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Matéria de capa

Como vou me arranjar financeiramente?

Da edição de maio de 2009 dO Arauto da Ciência Cristã


Muitas pessoas expressam uma preocupação compassiva diante dos relatórios acerca da devastação física causada por guerras ou fatores meteorológicos, e também por danos ocasionados pela tempestade financeira, os quais podem resultar em demissões em massa e execuções de hipotecas. Diante de um cenário desses, podemos apenas imaginar a ansiedade daqueles cujo mundo desmoronou.

Vários segmentos da humanidade passam por condições financeiras que não são tão graves, mas que podem, no entanto, fomentar o temor e a incerteza com relação ao futuro. O custo dos combustíveis e dos alimentos em elevação, hipotecas com taxas de juros nas alturas, despesas cada vez maiores com a educação, todos esses fatores desafiam a capacidade das famílias de manter o padrão de vida alcançado por meio de trabalho e investimento.

Para muitos, a pergunta: "Como vou me arranjar financeiramente"? assumiu um tom irônico. Para eles, a pergunta não significa mais: "Como obterei riqueza suficiente"? Ao contrário, significa: "Como evitarei baixar meu padrão de vida"?

Sabedoria antiga e moderna

Em tempos como esses, as pessoas buscam conselho e consolo em diversas fontes. Descobri um conselho muito sábio e atual nestas palavras de Cristo Jesus: "Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. ... Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam" (Mateus 6:26-28). Em uma época em que a condição humana passava por extrema incerteza financeira, Jesus desviava a atenção de seus ouvintes, de uma busca instintiva por coisas insubstanciais que perpetuam a existência material, rumo à compreensão das verdades fundamentais da abundância espiritual e às bênçãos que podiam fluir desse despertar. Por meio de sua percepção do bem abundante invisível que Deus provê, Jesus também perguntou: "Não dizeis vós que ainda há quatro meses até à ceifa? Eu, porém, vos digo: erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa" (João 4:35).

A Ciência Cristã desperta aqueles que a estudam para descobrirem sua identidade como a imagem do Espírito

Que diferença entre medir a vida pelos altos e baixos da economia material, e a segurança reconfortante da compreensão espiritual! Que contraste entre a necessidade urgente de se acumular bens e capital contra um futuro incerto, e a capacidade que cada um de nós tem de simplesmente refletir o bem inabalável e sempre presente de Deus, por meio da inspiração que Ele está constantemente suprindo!

A Ciência Cristã desperta aqueles que a estudam para descobrirem sua identidade como a imagem do Espírito, como o reflexo da Mente divina ilimitada. Refletir a Deus não é uma ação passiva. Envolve discernir e obedecer ativamente a Deus como inteligência infinita, Espírito ilimitado, Amor impessoal e Verdade constante. Essa atividade se passa no pensamento. Uma vez que somos dotados de qualidades espirituais por reflexo, homens e mulheres podem, pela compreensão espiritual, desfrutar do domínio crescente sobre as condições passageiras da existência material.

As finanças me preocupavam

Contudo, podemos às vezes ficar tão enredados em compromissos financeiros e preocupações decorrentes, que o dia fica completamente cheio de inquietações e ansiedade. Pode até interferir na maneira como as pessoas dirigem, comem e se relacionam com os outros.

Houve um período na minha vida em que desenvolvi uma fixação obsessiva em cuidar dos negócios e das necessidades da família. Preocupações com a oscilação da renda e com a folha de pagamento exigiam muito do meu tempo. Dívidas e compromissos ocupavam meus pensamentos. Tive de aprender, algumas vezes por meio de grande desconforto, a vencer e acalmar impulsos agressivos que ameaçavam minha paz de espírito e a saúde.

Estava desapontado porque isso exigia que eu abrisse mão de tantas coisas que me eram pessoalmente gratificantes

Passei a perceber que a preocupação financeira era uma das piores formas de escravidão. Algumas pessoas se preocupam em encontrar um emprego ou em mantê-lo. Outras, em ganhar o suficiente para pagar as contas. Em qualquer desses casos, a ansiedade tira de nós, de forma magnética, nossa inclinação natural de viver uma vida boa e tranquila. Ela exaure a vitalidade da vida.

