No Dia das Mães, comemorado em maio em muitos países, muitas mães recebem com alegria bolos, flores, cartões, presentes e telefonemas de seus filhos. Esses são símbolos carinhosos de estima e respeito pela importância da maternidade.
Minha mais remota lembrança do Dia das Mães, na Austrália, foi a manhã em que eu orgulhosamente, pela primeira vez, levei uma bandeja de café da manhã ao quarto da minha mãe. Servir o café da manhã na cama à minha mãe foi minha maneira de agradecer-lhe pelo amor e carinho que ela generosamente me dava, mesmo que, naquela ocasião, eu não compreendesse que não era fácil criar filhos, ser esposa, cuidar da casa e também contribuir financeiramente para o sustento da família.
Contudo, uma coisa que eu realmente comecei a entender, depois que minha família conheceu a Ciência Cristã, foi a ideia da maternidade de Deus. Tão importante quanto o conceito da paternidade de Deus, comumente mais conhecido, é a ideia de que cada um de nós tem uma Mãe divina, que cuida de nós.
No mundo agitado de hoje, a maternidade de Deus é especialmente importante
Talvez a maternidade de Deus seja ainda mais importante do que carros, computadores, e as invenções que nos poupam trabalho, permitindo que, cada vez mais atividades sejam acrescentadas à rotina diária. As mulheres fazem malabarismos com a carreira, o estudo, a casa, os filhos, o cuidado dos familiares idosos, a igreja e as atividades na comunidade. Tentar conciliar tudo isso exige muito. Sei disso porque, em uma ocasião, foi o que tentei fazer.
Sempre ocupada e concordando em assumir tudo, tentava ser uma "supermulher" e fazer tudo com perfeição. Finalmente, fiquei completamente estressada e exausta. Não conseguindo dormir, uma manhã muito cedo, fui para o meu estúdio. Era hora de orar e de repensar o que eu estava fazendo com minha vida.
Minha oração foi mais ou menos assim: "Querido Deus-Mãe. Você está comigo. Você é minha vida, minha saúde. Você me dá força para realizar tudo que eu preciso fazer. Você me governa e me guia. Então, qual é a solução?"
Eu tinha pouco tempo para orar por mim ou para o mundo
Enquanto esperava pelas respostas, anotei todas as tarefas que, naquela ocasião, havia me comprometido a fazer. Fiquei perplexa ao perceber quanta coisa eu havia assumido. Mal tinha tempo para respirar. Onde estava a oportunidade para relaxar, orar por mim, para os outros e para o mundo?
De acordo com o Evangelho de Lucas, até mesmo Jesus reservava algum tempo longe de seus discípulos para ficar só e orar, para se reanimar.
Estas palavras de um antigo hino vieram-me ao pensamento: "Reserva um tempo para seres santo/Fala frequentemente com teu Deus/Habita sempre nEle e alimenta-te de Sua Palavra/Reserva um tempo para seres santo/Acalma-te em tua alma;/Cada pensamento e cada motivo sob Seu controle" (W. D. Longstaff, "Take Time to be Holly" [Reserva um tempo para seres santo]).
Eu precisava ouvir minha Mãe divina
Agora entendia a situação. Tinha de haver um tempo para orar e para o crescimento espiritual, isto é, tempo para ouvir o que minha Mãe divina estava me dizendo. Eu não era uma supermulher, nem tinha de ser. À medida que refletia sobre o cuidado maternal de Deus por mim, várias ideias vieram à tona e achei que deveria pô-las em prática. Decidi que:
• Ao invés de concordar em assumir novos projetos, iria parar e orar sobre o que me fora solicitado e considerar se isso era algo que eu deveria assumir.
• Não me sentir culpada por dizer "não", mas orar para saber que as necessidades da outra pessoa seriam supridas. A mesma Mãe divina que cuida de mim, está cuidando deles. Eles estão sob Sua responsabilidade, não sob a minha.
• Decidi ser seletiva. Se aceitasse uma nova tarefa, consideraria seriamente retirar alguma outra coisa da minha lista.
Embora essas decisões parecessem boas no papel, achava que seriam difíceis de serem implementadas. Então, encontrei coragem nestes versículos da Bíblia: "Porque não é para que os outros tenham alívio, e vós, sobrecarga; mas para que haja igualdade, suprindo a vossa abundância, no presente, a falta daqueles, de modo que a abundância daqueles venha a suprir a vossa falta, e, assim, haja igualdade" (2 Coríntios 8:13-14).
Às onze horas daquela noite, minha recém-descoberta resolução foi posta à prova, quando uma jovem conhecida que sofria de deficiência visual telefonou e me pediu que fosse vê-la imediatamente. Ela precisava assistir a uma aula logo cedo na manhã seguinte e estava nervosa demais e inexperiente como motorista para dar marcha a ré na entrada para carros íngreme e estreita de sua casa. Eu estava prestes a concordar, sair da cama e atravessar a cidade dirigindo, mas, naquele momento, parei e pensei sobre a inspiração que tivera naquela manhã. Portanto, disse-lhe que não podia ir até lá, mas que oraria com ela para uma solução.
Deus tinha a solução
Ela não ficou satisfeita, mas quando desliguei o telefone, afirmei que suas necessidades seriam supridas. Deus, o Amor sempre-presente, tinha uma resposta. Quinze minutos depois, a jovem telefonou novamente para dizer que um vizinho havia visto luzes na sua varanda e se ofereceu para ajudá-la a dirigir o carro.
Essa experiência mostrou-me que não preciso tentar ser uma supermulher. Deus é a ajuda sempre presente em todas as situações. Meu papel era saber essa verdade, em espírito de oração.
Desde aquela ocasião, minha vida mudou para melhor. Nunca mais agi como uma supermulher. Oro antes de dizer "sim" para alguma coisa e não me sinto culpada caso eu me recuse a fazer algo. Tenho priorizado minhas tarefas. O estresse foi embora. Também, o mais importante, é que reservo um tempo a cada dia para orar por mim mesma e ouvir a orientação do meu Pai-Mãe.
Agora, quando chega o Dia das Mães a cada ano, lembro-me com gratidão a educação que minha mãe me deu e o carinho abnegado que as mulheres ao redor do mundo dão a seus próprios filhos e aos outros. Tal como eu, elas talvez desejem às vezes ser uma "supermulher", ou seja, ser capaz de pular de prédios bem altos com um simples salto, ou coisas desse tipo. Contudo, com a ajuda do amor de Mãe, de Deus, todos nós podemos cumprir nossas tarefas com equilíbrio e graça.
