Meu primeiro ano no ensino médio estava para começar. Eu sempre me sentira bastante confiante em minha escola anterior. Tirava boas notas e me dava bem com meus colegas e professores. Porém, na nova escola eu só conhecia um garoto. Além disso, a maioria dos alunos pertencia a um grupo étnico diferente do meu, tinha uma religião diferente da minha e não tínhamos muito em comum. Aparentemente, não tínhamos muito em comum. Eles também eram mais focados do que eu nos estudos e nas práticas atléticas, e eu não tinha certeza se conseguiria acompanhá-los.
Esse sentimento negativo piorou no dia em que o professor de geografia me pediu para indicar países, rios e cidades no mapa-múndi. Eu não sabia onde eles ficavam. E o problema não parou por aí. Nos dias que se seguiram o professor insistiu nesse exercício, fazendo com que eu me sentisse constrangida e como vítima nessa história.
Então, meus pais e meu professor da Escola Dominical me disseram que eu precisava assumir o controle da situação. Assumir o controle? Como é que eu poderia fazer isso, se o desempenho e a classificação de todos na escola eram melhores do que os meus?
Cheguei à conclusão que a fábula de que somos amaldiçoados pelo pecado é que tinha que desaparecer
Então, meus pais sugeriram que eu começasse o dia com uma preparação espiritual, lendo a Lição Bíblica Semanal da Ciência Cristã. Eles me disseram que, assim, eu aprenderia mais sobre a minha identidade como filha de Deus e sobre a maneira como eu me encaixo na Sua criação. Para fazer isso tive de mudar minha rotina diária e passei a me levantar mais cedo para ler a Lição, a fim de manter meu pensamento focado em tudo de bom que Deus estava me oferecendo. Eu fazia a leitura logo cedo, antes das atividades matinais, do café da manhã e de ir para a escola, mas, acima de tudo, antes que os pensamentos de problemas me distraíssem e tentassem me abater.
Como qualquer atividade importante, essa nova atividade exigia disciplina e prática e, com um pouco de esforço, eu consegui desempenhá-la sem problemas. O que eu estava lendo realmente fazia com que eu me sentisse muito melhor, mais confiante. Alguns dos velhos hábitos envolvendo atitudes e pensamentos negativos simplesmente não se ajustavam mais à situação e foram abandonados.
Aprendi que a Ciência Cristã chama as sugestões negativas a respeito de nós mesmos de "sonho de Adão". A narrativa desse sonho é encontrada em um relato da Bíblia, no 2° capítulo do livro do Gênesis, no qual um homem chamado Adão adormece no Paraíso. Então ele e sua mulher, Eva, cometem o erro de dar ouvidos a uma serpente falante, e comem do fruto "proibido" da árvore do conhecimento, acreditando que a criação de Deus inclui tanto o bem quanto o mal. Por essa razão, eles são condenados a sofrer pelo resto da vida. (Para mim, essa história parecia mais fábula do que verdade!)
Deus é o único Criador, e Ele nos deu domínio sobre os desafios do mundo. A Bíblia está repleta de histórias que narram como homens e mulheres confiaram em Deus para salvá-los do mal.
Simplesmente não fazia sentido acreditar que o Criador divino, amoroso e inteligente, pudesse criar ou permitir que outro poder enfraquecesse Seus filhos, abalasse Sua própria supremacia e nos amaldiçoasse para sempre. Seria como dizer: Se você errar um problema de matemática, nunca será perdoado e nunca aprenderá a resolvê-lo corretamente. E o que é pior, seu erro é a prova de que toda a lei da matemática é contraditória de alguma forma, e funciona contra a humanidade quando esta tenta encontrar a resposta correta! Assim, cheguei à conclusão que a fábula de que somos amaldiçoados pelo pecado é que tinha que desaparecer.
