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Se não fosse por Pilatos...

Da edição de abril de 2009 dO Arauto da Ciência Cristã


Para progredir em Roma, era preciso conhecer as pessoas certas. No livro Pontius Pilate [Pôncio Pilatos], a autora descreve o que ela chama de "etiqueta essencial da vida romana: todos os caminhos para o progresso passam pela polidez, persistência e o favor de homens mais ricos e mais nobres" (Anne Wroe, New York: Modern Library, 1999, p. 18). Pilatos sabia bem como usar esses caminhos.

Hoje, conhecido de todos os cristãos como o homem que condenou Jesus à morte, Pilatos era um funcionário pública razoavelmente comum. Enquanto se desenvolvia, é improvável que alguém tivesse predito que um dia ele seria conhecido por tantas pessoas no mundo. Contudo, quando assumiu o posto de governador da Judeia por volta de 26 AD, ele involuntariamente se tornou um componente-chave no julgamento mais importante do mundo.

A Judeia era um posto pequeno, pouco atrativo, mais rico em betume do que em cultura. Além disso, havia o problema de se lidar com a conflituosa população judaica.

Que Pilatos tinha um tipo de "inabilidade" diplomática ficou patente quase que instantaneamente. Um de seus primeiros atos foi mandar tropas a Jerusalém carregando estandartes com a imagem de César. Para os judeus, carregar uma imagem violava o Primeiro Mandamento: "Não terás outros deuses diante de mim" (Êxodo 20:3). Fazer isso na cidade santa piorou ainda mais as coisas.

Furiosos, os judeus viajaram de Jerusalém até o quartel-general de Pilatos em Cesareia para exigir que os estandartes fossem removidos. Embora Pilatos permanecesse inflexível no início, a persistência dos judeus obrigou-o a ceder. Esse incidente estabeleceu um padrão que ele seguiria em outros incidentes, durante seu período de governo.

Aparentemente cego à política romana de não ofender a população nativa, Pilatos continuou a demonstrar sua falta de tato e os protestos continuaram. De fato, depois que ele dedicou escudos dourados ao "divino Augustus", quatro filhos do Rei Herodes protestaram e ameaçaram enviar a Roma uma acusação contra ele. Pilatos, como muitos políticos distantes de sua terra natal, novamente decidiu voltar atrás, ao invés de se arriscar a ofender ou até mesmo a perder os favores de algum benfeitor em Roma.

Como todo governador, Pilatos também deve ter viajado pelos arredores de sua província e é provável que tenha ouvido falar de Jesus, antes de precisar julgá-lo. Pelas palavras de Pilatos, conforme registrado nos Evangelhos, parece claro que ele considerava Jesus inocente. Contudo, não há nenhuma dúvida de que a pressão política para que Jesus fosse crucificado foi muito grande.

Apesar da hesitação de Pilatos, Herodes e os outros líderes judaicos estavam bastante confiantes. Eles o haviam visto ceder antes. Quando Pilatos começou a se mover na direçāo "certa", Lucas registra: "Naquele mesmo dia, Herodes e Pilatos se reconciliaram, pois, antes, viviam inimizados um com o outro" (Lucas 23:12).

Entretanto, as coisas não saíram exatamente conforme planejado. Herodes e seus companheiros são apenas figurantes na narrativa do Evangelho (ver João 18:28-19:16), enquanto a cena do julgamento com Pilatos mostra um homme atormentado, e esse homem não é Jesus, mas seu crucificador. O encontro parece ter exigido de Pilatos algo mais profundo do que imaginara. Quando ele perguntou a Jesus "Que é a verdade?" talvez estivesse sendo apenas sarcástico ou cínico. Ou talvez ele tenha sentido que afinal estava na presença de alguém que podia realmente responder a essa pergunta, que agora está para sempre identificada com esse encontro.

Mary Baker Eddy chamou a atenção para o enorme significado da pergunta, quando escreveu: "Pálido em presença de sua própria pergunta momentosa: 'Que é a Verdade?' Pilatos foi levado a aquiescer às exigências dos inimigos de Jesus. Pilatos ignorava quais seriam as consequências de sua terrível decisão contra os direitos humanos e o Amor divino, e não sabia que estava apressando a demonstração final daquilo que a vida é e daquilo que o verdadeiro conhecimento de Deus pode fazer pelo homem" (Ciência e Saúde, p. 48).

A cena do julgamento com Pilatos mostra um homem atormentado, e esse homem não é Jesus, mas seu crucificador. O encontro parece ter exigido de Pilatos algo mais profundo do que imaginara.

Alguém talvez possa se perguntar o que Pilatos achou das histórias da ressurreição que apareceram mais tarde. Será que isso o consolou? Teria acreditado nelas? O registro histórico sugere que ele foi chamado de volta a Roma e ali desapareceu na névoa do tempo. Contudo, sua pergunta continua a ecoar aos líderes de hoje e aos cidadãos das nações. Da mesma forma, a Ciência que Jesus demonstrou, tão bem articulada por Mary Baker Eddy, provê diariamente respostas poderosas e práticas.

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