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Remover o lixo do pensamento

Da edição de junho de 2010 dO Arauto da Ciência Cristã


Moro perto da Lagoa Rodrigo de Freitas, que, juntamente com as montanhas ao seu redor, forma um dos pontos turísticos mais apreciados de minha cidade, o Rio de Janeiro.

Infelizmente, de tempos em tempos, por uma série de fatores como falta de oxigenação, esgotos e lixo lançados na Lagoa, ocorre grande mortandade de peixes, poluindo ainda mais suas águas e todo o ambiente ao redor. É muito triste ver tantos peixes boiando em toda a sua extensão.

As autoridades locais têm investido em obras para alargar o canal que liga a Lagoa ao mar e para eliminar esgotos clandestinos, assim como em campanhas de conscientização junto à população.

Em uma dessas campanhas, uma grande quantidade de lixo foi recolhida, formando um grande monte, com o objetivo de chamar a atenção e conscientizar a todos sobre a responsabilidade que cada um tem na preservação desse precioso bem que pertence a todos.

Gosto muito de correr em torno da Lagoa, o que faço quase todos os dias. Quando passei pelo monte de lixo, de início, fiquei chocada com a quantidade de resíduos e logo me veio ao pensamento esta frase: "o que está fora é reflexo do que esta dentro". Logo em seguida, fiz uma analogia. Percebi que o lixo representava o pensamento coletivo que paira sobre a cidade, o qual envolve o medo, a violência, a corrupção, a falta de oportunidade e a sensualidade, entre outros problemas.

Infelizmente, também acumulamos individualmente muito lixo em nosso pensamento, o que dificulta que nossa consciência seja inundada com as águas cristalinas da Verdade e do Amor, as quais trazem o frescor e a transparência das bênçãos divinas, isto é, uma maior percepção do amor e do cuidado infinitos de Deus para com cada um de nós, aqui e agora. É comum achar que a maneira correta e racional de viver é aquela que o mundo material nos aponta. Entretanto, estas perguntas de Ciência e Saúde revelam as consequências de tal paradigma: "Qual é o modelo que está diante da mente mortal? Será a imperfeição, a alegria, a tristeza, o pecado, o sofrimento? Aceitaste o modelo mortal? ... O mundo põe-no continuamente diante de teus olhos. O resultado é que ficas propenso a seguir esses padrões inferiores, a limitar a obra de tua vida e a adotar na tua experiência o contorno anguloso e a deformidade dos modelos da matéria" (p. 248).

Acumulamos responsabilidades que, com o tempo, começam a "pesar" em nossa mente. Pode-se, em função disso, desenvolver um senso de responsabilidade pessoal pelo bem-estar de nossa família, pelo progresso de nosso país, pelos nossos amigos, pelas pessoas a quem ajudamos, pelos fatos que ocorrem no mundo. Tudo isso pode nos enredar de tal maneira, que nos vemos totalmente atados, indefesos, sobrecarregados e, muitas vezes, frustrados. Não é isso um tipo de lixo mental do qual precisamos nos livrar? A Bíblia está repleta de promessas, tais como: "...tomai posição, ficai parados e vede o salvamento que o Senhor vos dará..." (2 Crônicas 20:17). Quando compreendemos essas palavras pela leitura inspirada da Bíblia, começamos a nos desvencilhar de todo o peso e passamos a perceber que nossa única responsabilidade é a de "tomar posição", compreender e ser fiel à nossa verdadeira filiação como filhos perfeitos de Deus; tomar posse de nossa herança e, sobretudo, confiar em Deus manter também o coração transbordante de gratidão.

Há algum tempo, senti-me sobrecarregada, pois estava lidando com doenças de familiares, que não seguem os ensinamentos da Ciência Cristã e começando na Prática Pública da Ciência Cristã. Era grande o conflito ao lidar com maneiras de pensar e comportamentos diferentes dos meus em relação à doença. Esforçava-me para não desanimar e me manter firme na Verdade. O assunto em pauta nas reuniões familiares girava em torno de doenças, médicos e remédios. Começavam a ocupar meu pensamento o sentimento de frustração e a pergunta: "Será que estou no caminho certo"?

