Meu voo de Nova Iorque chegara ligeiramente atrasado, mas fiz minha conexão para Chicago com tranquilidade. Na realidade, quando cheguei ao portão de embarque para o voo de conexão, os passageiros já haviam começado a embarcar. Consequentemente, caminhei direto para o avião. Perfeito.
Durante um longo tempo, minha esposa estivera procurando por uma determinada roseira para o nosso jardim. Certo dia, fomos informados de que o viveiro de plantas local a havia recebido e que a muda dessa roseira até mesmo entrara em promoção. Perfeito.
Perfeito?
Existe um anseio natural da mente humana de se certificar de que as coisas funcionem perfeitamente. Entretanto, o desejo de alcançar a perfeição pode levar ao emprego da voluntariosidade, rigidez e formalismo humanos. Caso isso aconteça, o resultado é pressão, estresse e frustração. A livre inspiração e o desdobramento natural são reprimidos. Chamamos esse tipo de comportamento perfeccionismo, visto que busca alcançar a perfeição por meio de esforços humanos. Entretanto, a perfeição não pode ser obtida por meio da vontade humana.
Mary Baker Eddy escreveu que é em vão que procuramos pela perfeição nas organizações humanas ou nas igrejas (ver Não e Sim, p. 41). Simplesmente não é possível alcançar a perfeição na experiência humana e nunca o será. Por que? Porque a experiência humana tem a própria imperfeição embutida em sua premissa.
Seria tal declaração desanimadora? Não deveria, visto que ela nos aponta para uma perspectiva mais elevada a respeito do que é verdadeiramente perfeito. Mary Baker Eddy escreveu: "A norma da perfeição foi originariamente Deus e o homem" (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, P. 470). Em outras palavras: O Espírito e a expressão do Espírito, o homem espiritual. Deus é Espírito, eterno, perfeito. A manifestação de Sua natureza precisa ser expressa em Sua criação, o homem espiritual e o universo espiritual. Portanto, o homem espiritual, à imagem e semelhança de Deus, precisa ser perfeito. Faz sentido que o único Espírito eterno, Deus, e sua expressão eterna possam ser perfeitos. Eles não contêm um único elemento imperfeito, destrutível ou destrutivo, senão, eles não poderiam ser eternos.
No entanto, o mundo que conseguimos discernir com nossos sentidos físicos está longe de ser perfeito. O esforço por objetivos mais elevados é importante e é responsável pelo progresso da humanidade. Mas qual deve ser a força motriz por trás desses esforços, a fim de levar a resultados satisfatórios? Um reconhecimento espiritual de que a perfeição é uma qualidade divina e que se aplica somente a Deus, o Espírito.
A natureza da perfeição de Deus modelará e harmonizará naturalmente nossa experiência, à medida que a mente humana ceder à Mente divina. Isso nos guiará a que? À perfeição humana? Não. À excelência humana.
Aqui está uma publicação interessante da Internet para ilustrar esse ponto. Em 4 de fevereiro de 2010, Scot Herrick escreveu no site www.CubeRules.com um artigo intitulado: "Por que você deveria se esforçar por excelência no trabalho, e não por perfeição".
Ele diz: "Imagine se em um jogo de beisebol, o batedor conseguisse bater uma média de 300 bolas, algo extraordinário comparado à média dos adversários. Entretanto, um perfeccionista se consideraria um completo fracasso se conseguisse bater apenas 7 bolas de 10". Ele salienta que, em termos de rendimento do tempo e melhoria no desempenho, o esforço por excelência é preferível à perfeição.
Será que isso significa que devemos aceitar a mediocridade? Muito pelo contrário. Se fizermos da perfeição não um objetivo humano, mas, em vez disso, um fato espiritualmente estabelecido, encontraremos soluções significativas e "excelentes" com mais facilidade. O reconhecimento da perfeição espiritual na Ciência divina abre nosso pensamento para aceitar o fato de que as soluções humanas são sempre possíveis e disponíveis. A vontade humana, com seu esforço para ser um criador benevolente, cede ao Cristo como a expressão de inteligência, harmonia e saúde divinas.
Sob uma perspectiva metafísica, podemos fazer as seguintes declarações:
• O perfeccionismo é um esforço humano para criar a perfeição como um evento futuro.
• A perfeição é a condição natural da nossa realidade espiritual já existente.
• O reconhecimento da perfeição espiritual resulta em excelência humana. Ao invés de sermos perfeccionistas, descobrimos que podemos ser "excelentistas".
Mary Baker Eddy descreveu em Ciência e Saúde como Jesus fazia valer a perfeição divina sobre a imperfeição humana: "Jesus via na Ciência o homem perfeito, que lhe aparecia ali mesmo onde o homem mortal e pecador aparece aos mortais. Nesse homem perfeito o Salvador via a própria semelhança de Deus, e esse modo correto de ver o homem curava os doentes" (pp. 476-477).
Que fundamento perfeito para resultados excelentes!