Deus cria cada um de nós com uma herança espiritual única, que ninguém mais pode reivindicar
Ao contrário do segundo capítulo, gostei da forma como o primeiro capítulo do Gênesis fala a respeito de Deus. Esse capítulo diz que Deus é o único Criador, e que Ele nos deu domínio sobre os desafios do mundo. O restante da Bíblia está repleto de histórias que narram como homens e mulheres confiaram em Deus para salvá-los do mal.
Depois, lendo o livro Ciência e Saúde aprendi que, uma vez que Deus é Mente, a única inteligência, como parte da criação de Deus eu fui criada para ser inteligente. É claro que eu tinha de colocar esse conceito em prática. Para isso, precisava concordar que, como filha de Deus, eu tinha essa capacidade.
Quando aceitei essa ideia, comecei a expressar mais inteligência na escola, em vez de ficar tolhida pelos rótulos. Entretanto, eu tinha também de rejeitar firmemente a ideia de que eu era "ruim" para fazer os exercícios da escola, para fazer amigos e para a prática de esportes. Era hora de aceitar que eu podia fazer muito bem o que era necessário.
Tudo isso está em harmonia com o que Jesus ensinou. Ele não saía por aí repreendendo as pessoas por apresentarem alguma deficiência, ou dizendo que elas eram amaldiçoa-das e estavam condenadas a sofrer. Em vez disso, ele nos estimulou a despertar para o nosso direito espiritual inato como filhos de Deus, e a viver uma vida mais harmoniosa. Ele provou também que suas palavras eram práticas quando curou pessoas de todo tipo de doença e problema, e disse que nós poderíamos fazê-lo também!
Gosto da maneira como Mary Baker Eddy escreve. Ela diz que Deus é nossa Mãe amorosa também, que cria cada um de nós com uma herança espiritual única, que ninguém mais pode reivindicar. Possuímos uma parte integral da inteligência e do amor infinitos de Deus, que não inclui nenhuma limitação do bem que podemos fazer, de quantas pessoas no mundo podem ser inteligentes, honestas, boas atletas, graciosas e desembaraçadas, nem das formas variadas e infinitas em que esses dons podem ser expressos.
A compreensão crescente sobre minha verdadeira identidade e de como eu me encaixava na criação de Deus fez com que eu passasse a sentir mais respeito por mim e por todos ao meu redor.
Coloquei Deus em primeiro lugar em meus pensamentos e no meu dia
Assim, confiei no fato de que, acima de tudo, aos olhos de Deus eu estava bem. Ninguém era superior a mim, mas eu também não conseguiria alcançar confiança duradoura pensando ser superior aos outros. Todos nós temos o direito de ser os melhores que podemos ser, e a inteligência e o Amor divinos nos mostram como usar nossos dons.
Essa compreensão crescente sobre minha verdadeira identidade e de como eu me encaixava na criação de Deus fez com que eu passasse a sentir mais respeito por mim e por todos ao meu redor.
Logo comecei a fazer amigos, passei a ser convidada para atividades sociais, comecei a tirar notas mais altas em geografia, bem como em álgebra e ciências. Também fiz um teste para a equipe de atletismo, e me saí muito bem nas competições e nas provas de resistência.
Finalmente, comecei a compreender a razão pela qual o professor me havia "perseguido". Na verdade, ele se interessava muito por seus alunos, e sabia que eu tinha capacidade de me sair melhor na sua matéria. Ele simplesmente não queria que eu ficasse naquela situação, sem fazer nenhum esforço para melhorar. Embora eu não tivesse percebido a sua tática na ocasião, ela realmente funcionou, fazendo com que eu me desse conta do problema, e me volvesse a Deus para compreender meu potencial.
No final do ano letivo, minhas notas e minha classificação nas atividades de atletismo ficaram entre as melhores. Atribuo esse resultado ao fato de:
• Colocar a Deus, o bem, em primeiro lugar nos meus pensamentos e no meu dia.
• Aceitar quem eu realmente sou, como a semelhança da Mente divina e do Amor.
• Agir de forma a demonstrar que sou inteligente e amorosa.
Eu ainda continuo aprendendo que "colocar as coisas mais importantes em primeiro lugar" faz toda a diferença!
 
    
