Existe uma mente coletiva, negativa, vingativa, corrupta, contenciosa? A Ciência Cristã prova que essa é uma crença falsa, pois ensina que todos temos a capacidade de não nos submetermos a nenhum tipo de pensamento conformista. Metafisicamente, não devemos aceitar que apenas uma pequena parte da humanidade segue preceitos morais, éticos e espirituais, enquanto os demais agem de forma perversa e, muitas vezes, depravada.
Mary Baker Eddy, Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, escreveu algo que traz a certeza de que a graça de Deus é acessível a todos os Seus filhos, sem exceçāo de raças e culturas religiosas. Ela disse: "O propósito do Amor divino é ressuscitar a compreensão e o reino de Deus, o reino da harmonia, que já está dentro de nós. ... Permanecei em Seu amor. Dai fruto—'os sinais que se seguem'—para que nada obstrua vossas orações. Orai sem cessar. Vigiai diligentemente; jamais abandoneis o posto da vigilância espiritual e da autoanálise. Empenhai-vos em alcançar a abnegação, a justiça, a humildade, a misericórdia, a pureza e o amor. Fazei com que vossa luz reflita a Luz. Não tenhais nenhuma ambição, nem afeto, nem propósito a não ser a santidade. Não esqueçais nem por um momento que Deus é Tudo-em-tudo e que, portanto, há em realidade uma única causa e efeito. ... Todo poder e toda felicidade são espirituais, e provêm do bem. Renunciai ao eu, para abençoar uns aos outros, assim como Deus vos tem abençoado" (Miscellaneous Writtings [Escritos Diversos], pp.154–155). Essa renúncia diária ao eu humano permite ressuscitar em cada um as qualidades do Cristo, que diminuem as tensões e eliminam o mal. Compreende-se, então, com uma alegria sem limites, que essa é a verdadeira ressurreição contemporânea.
Lembro-me do que uma amiga Cientista Cristã muito querida me dizia: "Considero os desafios que surgem em minha vida como oportunidades para colocarmos em prática o que sabemos sobre o Cristo".
Essas palavras estiveram bem presentes no meu pensamento em uma ocasião em que senti uma dor muito forte no braço esquerdo, que, ao mesmo tempo, perdia rapidamente a mobilidade. As pessoas da família ficaram um pouco alarmadas, quando perceberam que eu movia apenas o braço direito. Eu as tranquilizei e sabia que iriam me apoiar em oração.
Como essa condição era muito visível, notava que despertava a curiosidade dos outros. Contudo, sentia a presença do Cristo, que sempre me deixava calma diante das perguntas que faziam sobre o problema.
Orei por quase um mês, negando mentalmente os sintomas e reconhecendo que, como sou o reflexo de Deus, não poderia expressar nada que Ele não manifestasse.
A graça de Deus se revelou em mim de uma forma maravilhosa, pois constatei que não sentia medo. Meu pensamento estava firme e despreocupado, mesmo diante daquela condição física; eu sabia que minha família precisava de mim e que o Pai, Deus, estava atuando. Mesmo com dificuldade de movimentar o braço, não interrompi minhas atividades diárias. Na verdade, minha principal tarefa era elevar o pensamento, a ponto de brilhar com os mesmos matizes do Cristo.
A cura aconteceu rapidamente. Meu pensamento ascendeu do fosso dos temores e opiniões humanas para uma recuperação física e mental.
Para mim, essa foi uma prova de que não é preciso aceitar as sugestões mentais de que algo além de Deus seja necessário para curar ou para alcançar a cura. Deus cuida de todos e isso é mais do que suficiente!
A humanidade, indubitavelmente, se encontra diante de uma encruzilhada. Um dos caminhos conduz à submissão aos sentidos físicos; o outro à liberdade de espírito. Entretanto, a proposição de se elevar acima desses sentidos físicos ganha força, quando o pensamento busca a verdadeira ascensão, ou seja, quando reconhecemos a verdadeira criação divina.
Ao ler a Bíblia, percebo a relevância dos jardins. O jardim do Éden, em que a criação mortal começou e o jardim de Getsêmani, em que o verdadeiro homem feito à imagem de Deus, em santa obediência, se preparou, entre a angústia e a dor, para demonstrar ao mundo que a renúncia ao eu humano era a antessala da ressurreição.
Hoje, parece que parte da humanidade habita no jardim do Éden, ou seja, nutre no pensamento prazeres e deleites que demonstram profundo interesse por tudo aquilo que proporciona a satisfação dos sentidos.
Pessoas que passam por duras e agressivas experiências sentem, às vezes, a necessidade de dizer "...Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice...", e de cair mentalmente de joelhos apenas para balbuciar: "...contudo, não seja o que eu quero, e sim o que tu queres" (ver Marcos 14:36). Esse ato de obediência é o que produz a ressurreição do pensamento e ilumina a todos com as qualidades do Cristo.
Nada, nem ninguém, pode impedir o crescimento mundial da Ciência Cristã, que é o Consolador prometido por Jesus. Assim como durante dois mil anos ninguém conseguiu deter a missão de Cristo Jesus, nada impedirá a ação redentora desse Consolador em toda a humanidade.
Mary Baker Eddy define Getsêmani como: "Paciência no sofrimento; o humano cedendo ao divino..." (Ciência e Saúde, p.586). Essa palavra Getsêmani deriva do aramaico e significa "prensa de azeite", assim denominado por ser um pequeno bosque de oliveiras, onde existia uma "prensa de azeite". Consideremos quão grande foi a consagração de Jesus, a ponto de "prensar" sua vontade, para permitir que o "óleo bendito" se derramasse sobre aquela multidão traiçoeira e furiosa, cuja intenção era crucificar a idéia-Cristo.
Hoje em dia, o mundo inteiro está no limiar de um Getsêmani universal. Por meio de grandes esforços, a consciência da humanidade está sendo preparada para renunciar às antigas crenças e aceitar idéias iluminadas da Verdade que conduzirão à ressurreição universal.
Ao deixar o jardim do Éden para o jardim de Getsêmani, a humanidade sairá da obscuridade da mortalidade, em direçāo à glória da realidade divina. Essa inevitável ressurreição da modernidade, ocorre gradativamente nas mentes e nos corações receptivos à Verdade.
