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O SEGUNDO SÉCULO DA CIÉNCIA CRISTA

Mary Baker Eddy: sua liderança contínua

Da edição de fevereiro de 2011 dO Arauto da Ciência Cristã


Algumas vezes com apreço, outras de maneira incisivamente crítica, jornalistas, estudiosos, e outros observadores têm frequentemente analisado a forte liderança e a inteligência de Mary Baker Eddy. Em um processo judicial movido contra Mary Baker Eddy, quando já estava com oitenta e sete anos, um respeitável promotor público foi levado a constatar, meio a contragosto: "A Sra. Eddy estava mais afiada do que uma armadilha de aço" (Reminiscências de Minnie A. Scott, The Mary Baker Eddy Collection, The Mary Baker Eddy Library [Biblioteca Mary Baker Eddy]).

Os Cientistas Cristãos podem certamente compreender o que esse promotor estava falando! Entretanto, eles não estão propensos a se identificar com esse ponto de vista. A razão não se deve apenas ao fato de que ele representava a parte oposta, mas também devido ao fato de que os Cientistas Cristãos não tendem a analisar a inteligência de Mary Baker Eddy sob aspectos pessoais.

As curas que vivenciamos pouco têm a ver com a mente humana. Referem-se a uma crescente compreensão de que tudo é Mente divina, não matéria. Fomos apresentados a esse Espírito ou Mente, não como uma doutrina ou um ideal abstrato, mas como uma presença maravilhosamente amorosa. De fato, o que é percebido como o terno cuidado de Deus, quando alguém é curado pela Ciência Cristã, está relacionado com a suprema realidade de Deus, que é o próprio Amor, como nos ensina o Novo Testamento.

Reconhecidamente, ainda estamos aprendendo sobre tudo isso, mas a Ciência do Cristianismo nos guia continuamente para uma compreensão mais profunda.

Liderança fundamentada na revelação

Mary Baker Eddy compreendeu, por ocasião de sua descoberta da Ciência Cristã, que a noção da mente humana de ter sua própria identidade e vida separadas de Deus, era produto do pecado, da ignorância, ou seja, uma evidente falta de vivência espiritual. Mais tarde, no livro-texto da Ciência Cristã, ela explicou: "O Espírito é o Ego que nunca sonha, mas compreende todas as coisas; que nunca erra, e está sempre consciente; que nunca crê, mas sabe; que nunca nasce e nunca morre" (Ciência e Saúde, p.250).

Para Mary Baker Eddy, essa revelação todo-abrangente tornou possível sua liderança forte, atraente, amorosa e eficaz. Trouxe-lhe a inabalável convicção do propósito e direção de Deus, mesmo diante do que poderiam ter sido ataques pessoais acachapantes e uma oposição arrasadora. No entanto, muito tempo após a revelação da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy continuou a sentir necessidade de saber mais sobre o único EU SOU ou Ego. Ela escreve no Prefácio de Ciência e Saúde: "Hoje, embora se regozije com algum progresso, ainda se encontra à porta celestial como discípula submissa, esperando a vinda da Mente de Cristo" (p.ix).

O cristianismo tradicional, desde o princípio, já havia adotado a importância da humildade diante de Deus e o sacrifício de si mesmo, o que exigia que se abrisse mão de coisas, de desejos, de objetivos impelidos pelo ego, de formas de pecado. Mas essas escolhas morais são apenas o começo do que é extremamente necessário. Se, de fato, a Mente divina e o Amor divino são as realidades subjacentes do universo, e eles o são, então, nossa maior necessidade não seria abandonarmos o inteiro senso espúrio do eu, ou seja, aquele "velho homem" a que se refere o Novo Testamento (ver Efésios 4:22–24)? Abnegar-se significa muito mais do que simplesmente ser altruísta!

"Eu nada posso fazer de mim mesmo" (João 5:30)

Essa nova consciência abnegada, concedida inteiramente por Deus, trouxe curas magníficas, puramente mediante meios espirituais, àqueles com quem Mary Baker Eddy se encontrava. Pela primeira vez, desde os primórdios do cristianismo, Jesus estava sendo compreendido de novo, de forma completa: "Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço..." (João 14:12).

As pessoas que Mary Baker Eddy curou lhe eram, muitas vezes, completamente desconhecidas, tais como: um atleta de circo, um carpinteiro, um vendedor de móveis, um desafeto. Em outras ocasiões, essas pessoas eram membros de sua família e conhecidos: uma sobrinha, o filho de uma vizinha, os queridos e amados membros de sua igreja que trabalhavam em sua casa. Um livro, extremamente útil e oportuno, publicado pela Sociedade Editora da Ciência Cristã: Mary Baker Eddy: Christian Healer, Amplified Edition [Mary Baker Eddy: Uma Vida Dedicada à Cura, Edição Ampliada], de Ivonne Caché Von Fettweis e Robert Townsend Warneck, 2009, oferece-nos um panorama cativante das curas que começaram a emanar de forma tão natural, do discipulado cristão consciencioso de Mary Baker Eddy.

