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O SEGUNDO SÉCULO DA CIÊNCIA CRISTÃ

Domínio sobre o suposto mal oculto

Da edição de setembro de 2010 dO Arauto da Ciência Cristã


Há pouco tempo, uma amiga me contou que, às vezes, ela percebe que critica um colega membro da igreja, a quem ela realmente admira muito. Disse que esses pensamentos a perturbam, mas que se sente incapaz de se livrar deles, embora a façam se auto condenar, sentir-se triste e, frequentemente, intrigada. Ela desejava saber o que fazer.

A experiência dessa amiga provavelmente não é incomum para a maioria de nós. Nutrir pensamentos que não desejamos parece comum à condições humanas, tais como as de fome e cansaço. Felizmente, há um antídoto eficiente ao nosso alcance, por meio de Deus e do Seu Cristo.

O grande Apóstolo Paulo reconheceu esse fenômeno como uma forma de intrusão mental e se referiu a isso como: "o pecado que habita em mim"; compreendeu também que essa intrusão era hostil às suas inclinações naturais para o bem, o qual é puro e ilimitado. Ele afirmou claramente: "Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço" (Romanos 7:17, 19).

Paulo insistia em que se fizesse uma análise sincera e mais profunda desses pensamentos indesejáveis. Recusava-se a se condenar por causa deles. Ao contrário, compreendia que eram sugestões impostas e não seus pensamentos verdadeiros. Uma das definições da palavra sugestão confirma seu ponto de vista: "o processo mental pelo qual uma ideia é induzida ou adotada por um indivíduo, sem argumentação, controle ou coibição".

Esse grande pensador reconhecia seus pensamentos como naturais, como derivados de Deus: "Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus". Então, raciocinava: "Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim" (Romanos 7:22, 20). Por conseguinte, Paulo estava tão alerta e era tão meticuloso na dissecação das sugestões do mal, que ele conseguia identificar esses pensamentos como oriundos de um sistema de pensamento sutil e oculto, ou de uma influência mental organizada e sistemática, cujo objetivo era minar seus pensamentos naturais e sagrados, introduzindo em sua mente um conjunto de crenças e valores contrários às suas inclinações para o bem. Ele chamou esse sistema intruso de "mente carnal" (Romanos 8:7, versão bíblica King James), ou uma mentalidade fundamentada em uma crença na matéria, cujo método era silencioso, uma sugestão sutil, disfarçada como o próprio pensamento de Paulo. Ele escreveu (talvez possamos referir a palavra lei aqui a uma influência mental organizada, e a palavra membros como se referindo a todo o conjunto de seus pensamentos): "mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros". Ele também diz: "Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim" (Romanos 7:23, 21).

A experiência mostra que, quanto mais alguém tiver inclinação para a santidade, mais feroz é o ataque do mal contra essa santidade.

Paulo compreendia a razão pela qual esse ataque contra sua moralidade inata e natural ocorria: sua bondade, também inata e natural, e que lhe era inerente, ameaçava a própria existência do mal, da mesma maneira que a luz do sol destrói a escuridão; consequentemente, as sugestões adversas e hostis eram a tentativa do mal de preservar sua existência. Era como se a simples presença do amor e da santidade agisse como uma atração para as sugestões contrárias se oporem a essa bondade. Ciência e Saúde explica que a voz inaudível do Cristo, a Verdade, "Desperta 'os sete trovões' do mal e instiga suas forças latentes a expressarem o inteiro diapasão dos tons secretos" (p. 559).

Felizmente, Paulo não desistiu de pôr a descoberto essa influência mental secreta e oculta. Ele foi um grandioso pensador, com um intelecto tão honesto, tão confiante no cuidado e proteção de Deus, que insistiu nessa questão até que desvendou a total dimensão do ataque desse veneno mental, como também o antídoto completo contra esse veneno.

A base fundamental desses ataques é o que ele denominou de "mente carnal". O antídoto completo contra ela é Deus e Seu Cristo. É o poder e a presença constante do Amor divino. "Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor" (Romanos 7:25), e acrescentou: "Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte" (Ibidem 8:2).