Durante esse período da minha vida, empenhei-me com mais afinco em compreender a realidade espiritual que descobria na Ciência Cristã e, quando fiz isso, encontrei um conjunto de exigências completamente diferentes e que estão resumidas para mim nesta declaração em Ciência e Saúde: "...não terás inteligência, vida, substância, verdade, amor, que não sejam espirituais" (p. 467).

Quando, pela primeira vez, considerei seriamente as exigências apresentadas nessas palavras, meus olhos se arregalaram. Percebi que isso significava que eu deveria me esforçar para ter a mesma mente de Cristo, para perceber tudo e todos através da lente mental do Espírito e viver, pensar e amar como Jesus o fazia. Isso foi, na verdade, surpreendente para mim. Senti-me reprimido, e desapontado porque isso exigia que eu abrisse mão de tantas coisas que me eram pessoalmente gratificantes.

Qualquer pessoa criada pelo Espírito é naturalmente sustentada

Entretanto, desde aquele despertar, continuei a crescer em minha compreensão de que qualquer pessoa ou coisa criada pelo Espírito é naturalmente sustentada. A presença de Deus em nossa vida supre o amor e a alegria encontrados em valiosos relacionamentos, a inteligência e o valor expressados por meio de um emprego estável, a verdade de um propósito de vida único e duradouro e a substância que sustenta um rendimento suficiente e permanente. À medida que essas ideias se tornaram reais para mim, consegui me libertar gradualmente da fixação obsessiva com a família e com as finanças do negócio.

A procura por moradia traz uma nova visão

Quando nossos filhos estavam crescendo, decidimos mudar da cidade para o subúrbio. Visitamos diversas cidades e vimos várias casas, mas nenhuma parecia adequada. Finalmente, a corretora nos levou a uma propriedade que estava à venda, muito embora ela soubesse que só tínhamos os meios para alugar.

Quando entramos na casa e demos uma olhada no quintal, soube imediatamente que aquela seria nossa nova casa, mesmo que seu preço estivesse além dos nossos meios imediatos. A corretora fez uma oferta de aluguel para nós e o proprietário aceitou. Três anos depois compramos a casa, onde permanecemos por mais de 15 anos. O imóvel se valorizou muito além do que a corretora imaginava.

São as qualidades mentais e morais que entretemos que nos preparam para as oportunidades

Rememorando toda aquela experiência, nunca ficamos intimidados pelo tamanho ou pelo valor da propriedade. Conseguimos lidar com isso. Nossa família estava à procura de uma casa, em termos de suas qualidades espirituais, tais como: beleza, amplidão, estabilidade, liberdade, acessibilidade e tranquilidade. Essas qualidades espirituais realmente representavam a substância do nosso pensamento coletivo. Como havíamos acalentado essas qualidades no ponto mais elevado em nosso coração e pensamento, já a havíamos construído e vivíamos nela, muito antes de vermos aquela casa em particular. Portanto, era natural aceitarmos sem medo as bênçãos que ela apresentava.

Como havíamos acalentado essas qualidades no ponto mais elevado em nosso coração e pensamento, já a havíamos construído e vivíamos nela, muito antes de vermos aquela casa em particular.

A busca real é sempre mental

Essa construção mental não se aplicaria também à procura de um emprego? As qualidades mentais e morais que entretemos e cultivamos na vida diária nos preparam para oportunidades que, às vezes, parecem surgir do nada. Embora inesperadas, essas oportunidades são a prova manifestada de que já estamos prontos para elas, que Deus está provendo a habilidade necessária.

É verdade que a educação frequentemente desempenha um papel importante na pré-qualificação dos candidatos a um emprego remunerado. Contudo, se outras qualidades não forem igualmente aparentes, tais como: vigilância mental, humor, flexibilidade, receptividade ao aprendizado e habilidades sociais básicas, então, a educação por si só não pode assegurar o emprego.