Um comentário que ela certa vez proferiu a uma aluna ajuda a captar a dimensão da realidade divina que ela percebia por trás dessas curas. Ela disse: "Eu via o amor de Deus envolvendo o universo e o homem, enchendo todo o espaço, e esse Amor divino permeava de tal modo toda a minha consciência que eu amava com a compaixão do Cristo tudo o que via. Essa compreensão do Amor divino dava expressão àquela 'beleza da santidade, a perfeição do ser' (Ciéncia e Saúde, p. 253), que curavam e regeneravam e salvavam todos os que me procuravam para pedir ajuda" (We Knew Mary Baker Eddy, p.68).

"Chamadas a restaurar a fé desvanecente de muitos"

Mais do que qualquer outro líder religioso dos últimos dois milênios, Mary Baker Eddy compreendeu Deus, o Espírito, como a grande e única realidade do ser. Ela também demonstrou o poderoso efeito sanador da Verdade, e sabia que isso tinha um imenso potencial para uma libertação revolucionária da alma humana, uma vez que o Cristo, a Verdade, continua levedando e transformando a atmosfera do pensamento humano.

Sua descoberta da Ciência do Cristianismo, das leis divinas de Deus, o bem, chegou exatamente ao ponto em que a maior parte do mundo religioso estava percebendo que as reivindicações fundamentadas na fé estavam sendo cada vez mais inundadas pela torrente de um sofisticado conhecimento da matéria. Charles C. Bonney, que não era Cientista Cristão, no entanto, captou algo do significado extraordinário de tudo isso, quando ele corajosamente discursou na sessão de abertura do Congresso Mundial de Religiões, em 1893. Ele disse: "Não houve, nos últimos anos, nenhuma manifestação mais impressionante da intervenção da Providência divina nos acontecimentos humanos, do que aquela demonstrada pelo surgimento de um grupo de pessoas conhecidas como Cientistas Cristãos, que são chamadas a declarar a verdadeira harmonia entre religião e Ciência, e a restaurar a fé desvanecente de muitos nas verdades das sagradas Escrituras" (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p.312).

Será que temos consciência de que esse "chamado" descrito pelo clérigo é o mesmo para nós hoje?

A continuidade da liderança de Mary Baker Eddy

Dois Artigos altamente relevantes no Manual da Igreja podem nos ajudar a perceber mais claramente a liderança de Mary Baker Eddy, sua continuidade e significado universal. Ponderá-los nos ajuda a lembrar que Mary Baker Eddy não tinha nenhuma dúvida quanto ao fato de que o Manual da Igreja não era apenas para a época em que ela viveu, mas para a eternidade.

O Artigo 22 tem como título: "Relações e Deveres dos Membros para com a Pastora Emérita" e o Parágrafo 2° é intitulado: "Um membro não é um Líder", e declara: "Um membro de A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, em Boston, Mass., não deverá ser chamado de Líder pelos membros dessa Igreja, quando esse termo for empregado em relação à Ciência Cristã" (Manual da Igreja, p. 65). A partir da própria existência desse Artigo, podemos certamente tirar a conclusão de que deve haver uma necessidade sincera e contínua de sermos lembrados dessa regra. Por conseguinte, uma das implicações com relação a esse parágrafo é sem dúvida a de que ninguém pode tomar o lugar de Mary Baker Eddy. Nenhuma agenda pessoal de alguém ou senso de liderança com relação à Ciência Cristã jamais seria válido.

O Artigo 8°, Parágrafo 6°, intitulado: "Vigilância quanto ao dever", está escrito assim: "Será dever de todo membro desta Igreja defender-se diariamente contra sugestão mental agressiva, e não se deixar induzir ao esquecimento ou à negligência quanto ao seu dever para com Deus, para com sua Líder e para com a humanidade. Segundo as suas obras será julgado—e justificado ou condenado" (Manual, p. 42).

O que nos impediria de considerar Mary Baker Eddy como Líder e, dessa forma, esquecer do nosso dever para com ela? Basicamente, o magnetismo animal, ignorante e malicioso, por meio de sugestões mesméricas. Quando estivermos plenamente conscientes das tentativas de anular a liderança contínua de Mary Baker Eddy durante sua vida, alcançaremos uma visão mais clara de uma suposta mentalidade demoníaca que ainda pretende se manifestar sob uma variedade de disfarces. Portanto, tanto agora como durante a vida dela, certas sugestões agressivas são frequentes, como por exemplo:

• A argumentação de que a liderança de Mary Baker Eddy pertence ao século passado.