A experiência de Paulo não foi algo fora do comum. De fato, é característica de todos os que acalentam valores e conceitos espirituais, em todas as épocas. A experiência mostra que, quanto mais alguém tiver inclinação para a santidade, mais feroz é o ataque do mal contra essa santidade. Ciência e Saúde observa: "... quanto mais alto a Verdade levantar a voz, tanto mais alto o erro gritará, até que seus sons inarticulados sejam silenciados para sempre no esquecimento" (p. 97).

O maior pensador e realizador de obras de todos os tempos, o qual foi o mestre de Paulo, Cristo Jesus, descobriu que também tinha de lutar contra essa mesma influência diabólica de materializar seu pensamento e, até mesmo, de destruí-la, não só nele mesmo, mas em todos que estivessem sob essa influência. Por exemplo, uma tempestade no mar certa vez ameaçou inundar o barco em que Jesus e seus discípulos estavam, afundando-o e afogando a eles todos. Tenho a impressão de que Jesus não considerou isso como um simples ato da natureza, mas como um ataque odioso e impessoal à sua missão. Com a autoridade que lhe fora outorgada por Deus, ele ordenou: "Acalma-te, emudece!" (Marcos 4:39).

Jesus sabia que seus seguidores, em todos os tempos, precisariam aprender a lidar com essa oposição inescrupulosa e invejosa. Portanto, ele tratou de proteger a eles e a nós. Mary Baker Eddy descreve esse cuidado assim: "O método usado por Jesus consistia em instruir, ele mesmo, seus discípulos; e velou por eles e os protegeu até o fim..." (Retrospecção e Introspecção, p. 89). Ele também aconselhou: "Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas", e acrescentou: "E acautelai-vos dos homens ... Sereis odiados por todos por causa do meu nome..." (Mateus 10:16, 17, 22). Muitas vezes, e de múltiplas formas, Jesus instruiu a seus seguidores a "vigiar". Isso significa se manter mentalmente desperto e alerta, especialmente com o propósito de se proteger. De modo significativo, Mary Baker Eddy começou o querido Sexto Artigo de Fé de sua Igreja com estas palavras: "E prometemos solenemente vigiar..." (Ciência e Saúde, p. 497).

Tal como Paulo, nosso Mestre também conhecia o antídoto completo e absoluto contra esse elemento venenoso do pensamento mortal e o recomendou aos seus seguidores. Ele disse simplesmente: "...aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo" (Mateus 10:22). Perseverar é continuar firmemente na verdade a respeito de Deus e do homem, como o Criador perfeito e a criatura perfeita. Em realidade, somos como criancinhas sob o terno cuidado de pais atentos. Nenhum de nós é vulnerável. O cuidado amoroso de Jesus por seus discípulos era oriundo do único Deus onipotente, cuidado esse que poderia ser resumido nestas palavras do Salmista: "Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem" (Salmos 91:11). O fato bom é que a totalidade do Amor divino põe a descoberto e revela toda insinuação da sugestão maligna e anula suas mais intrincadas e ocultas intenções. Todo seguidor está totalmente a salvo no Amor divino.

Não admira que Mary Baker Eddy também teve de enfrentar esse ataque mental, sutil e oculto. Tal como outros grandes pensadores, a pureza espiritual de seu pensamento atiçou especialmente os elementos obscuros do mal, cuja existência essa pureza ameaçava. "As verdades mais patentes", escreveu ela, "atraem contra si o maior número de falsidades, porque fazem sair o erro de seu esconderijo". Ela afirma de maneira franca: "As formas brandas do magnetismo animal estão desaparecendo e seus aspectos agressivos vêm à tona" (Ciência e Saúde, pp. 97, 102).

Recentemente, um amigo disse que quando releu essa frase foi levado a se perguntar: "Devo acreditar nela"? Teve de admitir que, até aquele momento, ele não havia levado a sério essas palavras ou suas implicações. Ao contrário, tomou-as como um comentário casual.

