Há muito assédio mental ocorrendo no mundo de hoje. Parece que as pessoas querem nos dizer o que é melhor para nós, querem que nos adequemos à maneira como pensam; desejam não apenas impor sua vontade sobre nós como também controlar nossa experiência de vida. Isso acontece nas famílias, no ambiente de trabalho, na política, tanto em escala nacional como, até mesmo, em escala internacional.
Sei como é esse assédio moral ou, como é mais popularmente conhecido, o "bullying", tendo em vista que o vivenciei quase todos os dias enquanto cursava o ensino fundamental e médio. Eu era um garotinho rechonchudo que viera do interior, cujo pai conseguira um emprego em uma cidade relativamente grande. Acabei indo para o que poderíamos chamar de uma escola de um grande "centro urbano". A maioria dos garotos da escola conhecia muito bem as artimanhas das ruas, pois foram criados em um ambiente urbano. No interior, as crianças eram mais propensas a vivenciar uma vida rural, com valores simples. Eu não sabia nada sobre como sobreviver nas ruas. Cada dia era um sofrimento na escola, pois consistia de deboches, ser feito de bobo, parecer um idiota perante os outros alunos e, até mesmo, diante dos professores. Tinha verdadeiro pavor de ir à escola.
Certo dia, ao descer do ônibus da escola, fui pego de surpresa e me bateram muito. Quando cheguei em casa, meu pai percebeu exatamente a que ponto havia chegado essa situação e, como "o homem da casa", decidiu que eu precisava aprender a me defender. Portanto, nossas noites se tornaram sessões de treinamento na arte da autodefesa. No porão, depois do jantar, eu aprendia jiu-jitsu (tirado de um livro de treinamento nessa arte marcial, o qual meu pai havia comprado fazia alguns anos), levantava peso e aprendia alguns golpes de boxe com meu pai. Também me inscrevi em um curso de caratê na Associação Cristã de Moços local. Depois de me formar no ensino médio, alistei-me na Marinha. A ideia era me robustecer, para ser capaz de tomar conta de mim mesmo e, se necessário, defender os outros. Eu realmente desejava saber como evitar ser pego ou assediado, como enfrentar a mentalidade "bullying" ou intimidadora.
Moral da história: funcionou. Realmente fiquei forte a ponto de quase desejar que alguém me pegasse ou tentasse me intimidar. Isso aconteceu há muitos anos. Desde essa ocasião, sou muito grato por ter descoberto um modo muito mais eficaz de "revidar", de enfrentar desafios, o qual nada tem a ver com coragem ou habilidades físicas. Tem a ver com o pensamento, com a consciência espiritual.
Ao pesquisar formas de compreender mais sobre a verdade, tomei conhecimento da Ciência Cristã. Aprendi também que a maneira de alguém enfrentar a tentativa de domínio e de controle é mental, ou seja, de natureza espiritual. Aprendi que "as armas da nossa milícia" de fato "não são carnais" (ver 2 Cor 10:4), que a obediência e a expressão dos sinônimos para Deus, conforme consta de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, são as armas mais poderosas e eficazes que alguém pode empregar em defesa própria ou de outros. O Princípio, a Mente, a Alma, o Espírito, a Vida, a Verdade e o Amor, divinos e infinitos, são "armas" que levamos à batalha em defesa de tudo o que é bom. Empregadas e compreendidas de forma apropriada, elas garantem a verdadeira vitória.
Hoje, tenho uma posição diferente sobre intimidadores e inimigos. A verdade sobre o inimigo é que não há "nenhum inimigo". Deus é tudo. A mente carnal é nada, não tem nenhum poder.
Assédio moral, intimidações, a imposição da vontade ou o desejo de controlar os outros, têm, em realidade, suas raízes no pensamento embasado na matéria. É o esforço do pensamento que se fundamenta na matéria, a fim de impor seus desejos e exigências em uma determinada situação. Entretanto, a tentativa de uma pessoa intimidar ou controlar outra, ou a tentativa de um grupo de pessoas, de uma organização, de um governo corrupto ou de uma doença nos intimidar a consentir, não pode chegar a lugar nenhum. Mary Baker Eddy escreveu em Ciência e Saúde: "Todo erro humano é seu próprio inimigo e opera contra si mesmo; nada faz na direção certa, e muito na errada" (p.401).
Nenhum de nós deve temer as tentativas de intimidação ou de imposição de uma vontade que não está de acordo com o que achamos que é certo. Não temos de ser controlados ou dominados. Uma postura firme do lado da verdade e em prol da verdade alinhada com Deus, que é a própria Verdade, trará poderosos resultados de cura. Mary Baker Eddy trouxe isso à baila quando escreveu: "A Verdade não concede perdão algum ao erro, mas apaga-o da maneira mais eficaz" (Ciência e Saúde, p.11).
A confiança inspirada pelo fato de que Deus é Tudo, e que no final Sua vontade tem de ser feita, assegura-nos que aqueles que estão sofrendo ou sendo oprimidos, vivenciarão sua liberdade concedida por Deus, porque eles são verdadeiramente livres agora! Isso se tornará cada vez mais aparente à medida que a Ciência Cristã trouxer seu conhecimento sanador e salvador sobre Deus a um mundo faminto por paz e por libertação de todo tipo de opressão.
 
    