Certa noite, despertei com uma dor muito forte nas costas; nunca havia sentido nada parecido. Mesmo com o susto, consegui dizer em voz alta que no Reino de Deus não existe dor e que meu ser habita nesse reino. Adormeci de novo, mas logo acordei, tomada pelo pânico, pois a dor era quase que insuportável. Eu só tinha forças para dizer: "Deus é minha vida". Uma de minhas netas dormia com a babá no quarto ao lado. De manhã, para justificar o fato de que eu não conseguia caminhar ereta, eu disse para a babá que estava com "um pouco" de dor nas costas. Tive de pedir a Deus muito domínio para poder levá-las para a casa de meu filho, sem que a babá percebesse o que estava acontecendo. Além de não querer preocupar meu filho, também desejava me manter fora de qualquer influência mental diferente da espiritual.

As dores continuaram muito fortes e eu já não estava conseguindo orar. Decidi pedir ajuda para uma Praticista da Ciência Cristã, que acalmou o meu medo e me fez lembrar que a dor era apenas uma sugestão mental, e, como tal, não tinha nenhum poder. Ela também disse que o amor de Deus por mim é tão grande e tão mais poderoso do que qualquer dor, que nada poderia bloquear ou impedir o meu progresso espiritual. Nada poderia me distrair do meu objetivo de servir a Deus ou de me afastar da minha verdadeira identidade, que é espiritual, a manifestação da perfeição de Deus, que não conhece dor ou sofrimento de qualquer espécie.

Durante dois dias, apesar da dor intensa, apeguei-me com todas as minhas forças aos ensinamentos de Cristo Jesus, por meio da leitura de suas curas na Bíblia, e também a este trecho de Ciência e Saúde: "Quando a ilusão da doença ou do pecado te tentar, apega-te firmemente a Deus e Sua idéia. Não permitas que coisa alguma, a não ser Sua semelhança, permaneça no teu pensamento. Não deixes que o medo ou a dúvida obscureçam tua clara compreensão e tua calma confiança de que o reconhecer a vida harmoniosa—como o é eternamente a Vida—pode destruir toda sensação dolorosa daquilo que a Vida não é ou toda crença naquilo que ela não é" (p. 495).

Compreendi que Jesus curava aqueles que acreditavam em suas palavras por amor a todos. Ele não se intimidava frente aos problemas, fossem eles quais fossem.

Compreendi que Jesus curava aqueles que acreditavam em suas palavras por amor a todos. Ele não se intimidava frente aos problemas, fossem eles quais fossem. Compreendi também que a maior e única responsabilidade que eu tinha com a minha família, meus filhos, noras e netos era a de reconhecer e confiar, de todo o meu coração e com toda a minha força, na onipresença, onipotência e onisciência de Deus; saber que tudo estava sob o controle divino, que tudo estava bem e que nada podia resistir ou obstruir a ação e a manifestação da Verdade, mesmo que as aparências dissessem o contrário. Comecei a entendar que minha responsabilidade em relação à família era a de simplesmente exercer a função que eles esperavam de mim, a de ser uma boa mãe e avó e, acima de tudo, exercer a função que Deus esperava de mim, amar, amar e amar. Mary Baker Eddy escreveu em Não e Sim: "Orar significa utilizar o amor com que Ele [Deus] nos ama" (p. 39). Era isso que eu tinha de fazer, deixar esse Amor fluir.

Após orar dessa forma por três dias, senti-me bem, sem dor, muito agradecida e pronta para atender a uma pessoa que estava necessitando de um tratamento pela oração, confiante de que o Amor divino me inspiraria e supriria todas as minhas necessidades, como mãe, avó e Praticista da Ciência Cristã.

Não procurei saber qual era o diagnóstico ou a causa física da dor, pois a Ciência Cristã ensina que a cura não depende do que os sentidos materiais nos dizem, mas da nossa obediência às leis do Amor, da Verdade e da Vida, e do reconhecimento da nossa natureza e identidade espirituais, para sempre inseparáveis de nosso Criador.

O resultado do trabalho abnegado de remover do pensamento todo o lixo, tudo que é dessemelhante de Deus, vem com a certeza em nosso coração que se torna, com o tempo, um estado de consciência puro e tranquilo que cresce e se expande, ocupando todos os espaços, não deixando lugar para medos, dúvidas ou doenças, isto é, para o acúmulo de lixo. Essa limpeza mental nos dá a certeza, no dia a dia, da realidade eterna do reino de Deus, o bem, e de Sua vontade. Mesmo que dificuldades e sugestões mentais tenham a pretensão de nos assustar e nos afastar da verdade e da realização do bem, seguimos adiante com nosso propósito de cura, porque sabemos que Deus é onipotente.

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