Logo após sua descoberta da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy acalentava o desejo ao qual se referiu como: "ardentes esperanças de que a Ciência Cristã encontrasse aceitação imediata e universal". Mas logo se desiludiu dessas esperanças, à medida que "...compreendia a vastidão da Ciência Cristã, a fixidez das ilusões mortais e o ódio humano à Verdade..." (Ciência e Saúde, p. 330). Por conseguinte, naquilo que talvez possa ser considerado uma amplificação desse sentimento, Ciência e Saúde também declara: "Os teares do crime, ocultos nos escaninhos escuros do pensamento mortal, estão tecendo a toda hora tramas mais complicadas e sutis" (p. 102). A maioria dos Cientistas Cristãos considera essa afirmação como uma análise sincera e perspicaz, e não um comentário casual.

"Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas".

Está claro que esta é uma época em que se deve estar especialmente desperto e alerta para a dimensão e o destino verdadeiros e majestosos da Ciência Cristã, como também para a oposição maligna a ela e para o domínio sublime do Cristo sobre todo mal. É interessante notar que o ódio humano à Verdade está conectado à vastidão da Ciência Cristã. Talvez pudéssemos concluir que, se a Ciência Cristã não fosse tão ampla, não fosse tão imensa em importância, alcance e potencial para a raça humana, ela não seria tão sistemática, amplamente deturpada, mal compreendida e, por conseguinte, não sofreria oposição por parte da teologia tacanha e da medicina materialista, as quais seriam abençoadas pela Ciência se fossem menos rígidas.

Considerando-se as recomendações consistentes dos mensageiros de Deus sobre o tema da manipulação mental, é intrigante que alguns pensadores hoje minimizem a importância de tratar ou mesmo reconhecer a aparente presença e ação de elementos mentais maliciosos. Mary Baker Eddy observou: "Certos indivíduos são da opinião de que a cura-pela-Mente na Ciência Cristã deveria ter dois lados e só denunciar o erro em geral, nada dizendo, em particular, do erro que está desgraçando os homens. São partidários de uma paz conveniente e falsa, coando mosquitos e engolindo camelos" (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, pp.210-211).

Como resultado dessa inclinação desnatural de ignorar o erro, a maior parte do pensamento contemporâneo descarta o magnetismo animal como ilusão de uma imaginação exacerbada. Entretanto, a experiência e humilde submissão à profunda sabedoria, as quais sustentam a citação acima, indicam que descartar o magnetismo animal o livraria de uma observação mais minuciosa. Alguns talvez pudessem até mesmo caracterizá-lo como ingenuidade, imaturidade espiritual e desatenção. Seu efeito é o de expor pessoas, famílias, igrejas e comunidades às sugestões dissimuladas que as destroem, confundem e envergonham. Mary Baker Eddy adverte: "A sabedoria da serpente é esconder-se" (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883-1896, p.210).

Sem dúvida, a Ciência Cristã revela que Deus é todo o bem e que Ele criou o homem à Sua imagem e semelhança.

Existem razões para que a frequência na Escola Dominical e na Igreja tenha diminuído e para que muitas Salas de Leitura da Ciência Cristã sejam ignoradas pelos transeuntes. Esses e outros efeitos não constituem um mistério. Não poderiam essas influências malignas estar atuando, silenciosa e sutilmente, nas mentalidades inocentes a fim de induzi-las a crenças e a comportamentos que afastariam os corações humildes que buscam a Deus? Se esse for o caso, e se essas influências não forem reconhecidas e revertidas, elas parecerão ter livre acesso às suas vítimas inocentes e à nobre organização, a Igreja, tão cheia de potencial para a elevação da raça humana. Elas parecerão bloquear, atormentar e solapar seus próprios fundamentos no Amor divino. Condenar a nós mesmos ou a outros pelas falsas crenças é, em muitos casos, encobrir o verdadeiro culpado, que é o ódio organizado à verdade. Ciência e Saúde alerta o mundo: "Um conhecimento do erro e de suas maquinações tem que preceder aquela compreensão da Verdade que destrói o erro, até que o inteiro erro mortal, material, finalmente desapareça, e a verdade eterna, isto é, o homem criado pelo Espírito e proveniente do Espírito, seja compreendido e reconhecido como a verdadeira semelhança do seu Criador" (p. 252).

