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Matéria de capa

Recarreguemos nossas baterias!

Da edição de maio de 2009 dO Arauto da Ciência Cristã


Há sete anos trabalho no setor imobiliário e recebo por comissão. Entretanto, há dois anos eu me vi em uma situação muito difícil, porque a venda de imóveis sofreu uma drástica mudança e, praticamente, se dissipou. Embora estivesse sem emprego, mantive minha licença de vendedor. Mas, não havia nenhum negócio, nem compradores nem vendedores, nem mesmo empréstimo para as pessoas. Tudo chegou a um marasmo total. Como resultado, eu não recebia nenhum rendimento e minhas despesas continuavam as mesmas.

Como isso foi algo imprevisto, eu não estava preparado. Passaram-se os meses e a situação se complicou, porque eu não conseguia pagar as contas em sua totalidade e, algumas nem em parte; assim elas começaram a se acumular. Isso resultou em um ambiente familar de muita tensão.

Eu estava orando por essa situação. Lembro-me de que levantava às cinco horas da manhã e saía com o meu carro, onde tenho os meus livros de estudo da Ciência Cristã e dirigia por cerca de cinco minutos. Estacionava, comprava um café e ficava no carro, concentrado e absorvendo as ideias da leitura. Estudava profundamente, até com dicionários e livros de referência, tanto a Lição Bíblica Semanal quanto outros escritos de Mary Baker Eddy. Eu me surpreendia ao ver que, apesar de a situação piorar cada vez mais, esse estudo me assegurava que tudo estava bem.

Eu me perguntava: "Por que os escritos de Mary Baker Eddy me dizem exatamente o contrário do que vivencio"? Isso me fortalecia e me enchia de alegria, pois eu sabia que as coisas se resolveriam, apesar de não ver a solução. Voltava para minha casa três ou quatro horas depois, com as "baterias" recarregadas.

Fiquei convicto de que a situação teria de mudar, pois as pessoas necessitam comer e ter um teto para morar. Então, elevava meu pensamento e recordava que Cristo Jesus tirava sua provisão de onde aparentemente não havia nada. Aconteceu assim quando ele multiplicou os pães e os peixes e alimentou mais de 5.000 pessoas. Isso significa que ele não só obtinha o que necessitava para si mesmo, ou para uma ou duas pessoas, mas para milhares. Empenhei-me em entender os ensinamentos de Jesus e percebi que a economia divina não sofre mudança alguma. O provedor não é uma pessoa, nem uma venda ou um cheque de uma comissão, mas é Deus e tudo vem diretamente dEle.

Em Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy afirmou: "Peregrino na terra, teu lar é o céu; forasteiro, tu és o hóspede de Deus" (p. 254). Essa passagem, embora curta, me ajudou muito. Quanto mais eu a lia, mais compreendia que sou o hóspede de Deus. Pensei que quando alguém tem um hóspede em casa, trata-o da melhor maneira possível, atende-o bem, porque quer que ele se sinta confortável.

Então, sentia-me hóspede de Deus. Dizia a mim mesmo: "Se sou hóspede, como vai me faltar algo? Realmente não pode me faltar nada". Percebi que, se eu, em algum momento, não tinha o que necessitava, não significava que já não estava ali, mas apenas que ainda não conseguia ver, porque primeiro tinha de conhecer minha identidade espiritual.

A situação é semelhante a ter fundos em um banco e ir ao caixa eletrônico com o cartão para sacar o dinheiro. Entretanto, para sacá-lo a pessoa precisa da senha, pois sem ela não consegue tirar o dinheiro, por mais fundos que tenha. Sem a senha, o cartão não funciona. Cheguei à conclusão de que eu tinha o cartão, mas precisava da senha. Então, a senha me foi dada pela oração consagrada e pela busca de minha identidade espiritual, ou seja, a busca de Deus. Precisava me aproximar mais desse Provedor divino, que provê não somente a mim, mas minha família, minhas filhas, meus irmãos, meus vizinhos e todas as pessoas. Portanto, todos temos o direito a essa provisão.

