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Não é preciso esperar pela felicidade

Da edição de fevereiro de 2011 dO Arauto da Ciência Cristã


Logo após me formar na faculdade, consegui meu primeiro emprego e mudei-me para uma cidade grande. Entretanto, um ano depois, ainda me sentia atrapalhada com relação a amizades.

Não era uma sensação nova. Algumas vezes, durante minha fase de crescimento, tinha a tendência de me concentrar com muita intensidade naquilo que achava que não estava indo bem em minha vida, especialmente nas amizades. Parecia que eu nunca tinha amigos suficientes. Ou então presumia que aqueles que tinha não gostavam de sair comigo. Às vezes, até ficava frustrada quando alguém chegava cinco minutos atrasado aos encontros!

Durante esse período, quando fazia uma análise de todos os "furos" na rede da vida, não me surpreendi ao constatar que eu não me sentia muito feliz. De fato, percebo agora que eu frequentemente ignorava toda a bondade e todo o amor que recebia em minha vida.

Em certa ocasião, após completar o primeiro ano no novo emprego, atingi o fundo do poço. Embora tivesse feito algumas amizades, toda minha vida parecia estar centrada em torno da solidão. Eu vivia sozinha, não tinha ninguém próximo em quem pudesse confiar, e morava a quase 1.600 quilômetros distante da minha família. Ficava imaginando se eu não estaria destinada a me sentir assim para sempre. Após algumas semanas, sentia-me exausta pela minha infelicidade, e também pela minha busca tentando descobrir a razão pela qual eu não me sentia consistentemente amada.

Rememorei alguns dos momentos mais ternos do meu primeiro ano em minha nova cidade

Desejava vencer a depressão de uma vez por todas, por meio da oração. Minha intuição espiritual me dizia que esperar para ser feliz até que minha vida estivesse resolvida não era um bom plano. Ocorreu-me, então, que estivera dependendo de outras pessoas para assegurar minha felicidade. Não é de admirar que estivesse tão exausta; estava procurando ajuda nos lugares errados!

Lembrei-me de algo que Mary Baker Eddy escreveu em Ciência e Saúde: "A felicidade é espiritual, nascida da Verdade e do Amor..." (p.57). Para mim, isso significava que a felicidade não depende necessariamente do que está ou não acontecendo de forma perfeita na vida. Não importa o que possamos enfrentar, existe uma verdade mais elevada e confiável na qual podemos nos apoiar, e que nos garante alegria. Comecei a descobrir que a felicidade está fundamentada em Deus e em Sua lei espiritual de harmonia, a qual governa tudo no universo. Por conseguinte, ao me concentrar mais em meu relacionamento com Deus, que é meu amigo constante, eu poderia compreender, em maior profundidade, a natureza perene da felicidade e vivenciar mais paz em minha vida.

Rememorei alguns dos momentos mais ternos do meu primeiro ano em minha nova cidade, e que tinham menos a ver com quem estava ao meu redor e muito mais a ver com o meu foco em Deus e em expressar Sua bondade. Haveria realmente uma maneira de recuperar aquela ternura? Na verdade, havia me acostumado a orar sobre desafios físicos, quando surgiam, e havia vivenciado muitas curas. Sera que, se orasse sobre minhas dificuldades em fazer amizades, eu teria êxito também?

Passei a me esforçar para descobrir "gozos mais elevados" a cada dia

Uma analogia simples me veio á mente. Percebi que a oração era como acender uma lâmpada em um quarto escuro. A luz brilha com nitidez sobre aquilo que está diretamente sob seu raio de luz, mas também ilumina todos os cantos da sala. Por meio da oração, eu havia ampliado minha compreensão espiritual, mudando a base do meu pensamento de um fundamento material para uma base espiritual. Compreendi que esse progresso se estendia naturalmente á minha visão generalizada sobre relacionamentos.

Olhando essa analogia por outro ângulo, podemos ver que a luz é obviamente mais brilhante onde a lâmpada está direcionada e, da mesma maneira, também a oração pode ser mais eficaz quando é focada. Para mim, isso significava que, ao abordar aquilo que me incomodava a respeito de minhas amizades, podia esperar uma felicidade mais consistente e uma perspectiva melhor como resultado.

Uma declaração em Ciência e Saúde chamou minha atenção: "A Alma tem recursos infinitos para abençoar a humanidade, e a felicidade seria alcançada mais facilmente e estaria mais segura em nosso poder, se a buscássemos na Alma. Só os gozos mais elevados podem satisfazer aos anseios do homem imortal. Não podemos circunscrever a felicidade dentro dos limites do sentido pessoal" (p.60).

Descobrir que a felicidade pode realmente estar mais "segura em [meu] poder" e independente das circunstâncias humanas parecia uma tarefa difícil. Entretanto, compreendi que, ao fazer com que meu senso de alegria dependesse de outras pessoas, eu o estava confinando "dentro dos limites do sentido pessoal".

Poratanto, pessei a me esforçar para encontrar "gozos mais elevados" a cada dia, reconhecendo e expressando a bondade espiritual em simples ações, ou seja, oferecendo-me para ajudar uma amiga a carregar suas sacolas de compras até seu apartamento, ou apreciando a gentileza inesperada de estranhos ao segurar a porta aberta para mim. Decidi, também, trabalhar para ser mais grata e reconhecer ativamente cada exemplo do bem.

Deus não fizera um trabalho mal-feito ao administrar certas partes da minha vida

Inicialmente, acho que estava apenas tentando ignorar os "furos na rede." Mas logo comecei a compreender que, na realidade não havia nenhum furo. O Bem sempre esteve presente, como um cobertor sólido que cobria todas as situações em minha vida.

Passadas algumas semanas, fui à festa de um amigo. Rodeada por muitas pessoas, percebi que conhecia quase todo mundo ali! O tempo todo havia saído para almoçar e jantar com muitos amigos, aceitado convites para festas, e conhecido novas pessoas. Deus não havia sido seletivo em Sua bondade, não fizera um trabalho mal-feito ao administrar certas partes da minha vida. Apenas nem sempre eu havia prestado atenção. Estivera procurando algumas amizades mais íntimas, mas agora compreendia que as amizades não têm necessariamente de girar em torno de um pequeno grupo mais íntimo de pessoas.

Durante o último ano, com essa compreensão, percebi que essa nova maneira de ver a felicidade trouxe grandes mudanças. Embora seja muito bom sentir que tenho amizades que me proporcionam muito mais segurança, essa não é a parte mais importante deste relato. Agora, sinto que expresso um senso de felicidade mais firme, que tem menos a ver com as circunstâncias imediatas. Essa felicidade está sempre ativa e acessível a mim, em todos os lugares, o tempo todo.

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