Em algumas ocasiões, os Cientistas Cristãos parecem inclinados a admitir tão somente a terna totalidade de Deus, que parece que eles não estão cientes da aparente presença e influência do mal. Mary Baker Eddy observa: "Esse caminho equivocado, que oculta o pecado a fim de manter a harmonia, dá rédeas soltas ao mal, permitindo-lhe primeiramente arder em brasas ocultas e depois irromper em labaredas devoradoras" (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 211). Sem dúvida, a Ciência Cristã revela que Deus é todo o bem e que Ele criou o homem à Sua imagem e semelhança. Na verdade, o mal é absolutamente irreal, ausente, impossível. Pensadores espirituais esclarecidos se apoiam tranquilamente nessa verdade. Entretanto, sabe-se com segurança que Mary Baker Eddy aconselhava repetidamente: "Vejam o que o mal está tentando fazer, saibam que ele não pode fazê-lo e se certifiquem que ele não o fez" (ver Calvin Frye Diary [Diário de Calvin Frye] EF113, The Mary Baker Eddy Collection, The Mary Baker Eddy Library, Biblioteca Mary Baker Eddy]). Conforme mencionado acima, tanto ela como Jesus admoestavam seus seguidores a "vigiar". Ela disse: "Cientistas Cristãos sede uma lei para vós mesmos, para que a má prática mental não vos possa prejudicar, quer estejais adormecidos, quer estejais despertos" (Ciência e Saúde, p. 442).

O amor de Deus pelo homem e a abrangência infinita desse fato é tudo o que é verdadeiro no universo.

Será possível que o mundo necessite de uma compreensão mais clara a respeito do uso que Mary Baker Eddy fazia das palavras alguma coisa e nada? O momento sagrado do despertar espiritual, o qual satisfaz inteiramente aos que buscam aquilo que é espiritual, surpreende e enfurece o intelecto humano, preso na mentira de vida na matéria. Ciência e Saúde registra: "Esse pensamento acerca da nulidade material humana, que a Ciência inculca, enfurece a mente carnal e é a causa principal do antagonismo dessa mente" (p. 345). Talvez uma das maiores necessidades atuais da cristandade seja a de uma perspectiva mais inspirada e equilibrada a respeito da totalidade de Deus e da ação aparentemente oculta de uma oposição implacável e dissimulada a essa verdade sagrada. Observadores atentos notam que a docilidade espiritual é ingênua e vulnerável, até que ela seja fortalecida por um vigor espiritual que admite, cientificamente, a aparente presença dos elementos ocultos e secretos do mal e, então, os destrói de modo sistemático, mediante a compreensão de que o mal é nada diante da totalidade de Deus!

Indubitavelmente, o mundo está preparado para a "profundidade, a dimensão e a demonstração" do "segundo século da Ciência Cristã". Ele o está exigindo. O Consolador prometido não teria vindo se seu tempo não tivesse chegado ou se ele pudesse ser destruído com êxito pelo antagonismo organizado. Cristo, a Verdade, está aqui para ficar. A totalidade de Deus significa que o mal é nada. O amor de Deus pelo homem e a abrangência infinita desse fato é tudo o que é verdadeiro no universo. As pessoas instintivamente tomam conhecimento disso, à medida que o fardo de sugestões malignas é dissolvido pelo Amor divino. Na verdade, não existe nenhuma vulnerabilidade temerosa diante dos elementos maliciosos do mal, ou uma relutância em atacá-los. É provável que nosso Salvador amado e querido, Cristo Jesus, tenha nos garantido nossa segurança e vitória, da melhor forma possível, quando nos prometeu, referindo-se ao Cristo sagrado e sanador que ele plenamente representava: "Eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século" (Mateus 28:20).

"O que habita no esconderijo do Altíssimo descansa à sombra do Onipotente..." (Salmos 91:1, conforme a versão bíblica King James). O mal não tem nenhum poder nem presença diante de Deus. "Ri-se aquele que habita nos céus..." (Salmos 2:4).

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