Falar de Economia tem se tornado cada vez mais complexo e constrangedor, visto que as notícias parecem exigir que todos se preocupem muito com tudo. Muitas pessoas se sentem sem esperança ou fora do cuidado de Deus.
No entanto, algumas ideias que a Ciência Cristã ensina nos ajudam a conviver melhor com as crises econômicas, sem que aceitemos o conformismo de perda ou a fé cega que ignora as oportunidades de bênçãos, que obtemos ao perceber que refletimos as qualidades divinas.
O Mercado de Ações parece exercer grande temor na maioria das pessoas. Basicamente, as ações negociadas nas Bolsas de Valores do mundo são títulos de sociedades anônimas das empresas abertas ao público, ou seja, quem compra uma ação, compra um "pedaço" da empresa e passa a ter direito aos lucros futuros, o que é refletido no preço da ação. Quanto maior o lucro esperado, mais valorizada será a ação, e quanto menor a projeção de lucro, menor será o preço da ação. Os índices das Bolsas, como o Ibovespa, indicam os preços e as quantidades das ações negociadas. Portanto, quando a "Bolsa sobe", pode-se dizer que o mercado espera boas condições no futuro e que o lucro das empresas irá aumentar, mas quando cai, a economia sofrerá uma queda e as empresas terão lucros menores. Portanto, o Mercado de Ações é muitas vezes utilizado como um termômetro para previsões da situação econômica. A oração me ajuda a entender que o lucro de uma empresa é uma bênção contínua, porque provém de Deus, e que as conjecturas podem ser vistas sob a luz da abundância divina.
A lógica econômica diz que previsões pessimistas levam à redução de consumo, a menos impostos, mais desemprego, mais violência e a uma espiral econômica descendente que leva ao caos.
Talvez o grande receio das pessoas em relação a uma crise econômica seja o de ficar em uma situação pior do que aquela que possuem, como a de obter um emprego com salário menor, não conseguir pagar a prestação da casa própria nem prover o sustento da família, ter menos poder de compra, medo de fracassar e sentir vergonha por isso.
Porém, reconhecer o cuidado de Deus e enxergar o mercado financeiro como uma grande oportunidade para troca de bênçãos, traz à luz soluções criativas e harmoniosas, mesmo nas situações mais obscuras.
Podemos confiar em que o progresso é a lei de Deus e que nosso sucesso não é medido por acúmulo de riquezas ou pelo status social. O progresso espiritual eleva a consciência e leva a todos a expressarem mais alegria, a serem gratos pelo bem recebido e a sentirem o amor constante de Deus. Essa atitude mental acalma o pensamento, e traz paz e harmonia em todas as ocasiões.
Sem dúvida, uma das maiores preocupações das pessoas em momentos de crise econômica é a de ficar sem trabalho. Afinal, acreditam que o sustento vem de uma fonte externa, como de um contracheque mensal do empregador, ou, no caso de uma pessoa autônoma, dos pagamentos efetuados por clientes. Porém, mudar o modelo mental e reconhecer que nossa atividade verdadeira é expressar a Deus, que provê sustento ilimitado e contínuo, amplia o horizonte de atuação e livra das limitações que as leis de mercado tentam impor.
Trabalhar para Deus é simples, basta procurar fazer a vontade dEle, e buscar, no dia-a-dia, abençoar as pessoas por meio dos talentos e qualidades que Ele nos dá, como inteligência, cortesia e honestidade. Se nosso propósito é abençoar, aqueles que necessitam dessas bênçãos serão receptivos à oferta de nosso trabalho, e assim colhemos os frutos que suprem nossas necessidades.
Quanto à carreira, não há por que ter receio de regressão, pois o progresso é a lei de Deus. Existem infinitas formas de abençoar por meio de nossas atividades. Exercer uma função diferente é uma delas, e também pode nos ajudar em nosso progresso.
Pude comprovar a proteção divina em várias situações, como em 2001, quando troquei de emprego. Na época, havia o "boom" da Internet e eu fui trabalhar em uma produtora de sites. Porém, com a "crise da bolha da Internet", as atividades diminuíram e a empresa começou a passar por dificuldades e a atrasar salários. Comecei a orar pela situação e procurei manter a mente aberta para saber se ajudaria melhor a empresa permanecendo lá ou seguindo outro caminho.
Orava muito com base no Pai Nosso e afirmava que o lugar em que eu pudesse abençoar mais estaria aberto para me acolher e para suprir minhas necessidades. Este trecho de Ciência e Saúde: "Revestido com a panóplia do Amor, estás ao abrigo do ódio humano" (p. 571) me fez perceber que eu estava livre do ódio humano, ou seja, dos efeitos do atraso nos salários, da desonestidade, da corrupção e de outros problemas que via no mundo corporativo. Durante esse processo, percebi que algumas pessoas começaram a achar outros empregos e a deixar aquela empresa, o que de certa forma aliviava seus encargos salariais. Ao mesmo tempo, recebi três propostas de trabalho e optei por uma que me trouxe muitas bênçãos, pois pude aplicar os conhecimentos que aprendia na faculdade.
Quanto aos salários atrasados, uma parte foi paga em dinheiro e outra com um computador, que foi útil para toda a minha família. Como o salário do emprego novo era menor do que o anterior, precisei rever meus gastos e reduzi despesas desnecessárias e que não contribuíam para meu progresso. Aprendi a usar meus recursos de forma racional e ponderada, o que, além de atender minhas necessidades, capacitou-me a investir em outros projetos, como em um curso de pós-graduação. Essa foi uma oportunidade incrível de crescimento espiritual e profissional.
A Ciência Cristã nos ajuda a confiar nas previsões divinas ao invés de nas conjecturas humanas e a focar na "economia de bênçãos", que se equilibra na harmonia divina, onde todos são beneficiados igualmente. Por isso, gosto de pensar que reagir ao "Mercado de Ações" consiste em praticar "Boas Ações".
