um só dia, por meio do Espírito Santo (Atos 2:41).

Por que Jesus usou a figura da videira?

É uma planta nativa da região em que Jesus viveu. As uvas e o vinho serviam de alimento. O vinho também era bebida que matava a sede. Os frutos nascem nos troncos. O agricultor poda, tira o que não é bom, para que o que é bom fique melhor ainda.

Videira, em João 15:1, é uma metáfora antiga para descrever o povo de Israel sob o cuidado de Deus (ver Salmos 80:14-15 e Isaías 5:1-5). Jesus usou a videira como símbolo do seu papel no mundo, pois ela tem ramos longos, que alcançam locais distantes, como a Palavra de Deus que ele veio difundir. O fruto da videira, o cacho de uvas, representa a unidade dos filhos de Deus e o suco da uva, o alimento. O ramo separado da vide não pode frutificar. Portanto, é preciso estar unido à árvore. Daí o uso do verbo permanecer, pois é preciso estar unido ao Cristo, a fonte da vida, para frutificar.

Permanecer (v. 7) enfatiza a constância do relacionamento do Mestre com os discípulos. O verbo permanecer aparece 10 vezes nos versículos 4 a 10.

Com os símbolos servos e amigos (v. 15, 20), Jesus mostra que o servo é aquele que tem obrigação de servir a seu senhor, enquanto o amigo tem um relacionamento mais estreito, de amor fraternal. Embora o Mestre tivesse o direito de chamar seus discípulos de "servos", não o fez antes, a não ser em João 12:26.

Desde o final do capítulo 13 (v.31), Jesus falava aos discípulos e eles nada respondiam. A linguagem do Mestre assumiu um tom mais profundo e mais sublime, eram palavras de vida. Só nos versículos 17 e 29 do capítulo 16 é que eles dizem algo. No versículo 17, eles não haviam entendido o significado das palavras "um pouco"e "outra vez um pouco", as quais se referiam ao tempo anterior à crucificação e depois dela.

Nos versículos 20 e 21 do capítulo 16, Jesus usa uma metáfora para falar da tristeza deles pela sua partida, e da alegria da ressurreição como a mulher que está para dar à luz, a qual sente preocupação e tristeza antes do parto e alegria após o nascimento da criança.

No versículo 24, as palavras "...pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa" mostram que se pedirmos com fé e a certeza do bom resultado, teremos a alegria de receber a resposta de Deus ao nosso pedido. Diz um comentarista da Bíblia que a característica do período pósressurreição é a comunicação livre e aberta entre Deus e Seus filhos, o que inclui o privilégio de pedir em nome de Jesus e a promessa de que nossas orações serão atendidas.

Quando Jesus disse "...eu venci o mundo" (v.33), ele mostra que venceu a materialidade, pois aceitou o sacrifício na cruz para mostrar sua missão na terra, a de provar aos homens que a vida é espiritual e eterna e que todos estamos para sempre unidos ao Pai celestial.

O capítulo 17 do livro de João é um dos mais belos e significativos da Bíblia. É uma oração de intercessão por nós, em que Jesus pede por todos os que o seguiram e os que o seguirão e demonstra seu amor puro pela humanidade. Podemos entrever ali que ele considerava o grupo de seu seguidores prontos para entrar em ação. A palavra Pai aparece centenas de vezes no evangelho de João e seis vezes neste capítulo.

No versículo 1 do capítulo 17, quando diz "...é chegada a hora...", Jesus evidencia que tinha consciência do que estava para acontecer com ele.

Nos versículos 1 a 5 do mesmo capítulo, Jesus ora por si mesmo e expressa a unidade com o Pai. Nos versículos 6 a 19 ele ora por seus discípulos e afirma a unidade deles com o Pai. Nos versículos 20 a 26 ele ora pela igreja e a unidade dela com o Pai.

Ainda no versículo 1 do capítulo 17, a expressão "...glorifica a teu filho" mostra que Jesus foi glorificado na crucificação, na ressurreição e ascensão para o Pai. No versículo 5, ele fala da glória quando diz "...antes que houvesse mundo". Ele tinha a certeza da sua existência eterna e anterior à criação do mundo, como vemos no capítulo 1 do Evangelho de João (v. 1-2), quando se refere ao "Verbo".

A expressão "... o amor ... esteja neles, e eu neles esteja" (v. 26) exprime a continuidade e eternidade do amor de Deus por Seus filhos. Jesus veio nos mostrar esse amor duradouro e eterno, o qual o uniu ao Pai, a todos nós, e nós a Ele.

No versículo 17 do mesmo capítulo aparece "Santifica-os..." e a palavra santo em hebraico significa separado, consagrado. O termo é usado para se referir àquilo que é diferente do comum, colocado à parte do usual. Deus é santo por causa de Sua infinita perfeição, Sua existência eterna, sabedoria, pureza, justiça, bondade, verdade e poder supremos.

Ainda no mesmo versículo, "... a tua palavra é a verdade" mostra uma conformidade entre uma afirmação e os fatos a que se refere.

Bibliografia:


O Novo Dicionário da Bíblia, organizado por J.D.Douglas, Edições Vida Nova, 3a edição em português, São Paulo, SP, Brasil; Conciso Dicionário Bíblico, 1976, 6a edição, Imprensa Bíblica Brasileira, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; Bíblia de Estudo Almeida, 1999, Texto Bíblico baseado na segunda edição Revista e Atualizada de João Ferreira de Almeida, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri, SP, Brasil; Bíblia de Estudo de Genebra, 1999, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri, SP, Brasil; Comentário Exegético y Explicativo de la Bíblia, Jamieson, Fausset, Brown, 8a edición, tomo 2, 1982, Casa Bautista de Publicacíones; Nuevo Comentário Bíblico, 1981, Editores Fafasuli, Mariotti, Mora y Poe, Casa Bautista de Publicacíones.

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