Estatutos da Igreja Art. 24 O que Deus exige. § 5°. Deus exige que a sabedoria, a economia e o amor fraternal caracterizem todos os atos dos membros de A Igreja Mãe, A Primeira Igreja de Cristo, Cientista (Manual da Igreja Mãe, p. 77).
Fui criada com o conceito de que “economia” significava gastar o mínimo possível e procurar poupar o máximo que conseguisse, a fim de ter reservas para os “dias maus” que poderiam ocorrer. Comecei minha vida profissional com esse conceito. Era solteira, meu salário era bastante bom, mas não conseguia acumular a tal “reserva”. Eu mantinha um caderninho onde anotava todas as despesas, até as mínimas, e, pelas contas, deveria sobrar uma boa parte do salário no fim do mês. Queria poupar para comprar um carro, mas não conseguia, sempre aparecia algum imprevisto, alguma necessidade na família, e havia a inflação.
Conheci a Ciência Cristã nesse período, e comecei a descobrir novos conceitos a respeito de tudo, conceitos espirituais, de acordo com um Deus absolutamente bom, perfeito e infinito. Aquele meu conceito de economia não era infinito, pelo contrário, era cheio de limitações; não era perfeito, pois o resultado não era nada seguro; logo, não era bom e, por isso, não era espiritual.
A Ciência Cristã ensina a raciocinar e a orar a partir daquilo que Deus é e daquilo que Ele cria. O bem que Ele cria e nos dá é infinito, como Ele mesmo. A noção de economia que limita o bem e o considera sujeito à sorte e às contingências do mercado, está fundamentada na crença de que Deus esteja às vezes presente e às vezes ausente. Mas isso é impossível. Ele está sempre presente.
Qual é, então, a economia que, juntamente com a sabedoria e o amor fraternal, deve caracterizar nossos atos? Mary Baker Eddy era muito cuidadosa na escolha das palavras, por isso gosto de utilizar o dicionário para descobrir o significado mais amplo dos termos que ela usou. Geralmente, o significado mais comum de uma palavra não é o mais profundo.
Consultei três dicionários e todos eles trazem aquele sentido conhecido de economia como “controle e moderação das despesas”, mas todos eles dão também um significado que fez acender uma luzinha em minha mente: “Uso racional e eficiente do tempo, do trabalho e dos recursos. Distribuição ordeira de todas as coisas”. Aí está uma definição que nos abre o caminho para entender e praticar uma economia mais espiritual. Podemos fazer o uso mais ”racional e eficiente” daquilo que temos, tanto bens materiais como, e principalmente, nossos talentos, com a sabedoria que vem da Mente divina e com o amor fraternal que refletimos do Amor divino, que é Deus. Fazemos isso, não por medo de que o bem acabe, nem por medo dos eventuais “dias maus”, mas sim porque isso caracteriza a harmonia divina.
Certa vez, um Praticista da Ciência Cristã chamou minha atenção para algo que Mary Baker Eddy escreveu em uma carta a uma igreja da Ciência Cristã de Washington: “A única coisa que merece ser levada em conta é aquilo que fazemos, e o melhor de tudo não é bom demais, mas é economia e riqueza". (The First Church of Christ, Scientist and Miscellany, p. 203). Quando nos empenhamos em fazer o melhor possível em tudo, estamos fazendo economia, no mais amplo sentido da palavra, e isso se reflete em maior em equilíbrio em todos os aspectos de nossa vida, inclusive no financeiro.