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ESPIRITUALIDADE E CURA

Curar não é uma questão de conversar

Da edição de setembro de 2010 dO Arauto da Ciência Cristã


Uma amiga me contou sobre seu trabalho de oração com uma pessoa que a procurou em busca de cura pela Ciência Cristã. Nada do que minha amiga disse violou qualquer confidencialidade, mas, por ter sido essa sua primeira experiência desse tipo, relatou-me com certa satisfação o quanto lhe fora "revelado" por meio da oração. Explicou-me que havia conversado com frequência com o paciente sobre todas as coisas que precisariam ser corrigidas, antes que a cura pudesse ocorrer.

Não consegui resistir ao desejo de interrompê-la e pergunteilhe se ela ficaria desapontada se a cura ocorresse de forma rápida. Nós dois rimos e ela captou o ponto que eu desejava enfatizar.

Talvez precisemos estar mais preparados para curar, dispensando um longo caminho de aconselhamento e instruções humanas. Embora a oração possa trazer à luz, tanto para o paciente quanto para o praticista hábitos de pensamento que precisam ser corrigidos, a cura, como compreendida na Ciência Cristã, não se trata de uma conversa sobre cura, de uma análise psicológica da personalidade ou mesmo de uma pressão para a confissão de pecados. Ainda que o tratamento da Ciência Cristã se prolongue por um período, permanece o fundamento sólido na oração que silenciosamente reconhece e responde à Mente única, Deus, ao invés de ser uma ação da mente humana.

Ao responder uma pergunta sobre cura, Mary Baker Eddy certa vez comentou: "Não é preciso fazer de cada paciente um aluno, a fim de curar sua doença do momento, se é isso que queres dizer. Se fosse assim, a Ciência teria menos valor prático. Muitos dos que solicitam ajuda não estão preparados para fazer um curso de instrução em Ciência Cristã" (Miscellaneous Writings 1883-1896, pp. 38-39).

Naturalmente, desde os primórdios da cura pela Ciência Cristã, as pessoas que eram curadas provinham de várias denominações religiosas ou de nenhuma. Eram representantes de vários níveis de educação, bem como de progresso moral e espiritual.

Talvez precisemos estar mais preparados para curar, dispensando um longo caminho de aconselhamento e instruções humanas.

Certo jovem, que havia sido baleado no coração, estava sob a expectativa de morte, segundo sua família e os médicos que o examinaram. Ele não conhecia nada sobre a Ciência Cristã, havia perdido a consciência e, portanto, não poderia conversar com o praticista. No entanto, ele começou a reviver minutos após o tratamento pela oração. Logo ficou completamente curado. Sem qualquer argumentação a respeito da teologia da Ciência Cristã, ele recuperou a consciência com um forte desejo de praticá-la e perguntou: "Isto é algo que eu possa aprender e fazer pelos outros"? Mais tarde ele se tornou um Praticista da Ciência Cristã. (Esse relato consta do livro A Century of Christian Science Healing [Um Século de Cura pela Ciência Cristã], pp. 25-29. Um relato anterior de uma cura semelhante a essa pode ser encontrado no livro Miscellaneous Writings 1883-1896, pp. 439–440.

Não há dúvida de que os cristãos podem e devem encorajar-se mutuamente, ajudando-se, uns aos outros, a volver o pensamento rumo a Deus. Um Praticista da Ciência Cristã talvez possa compartilhar exemplos, inspiração, e a verdade espiritual específica. O praticista tem todas as razões para ser profundamente gentil, bondoso e paciente. Entretanto, quando uma pessoa pede tratamento a um Cientista Cristão, ela não está solicitando a atuação de um amigo ou um conselheiro. Ao contrário, ela está pedindo a oração que a envolva, de maneira devota, na verdade espiritual radical, intrínseca ao ser de Deus todo-poderoso e semprepresente, e que exclui qualquer outra força ou fator aparente. Essa oração pode ou não vir acompanhada de recomendações para um estudo espiritual. Não é necessariamente precedida de uma conversa extensa.

Por exemplo, lembro-me de certa vez, em que estava sofrendo de uma dor persistente. Em determinada noite, a dor havia aumentado a ponto de me causar tremores. Era semelhante a uma situação pela qual havia passado anteriormente, há vários anos e da qual fora curado em uma semana pela Ciência Cristã. Dessa vez, contudo, parecia mais difícil. Falei brevemente com um praticista pedindo-lhe ajuda pela oração e, minutos depois, a dor diminuiu e cessou. Esse foi o fim de um problema ocorrido há vinte e cinco anos.

Uma vez que a realidade divina não inclui a doença, a dor ou o mal, mas somente a bondade de Deus, o reconhecimento dessa realidade pode trazer à experiência humana um senso muito diferente a respeito das coisas.

Seja qual for o tempo envolvido para acontecer a cura, a verdadeira base para que ela ocorra não é a persuasão verbal nem a educação gradual; a base permanece no fato espiritual e científico da realidade divina toda abrangente. Uma vez que essa realidade não inclui a doença, a dor ou o mal, mas somente a bondade de Deus, o reconhecimento dessa realidade pode trazer à experiência humana um senso muito diferente a respeito das coisas. Muitas vezes, é necessário um maior crescimento espiritual, tanto por parte do praticista quanto do paciente, a fim de se alcançar tal reconhecimento. Como Mary Baker Eddy, a Fundadora da Ciência Cristã, escreveu: "Pelo arrependimento, pelo batismo espiritual e pela regeneração, os mortais se despojam de suas crenças materiais e de sua falsa individualidade" (Ciência e Saúde, p. 242).

Cristo Jesus mencionou aqueles que, erroneamente, pensam que serão ouvidos por Deus devido a "seu muito falar" (Mateus 6:7). Em realidade, Deus não necessita ser informado de algo que Ele não conheça, isto é, de algo que esteja faltando em Sua expressão perfeita ou Sua imagem e semelhança, o homem. Similarmente, a única inteligência do universo, Deus, ou a Mente, expressa no homem, não precisa ser convencida de algo. Consequentemente, o homem, representando nossa verdadeira identidade e a identidade real daqueles pelos quais estamos orando, tem uma única Mente.

Se cada conversa com os pacientes estiver fundamentada na busca em ouvir o que Deus está revelando, seguramente economizaremos palavras humanas, e vivenciaremos um amor mais eficaz, um conceito espiritual mais inspirado e, consequentemente, curas!

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