O fato é que a revelação da Ciência Cristã, contida em seus escritos, permanece muito além, na vanguarda dos tempos, e continuará a liderar por incontáveis séculos. Mary Baker Eddy sabia que seria assim. Ela nunca abriu mão de sua liderança.

• A sugestão sutil de que a homenagem pessoal prestada a uma personalidade humana e seu reconhecimento histórico possam substituir a própria demonstração pessoal de alguém da Ciência do Cristo, na cura.

Mary Baker Eddy abominava a exaltação pessoal. Ela se opunha a isso com relação a ela mesma, sempre que essa exaltação se apresentava a seus seguidores. Ela dizia que somente "uma cura mais elevada e mais prática" verdadeiramente a honraria e asseguraria a perpetuidade da Ciência Cristã (ver Mary Baker Eddy: Christian Healer, Amplified Edition [Mary Baker Eddy: Uma Vida Dedicada à Cura, Edição Ampliada], p.260).

• Talvez a imposição mais insidiosa de todas seja a de que é demasiado difícil esperar que, na época atual, alguém possa estar à altura das exigências da liderança de Mary Baker Eddy e segui-las.

A verdade pura e simples é que a vida de Cristo Jesus e a compreensão cristãmente científica de Mary Baker Eddy sobre a vida dele ilustram exatamente o oposto. Elas mostram decisivamente que nós progredimos porque somos elevados pelo espírito do Cristo. Somos sustentados pelo próprio Amor divino.

"Mostra, Pastor, como andar...
Pela senda rude irei,
Sempre a cantar" (Poems [Poemas], p.14 e Hino 304 do Hinário da Ciência Cristã)

Quem já não sentiu as ondas mesméricas do pensamento mundano atual, que inunda e assola nossa compreensão do divino e do senso espiritual, que realmente significam tudo para a humanidade? Entretanto, o terno e forte espírito do Cristo está sempre presente para nos elevar acima das ondas do magnetismo animal e das sugestões sarcásticas e maliciosas da mente carnal. Tal como o discípulo Pedro, perdemos o medo de que nosso próprio ego e sentido pessoal ingênuo possam finalmente nos fazer afundar. Aprendemos que toda a impressão da existência material, inclusive nossa própria, e supostamente frágil, identidade não é de forma alguma o que Deus nos criou para ser. Então, somos elevados e salvos pela Verdade!

O que, então, é extremamente necessário neste segundo século da Ciência Cristã? Não seria nossa compreensão profunda da infinitude do Princípio divino, o Amor, que sempre esteve subjacente à liderança de Mary Baker Eddy durante sua vida? Essa liderança permanece conosco, em cada página de Ciência e Saúde. Mas é necessário trabalho e empenho para segui-la. Não podemos, por exemplo, ignorar as correntes mesméricas do magnetismo animal. Não podemos ser superficiais à necessidade dos estágios de espiritualidade profunda que Mary Baker Eddy descreve, tais como: autoco-nhecimento, humildade e amor, descritos em seu artigo "O Caminho" (ver Miscellaneous Writings 1883-1896, pp.355-359). Somente esse crescimento constante nos torna seguidores fidedignos. Ele nos proporciona cada vez mais a conscientização do Amor infinito, que é, de fato, supremo sobre a oposição da mente carnal.

Estamos empenhados em obter essa nova compreensão, outorgada por Deus, um domínio maior das dimensões da Ciência divina, que pode fazer com que o potencial da Causa da Ciência Cristã seja cumprido em seu segundo século? Estamos curando outros? Ou estamos, tal como as crianças, cuja atenção diminui e se agita em diferentes direções, em busca de algo novo, mais fácil, momentaneamente mais satisfatório? Ou, ao invés disso, estamos progredindo rumo a um amor altruísta, à graça e à santidade que realmente nos oferecem a única coisa nova "debaixo do sol"? (ver Eclesiastes 1:9).

Mary Baker Eddy escreve com visão e prenúncio proféticos: "Quando a Ciência Cristã tiver dissipado as nuvens de falsas testemunhas; quando o orvalho da graça divina, caindo sobre as flores murchas das alegrias fugazes, elevar cada folhinha-pensamento em direção ao Espírito; e quando 'Israel segundo a carne', que participa de seus próprios altares, não mais existir—então, 'o Israel conforme o Espírito' encherá a terra com as energias divinas, com a compreensão, e com o fluir perene da sensação e da consciência espirituais" (Miscellaneous Writings 1883-1896, p.360).

Qual o coração que não se sentiria motivado a seguir uma Líder como essa?

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