Assim, consegui me livrar da pressão que sentia ao pensar que eu tinha a responsabilidade de suprir à minha família o mais essencial e havia falhado. Foi a consagração aos escritos de Mary Baker Eddy e aos ensinamentos de Cristo Jesus, o que me elevou lentamente de uma posição mental de decadência financeira.

Mary Baker Eddy disse que Deus nos dá Suas ideias e elas, por sua vez, nos dão o suprimento de que necessitamos (ver Miscellaneous Writings [Escritos Diversos], p. 307). Compreendi que eu precisava estar receptivo a essas ideias para obter o que necessitava.

Apesar de eu estar falando em dinheiro, o suprimento é em realidade felicidade, saúde, alegria, convicção, esperança. Deus nos dá o pacote completo. Não se trata apenas de se dedicar a resolver os problemas financeiros, mas de ampliar o pensamento de tal forma, que obtemos mais do que necessitamos. Nessa provisão não há reduções, como ocorreu com as pessoas que tiveram diminuição nas horas de trabalho ou foram demitidas. A economia divina sempre está em ação, sempre dá, nela não há recessos nem retrocessos, e não há uma parada temporal da produção divina. Precisamos apenas ser receptivos e perceber quem somos como filhos de Deus, para receber esses benefícios dos quais todos somos merecedores.

Em momentos de desespero, às vezes, procuramos primeiro resolver a situação financeira para depois ir ao encontro do reino de Deus. Porém, tenho compreendido que, ao buscarmos primeiramente o reino de Deus, tudo o mais vem, porque não há como parar a provisão de Deus. Quanto mais receptivos formos a essas ideias divinas, mais receberemos.

Embora tenham sido dois anos de "estiagem financeira", eu não desisti. Mary Baker Eddy afirmou em seus escritos que não temos de correr com desânimo ou cansaço. Melhor ainda, ela nos incentivou para que nos momentos difíceis não desistamos, mas que sejamos perseverantes, porque o prêmio está próximo. Portanto, eu persisti. Houve ocasiões em que eu quis procurar outro emprego. Mas, sabia que o que buscava era algo muito maior que um emprego em uma empresa ou em qualquer outro lugar que me desse um salário. Percebi que minha situação era semelhante a deixar cair as chaves no chão durante a noite e não conseguir encontrá-las porque acabara a luz. Sabemos que elas estão ali, apesar de não as vermos.

Este conselho de Jesus também me dava muita inspiração: "Não temais..." (Lucas 12:32). Isso é algo muito difícil, quando carecemos do básico e existe o medo. Contudo, Jesus afirmava com toda a segurança que não devemos temer. Para mim, ficou óbvio que é o medo que não nos deixa progredir, porque nos impede de ver as oportunidades que temos ao nosso redor. É com fé e esperança, e com uma compreensão melhor de Deus e de nós mesmos, como seres espirituais e perfeitos, que superamos o medo e encontramos a solução.

A Bíblia, no livro de Gênesis, mostra que Jacó precisou lutar com um anjo, até conseguir compreender sua identidade espiritual (ver Gênesis 32:24). Eu me sentia assim, como Jacó, porque percebia que essa era a minha tábua de salvação, precisava compreender que eu já tinha tudo e que aquilo que eu buscava era uma realidade presente. Posso dizer que os benefícios dessa postura mental são certos como os princípios matemáticos, nunca falham.

O provedor não é uma pessoa, nem uma venda ou um cheque de uma comissão, mas é Deus e tudo vem diretamente dEle.

Chegou o momento em que essa dedicação começou a dar seus frutos. Lentamente, a situação começou a mudar. Tive a oportunidade de não apenas fazer venda direta, mas também de ajudar os clientes a alterar, para seu proveito, os créditos e empréstimos que não podiam pagar. As pessoas começaram a me telefonar, a me procurar e eu me preparei e continuo a me preparar espiritualmente para ajudá-los da melhor maneira. Alguns me indicam para outras pessoas, portanto, no momento tenho muito trabalho.

Sou infinitamente grato a Deus pela provisão dessas ideias, bem como de paciência e de persistência na oração, pois, onde aparentemente não havia nada, posso agora colher com abundância.

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