Essa é uma pergunta que podemos nos fazer frequentemente, mesmo que sejamos membros de A Igreja Mãe ou de uma de suas filiais há décadas.
Às vezes, meu coração canta com a emoção viva da filiação à igreja. Em outras ocasiões, luto com uma concepção tradicional de filiação, mais relacionada às aparências do que ao coração; mais ao que fazer ou não fazer, em vez de deixar que o Cristo me ilumine para que eu possa compartilhar o Consolador com um mundo ávido por ajuda. Além disso, ao orientar prováveis futuros membros da igreja, algumas vezes tenho enfatizado mais o comparecimento aos cultos, a contribuição financeira e o libertar-se de alguns hábitos impróprios (por mais relevantes que essas coisas possam ser), do que a inestimável bênção de se tornar um membro do corpo de Cristo!
Essa foi a maneira como o Apóstolo Paulo falou sobre a filiação à igreja, ao escrever insistentemente aos cristãos da igreja de Corinto. Os membros ali, alguns judeus, outros genitios, alguns escravos, alguns conservadores, outros liberais, haviam se dividido perigosamente (ver J.R. Dummelow, The One Volume Bible Commentary [Comentário Bíblico em Único Volume],pp.889-921).
Paulo primeiro considerou as questões que dividem a congregação, tais como: matrimônio, divórcio, celibato, doutrina, circuncisão, rogando a eles que buscassem a união. Em seguida, tocouno âmago do igreja. Ao comparar a unidade do corpo humano, ele argumenta que cada "membro" é uma parte indispensável do todo. Cada um tem um dom espiritual vital para contribuir, exatamente como cada parte do corpo humano, ou seja, o olho, o ouvido, a cabeça, qualquer membro, tem uma função essencial a desempenhar. A diversidade dos membros constitui a força deles! O bem-estar dos membros da igreja está na unidade, cuidando uns dos outros, apesar das diferenças. Então, surge o ápice da conclusão de Paulo: "Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo" (ver 1 Coríntios 12: 1-31).
Nosso ministério de cura para um mundo que o aguarda, começa com nossa própria prática da cura de uns para com os outros
Portanto, estar preparado para a filiação à igreja tem a ver com desejar realmente pertencer ao corpo de Cristo. Almejar que o ímpeto de amor e de cura do Cristo transforme a nós, a nossa igreja e o nosso mundo. Seria sentirmonos tão unidos aos nossos colegas membros da igreja, que não mais os excluiríamos de nossas orações ou de nosso amor (ou de nosso perdão, se necessário!), da mesma forma que não separaríamos certas partes do corpo humano do seu todo, uma vez que a nossa salvação está profundamente ligada à salvação dos demais membros da igreja. Nossa união acelera o crescimento espiritual individual de todos. Por conseguinte, nosso ministério de cura para um mundo que o aguarda começa com a nossa própria prática da cura de uns para com os outros.
Não é de admirar que Mary Baker Eddy tenha escrito que o comprometimento da filiação à igreja significa nascer de novo! A filiação reorienta o pensamento, que se eleva rumo a Deus e que se dirige exteriormente uns aos outros e à humanidade. Ela exige que o ímpeto sanador em nós avance de forma audaz. "Só nos podemos unir a essa igreja à medida que nascemos de novo do Espírito", explica Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, "e alcançamos a Vida que é a Verdade e a Verdade que é a Vida, produzindo os frutos do Amor expulsando o erro e curando os doentes" (p. 35).
Pode ser que às vezes os colegas membros da igreja ou os novos candidatos à filiação pareçam menos do que perfeitos, não merecedores do nosso cuidado. Entretanto, nessas ocasiões não estariam eles realmente em busca da nossa ajuda, do nosso amor e da nossa oração? Talvez necessitem seriamente do profeta em cada um de nós para ajudá-los a encontrar o Cristo dentro deles mesmos. Por conseguinte, quem poderia fazer isso melhor do que nossos colegas membros do corpo de Cristo?
A filiação real à igreja significa amar nossos colegas Cientistas Cristãos o suficiente, a fim de vermos além das aparências
Há alguns anos, uma colega membro de A Igreja Mãe agiu dessa forma comigo, em uma das "reuniões locais" que sua igreja estava patrocinando para O Conselho de Diretores. Eu estivera tossindo e espirrando o dia todo e estava no toalete lidando com os sintomas desagradáveis de gripe. Uma senhora, que eu nunca havia encontrado antes, entrou, percebeu a situação e me ofereceu uma caixa de lenços de papel. Em seguida, abraçou-me e disse: "Todos nós amamos taaaaanto você, Mary". Sai daquele toalete me sentindo bem e a caminho da cura!
Bem distante dali, do outro lado do mundo, na Ásia, durante outra reunião, vimos toda uma congregação pôr seus braços ao redor de um jovem que estava quase chorando. Ele declarou o quão profundamente desejava se unir a A Igreja Mãe, embora, devido à pressão de amigos, ele ainda não houvesse conseguido parar de beber bebidas alcoólicas. Perguntamos à congregação se eles o apoiariam em oração, para que o desejo de seu coração pudesse ser cumprido. Então, em um momento que nunca poderá ser esquecido, todos concordaram!
Para mim, todas aquelas queridas pessoas resumiram o que significa a filiação real à igreja. Significa amar nossos colegas Cientistas Cristãos o suficiente para olharmos além das aparências, a fim de descobrirmos sua santidade e inteireza diante de Deus. Significa deixá-los fazer o mesmo por nós. Significa o ministério crístico, paciente e sanador, de uns para com os outros e para com o mundo.
