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O macarrão... e uma nova perspectiva

Da edição de janeiro de 2011 dO Arauto da Ciência Cristã


"Mamãe! O que você está fazendo?!" O grito horrorizado da minha filhinha ecoou pela cozinha. Parei e a encarei atônita.

"Estou preparando o jantar", respondi. Entretanto, ela continuava alarmada.

"Mas você acaba de jogar o macarrão pelo ralo!"

Agora estávamos na mesma sintonia, mas eu só conseguia rir diante de sua preocupação. Depois que a peguei no colo para que desse uma rápida olhada na pia, ela começou a rir também. Ela não conseguira enxergar, porque estava muito acima do ângulo de visão de uma menininha de sua idade, que havia um escorredor de macarrão dentro da cuba da pia para reter o macarrão quando a água fervente fosse drenada. Obviamente, ela nunca havia presenciado isso antes, e minhas ações pareceram a ela como algo sem sentido e que poria um fim ao seu prato favorito, pelo qual ansiosamente esperava.

Uma perspectiva pode fazer toda a diferença na vida. Entretanto, o que eu realmente gosto sobre lições como essa, em que uma nova e correta perspectiva aparece, é que nunca retrocedemos em termos de compreensão. Passaram-se aproximadamente dois anos para que minha filha crescesse o suficiente para alcançar a pia, mas ela nunca mais achou que eu estivesse jogando o macarrão ralo abaixo. Mesmo que não conseguisse enxergá-lo, ela aprendeu a lição de como tudo funciona e passou a confiar nos resultados.

Uma vez que realmente compreendemos um novo conceito, as bênçãos e o crescimento espiritual que ele traz nunca nos podem ser tirados

Durante a época em que trabalhei como professora da pré-escola e do ensino fundamental, descobri que o mesmo padrão progressivo vale para as leis e regras que sustentam os fundamentos acadêmicos. Sentia uma imensa alegria nos momentos em que a proverbial luz se acendia e uma criança compreendia que aqueles sinais sobre a página formavam palavras e que ela podia lê-las. Que mudança de perspectiva essa compreensão traz, a ponto de transformar nossa vida! De repente, o mundo se enche de palavras, onde exatamente poucos momentos antes havia apenas sinais estranhos.

Em minha própria vida, descobri que as lições aprendidas a respeito da natureza espiritual do universo não são diferentes nem menos impressionantes em seu efeito sobre minha percepção ou perspectiva. Exatamente como o aprender a ler, alcançar o senso mais verdadeiro de nossa gloriosa união com Deus, que é a fonte do bem eterno, faz tudo se revelar de uma maneira totalmente diferente daquela que tínhamos no dia anterior. Uma vez que realmente compreendemos um novo conceito, as bênçãos e o crescimento espiritual que ele traz nunca nos podem ser tirados.

Há algum tempo, passei várias horas lutando para compreender o conceito espiritual de que minha vida não é apenas completa, mas também nova e viçosa a cada momento. Amigos queridos, cujo discernimento eu aprecio, asseguraram-me que eu estava no caminho certo em minhas orações. Por conseguinte, senti confiança e determinação em meus esforços. Tinha de obter essa nova perspectiva por mim mesma. Precisava realmente compreendê-la.

O que finalmente fez todo o sentido para mim foi obter um vislumbre daquilo que é frequentemente chamado de "o eterno agora"

Mergulhei em tudo que Ciência e Saúde tinha a dizer a respeito da criação. Olhe que não é pouco! Existe um capítulo inteiro dedicado a esclarecer o significado espiritual dos capítulos de abertura do Gênesis na Bíblia, e muitas outras seções que explicam o relacionamento entre Deus e toda a criação, inclusive o homem e a mulher criados à imagem de Deus.

Percebi uma coisa importante: que embora Mary Baker Eddy falasse sobre a criação em um sentido completo e espiritual, ela utilizava sobretudo verbos no tempo presente, como, por exemplo, nesta frase: "A Mente infinita cria e governa tudo..." Logo em seguida, no mesmo parágrafo, ela escreveu: "...A criação está sempre se manifestando e tem de continuar a manifestar-se eternamente, por causa da natureza de sua fonte inesgotável" (Ciência e Saúde, p. 507). Mas eu ainda lutava com a questão de como a criação poderia ser, ao mesmo tempo, tanto completa quanto contínua.

Em minha própria vida, descobri que as lições aprendidas a respeito da natureza espiritual do universo não são diferentes, nem menos impressionantes em seu efeito sobre minha percepção ou perspectiva.

O que finalmente fez todo sentido para mim foi obter um vislumbre daquilo que é frequentemente chamado de "o eterno agora". Compreendi que o que estamos vendo aqui, nesta experiência humana, envolve um senso mortal de vida que começa, corre seu curso e, em seguida, termina, talvez com algum tipo de experiência de vida após a morte, na sequência. Entretanto, percebi que esse não é realmente o caso; estava aprendendo que a vida que existe na eternidade, não tem começo nem fim. Aquela maravilhosa frase do Gênesis "no começo" (conforme a versão bíblica King James) poderia ser mais bem traduzida como "no princípio" (conforme a Bíblia em português de João Ferreira de Almeida), sem qualquer grande ponto de partida. Não havia nenhum "big bang" para a criação de Deus, caso contrário, logicamente haveria também algum final dramático.

À medida que continuamos a explorar, e a progredir, cada dia está em aberto para novo aprendizado, pronto para proporcionar novas mudanças na percepção.

Quando realmente "assimilei" isso, senti-me espiritualmente elevada

"O infinito não principia", afirma Ciência e Saúde. "Essa palavra princípio é empregada para significar o único—isto é, a eterna verdade e unidade constituída por Deus e o homem, a qual inclui o universo" (p. 502). Consequentemente, uma vez que existimos espiritualmente no "único", a realidade atual do universo, uma criação completa que é nova e enternamente viçosa, torna-se lógica. A verdadeira existência espiritual está acontecendo somente no eterno agora, no qual não existe passado, presente ou futuro; apenas a perfeição da criação de Deus, contínua e permanentemente gloriosa.

Quando realmente "assimilei" essas ideias, senti-me espiritualmente elevada, da mesma forma como eu havia levantado minha filha quando ela precisou ver a mecânica da preparação do macarrão. Tudo fazia sentido! A partir dai, não se pode mais retroceder.

Captar esse conceito não só foi fundamental para mim, como também se constituiu em uma plataforma de lançamento para se alcançar um pensamento ainda mais inspirado. Essa forma de pensar lançou uma nova luz sobre a razão pela qual todos podemos refutar, em nossas orações, a realidade do sofrimento mental e físico, uma vez que ele não ocupa nenhum lugar nesse agora eternamente espiritual, harmonioso e perfeito, e que Deus está constantemente criando e governando. Isso acrescenta firmeza à busca para que vejamos e sintamos nossa perfeição espiritual exatamente neste momento.

Aqueles primeiros passos para se compreender como se pode juntar sinais em palavras para depois lê-las, ou, até mesmo, como se cozinha o macarrão, são grandes descobertas, mas não param por aí. À medida que continuamos a explorar, e a progredir, cada dia está em aberto para novo aprendizado, pronto para proporcionar novas mudanças na percepção. Uma percepção espiritual ilimitada converge para o foco. O que realmente me entusiasma é o fato de saber que, cada vez que abrir Ciência e Saúde, haverá uma nova mudança de perspectiva, exatamente à minha espera!

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