O ano de 1975 marcou um período de novos começos. Entre muitas coisas maravilhosas que ocorreram comigo, está a que considero de primordial importância: começar a estudar a Ciência Cristã.
Até aquele momento, eu me encontrava em um oceano de dúvidas, sem saber que rumo tomar. Após o início do estudo da Ciência Cristã, fui inspirado a exercer uma atividade que mais tarde viria a influenciar muito a minha opção profissional, pois me impulsionou a cursar a Faculdade de Letras.
Depois da graduação universitária, pensei; "agora tenho uma profissão, as coisas acontecerão naturalmente". Entretanto, não comecei a exercê-la imediatamente. A organização de âmbito nacional em que trabalhava mudou suas regras de admissão e promoção. Então, vi-me com possibilidades de crescimento muito limitadas. Em 1995, após 15 anos de trabalho naquela instituição, acabei sendo dispensado, o que me fez ficar bastante desanimado quanto ao meu futuro profissional.
Enveredei por outras atividades na esperança de encontrar provisão. Abri, por exemplo, um negócio próprio, que não teve êxito. O tempo foi passando e eu gastei todas as economias que restavam, oriundas de minha indenização. De repente, estava sem nenhuma atividade e com muitas dívidas; devia inclusive a amigos que haviam me emprestado dinheiro.
A situação não era nada animadora. Minha esposa, que também é Cientista Cristã, orava com muita firmeza e esperança. Nossos familiares também nos ajudaram. No meu íntimo, sabia que essa era uma ótima oportunidade de provar o que havia aprendido pelo estudo diário da Lição Bíblica Semanal, que consta do Livrete Trimestral da Ciência Cristã.
Gradativamente, fui abrindo espaço no pensamento para enxergar a orientação divina, o que nos dava forças para continuar. Sabíamos, também, que a batalha era de Deus, e não nossa. Precisávamos apenas continuar a orar e a ficar atentos ao direcionamento divino.
Inspirou-me bastante esta passagem de Ciência e Saúde: "O Amor nos inspira o caminho, iluminao, no-lo designa e nele nos guia" (p.454). Também encontrei apoio na história da viúva de Sarepta, que devido à falta de suprimento, se preparava para morrer com seu filho após preparar a última refeição com o que lhe restava em casa, um punhado de farinha em uma panela e um pouco de azeite em uma botija. Mas o profeta Elias trouxe esperança e provisão para a viúva, por meio desta promessa: "Porque assim diz o Senhor, Deus de Israel: A farinha da tua panela não se acabará, e o azeite da tua botija não faltará..." (1 Reis 17:14). Ponderei sobre o fato de que eu tinha toda a inspiração necessária para seguir por um caminho de realização profissional e de constante provisão, bastava continuar a colocar em prática os ensinamentos da Ciência Cristã e a confiar em Deus.
Esse pensamento me ajudou também a abandonar pensamentos de limitação, como o de que a idade seria um obstáculo ou que, possivelmente, eu não conseguiria colocação no mercado de trabalho, muito menos com carteira profissional assinada.
Por analogia à história da viúva de Sarepta, reconheci que meu "azeite" era a minha fomação acadêmica. Dessa forma, senti-me inspirado, no começo de 2003, a me anunciar como professor de Língua Portuguesa em jornais locais. Logo comecei a receber chamados e a dar aulas particulares. Também fui divinamente guiado a preparar meu currículo e a enviá-lo às escolas de ensino médio que poderiam me empregar como Professor de Português. O mais importante, contudo, foi mandá-lo para uma escola específica, pois senti que estava sendo conduzido pela mão de Deus. Para minha satisfação, em aproximadamente três meses, quando eu menos esperava, essa escola me convidou para uma entrevista e logo me contratou. Nisso ficou bem claro o poder da orientação divina, pois ninguém me indicou nem me alertou que poderia enviar o currículo para lá. Trabalhei nessa escola por cinco anos, e exerci a minha profissão em um lugar rico de bênçãos, até me aposentar.
Outro momento significativo do meu estudo da Ciência Cristã foi quando, tendo em vista a dificuldade econômica, nós não estávamos contribuindo financeiramente para a manutenção da igreja filial que frequentamos, pois achávamos que se déssemos na coleta, o dinheiro faltaria para o nosso sustento. Isso durou por muito tempo, até que minha esposa e eu resolvemos que não deveríamos deixar de ajudar a igreja. Assim, passamos a separar mensalmente uma parte de nossa renda para a coleta da igreja.
Temos sido muito abençoados por tomar essa atitude. Percebo que se cumpriu esta promessa bíblica: "Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida" (Malaquias 3:10). Ficou bem claro para nós que, quando confiamos em Deus, Suas promessas são cumpridas, de uma forma que traz bênçãos e sustento constantes.
Durante esse tempo, minha esposa foi Primeira Leitora da igreja da Ciência Cristã que frequentamos e exercia sua função com determinação, sabendo que todos seríamos beneficiados com os frutos desse trabalho sagrado, pelo crescimento espiritual que traz.
De fato, fomos capazes de pagar os estudos de nossa filha em uma faculdade particular. Ela também foi abençoada, pois, após se formar em Educação Física, conseguiu um cargo na mesma escola em que lecionei. Ela agora é funcionária pública por concurso e está bem estabilizada financeira e profissionalmente.
Conseguimos saldar todas as dívidas acumuladas durante o perído de meu desemprego, e o risco de perder nosso apartamento por falta de pagamento não existe mais. Atualmente, continuo a dar aulas particulares, mesmo estando aposentado. Deus nos tem honrado de diversas formas, e nada nos falta.
 
    