Algumas vezes, o simples fato de dar os primeiros passos na aceitação do bem que Deus investiu em você produz resultados

Existem oportunidades em abundância para as pessoas que adquirema a capacidade de refletir a Deus. Como a autoexpressão de Deus, temos acesso a todas as qualidades espirituais necessárias para obter e manter um emprego gratificante. Energia, segurança, compreensão, sabedoria, alegria, convicção, paciência e boa vontade, estão prontas para serem plenamente manifestadas por qualquer um que reconheça que a origem dessas qualidades está em Deus e não no ser humano. Um curriculo impressionante, até mesmo todos os conhecimentos acumulados no mundo, não se compara à confiança segura de que Deus está exatamente aqui, neste instante, provendo as ideias corretas para nos sustentar, no exato momento em que são necessárias.

Se por acaso fizeram com que você acreditasse que não tinha valor ou, de alguma maneira, que fosse incapaz de manter um trabalho remunerado, algumas vezes, o simples fato de dar os primeiros passos na aceitação do bem que Deus investiu em você produz resultados. Sendo mulher e trabalhando no "mundo masculino" do século XIX, Mary Baker Eddy realizou coisas notáveis. Ela escreveu sobre essa experiência que: "A devoção do pensamento a um empreendimento digno torna possível esse empreendimento. As exceções só confirmam essa regra, provando que o fracasso é ocasionado por uma fé por demais fraca" (Ciência e Saúde, p. 199).

As oportunidades proporcionadas por Deus nos fazem crescer espiritualmente e os subprodutos desse progresso espiritual são refletidos em oportunidades de sermos mais úteis aos outros e de beneficiá-los. Isso não pode deixar de nos ajudar também. A Bíblia está cheia de relatos de pessoas que estavam receptivas e se sobressaíram quando veio o chamado. Davi era um pastor, não um soldado treinado, mas derrotou Golias e salvou o exército de Israel. José era um escravo preso no Egito, mas se tornou a segunda pessoa no comando, só abaixo do faraó, governando efetivamente o país. Jesus também, quando menino, não teve nenhuma escolaridade formal, no entanto, ensinou aos homens letrados no templo.

É Cristo que faz a renovação

Cada um desses indivíduos possuía o dom do Cristo, isto é, tinha uma compreensão clara de sua identidade espiritual e verdadeira, como filho do único Deus. Jesus expressava essa identidade tão plenamente que Cristo era seu nome real e definia sua natureza. Embora imperceptível aos sentidos físicos, a visão do Cristo governava os pensamentos e as ações de cada um desses homens. À medida que eles prosperavam espiritualmente, a vida de outras pessoas era abençoada e melhorada, o que caracteriza a "renovação" em seu significado mais profundo e mais amplo e que vai além das finanças pessoais.

O Cristo, a verdadeira e plena semelhança de Deus, está tão presente agora como estava quando Jesus vivia. À medida que somos receptivos ao Cristo, somos elevados acima da repetição contínua da insegurança e da incerteza. Por meio do toque de despertar do Cristo, e pelo nosso próprio desenvolvimento espiritual, começamos a descobrir como é viver sob o próspero governo de Deus. Discernimos melhor o que significa sermos filho de Deus, sempre protegidos e plenamente empregados em fazer o bem e em ser bons. Uma perspectiva espiritual mais elevada de identidade encontra expressão natural em uma melhoria de vida e de meios de subsistência, mais como efeito do que como meta.

Sob o estresse de um arrocho financeiro, você talvez se pergunte: "Como vou sobreviver"? Contudo, mudar a pergunta pode romper os grilhões do medo e libertar do pessimismo: "O que é que Deus quer que eu seja e faça hoje"? É em nossa união com a bondade infinita de Deus que nos encontraremos nos "campos... que já branquejam para a ceifa", plenamente equipados para utilizar as bênçãos, os talentos e as ideias que o Amor divino supre de forma constante e imparcial a todos.

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