Ainda vivíamos na África do Sul, quando recebemos a notícia de que nosso filho mais velho, que era chef de cozinha, tinha se queimado em uma explosão de um fogão a gás. Naturalmente, em obediência à lei que regula acidentes de trabalho, ele foi examinado por um médico e, portanto, levado para o hospital.
Sempre foi costume em nossa família orarmos uns pelos outros em caso de uma necessidade específica. Portanto, comecei imediatamente a orar para que nada pudesse interferir com o plano perfeito de Deus.
Antes disso, nossa filha havia se mudado de nossa casa. Foi um momento traumático para mim, e eu estivera lutando contra a “síndrome do ninho vazio”. Determinada a não me sentir assim outra vez, tendo em vista que nosso filho pleiteava um emprego nos Estados Unidos, eu estivera estudando a história de Hagar na Bíblia (ver Gênesis 21), e fui obtendo consolo com a mensagem que lia.
Apesar do medo de Hagar por seu filho, um anjo lhe disse que Deus havia ouvido a voz de seu filho e estava com ele. A história me ajudava a compreender que eu podia confiar em Deus para guiar meus próprios filhos e que Ele estaria com eles de forma contínua. Agora, descobri que podia colocar essas mesmas verdades em prática na situação de meu filho, obtendo a paz e a certeza de que ele ouviria, diretamente de Deus, as mensagens sanadoras de que necessitava.
No hospital, fomos informados de que ele tinha queimaduras nas mãos. Ele nos assegurou que não sentia dor e disse ao pessoal do hospital que não queria fazer uso de medicação. O médico informou que as queimaduras exigiriam enxerto de pele e que já havia chamado um especialista.
Nada poderia interferir na perfeição de Deus
Enquanto esperávamos pelo especialista, sentamo-nos com nosso filho em sua cama hospitalar, e ponderamos as inúmeras verdades que cada um de nós aprendia na Ciência Cristã, incluindo as ideias desta passagem de Ciência e Saúde: “...[O homem] não é constituído de cérebro, sangue, ossos e de outros elementos materiais...”, ao contrário, ele é “feito à imagem e semelhança de Deus” (ver p. 475). Concluímos, portanto, que essas verdades se aplicavam diretamente a ele e que ele não poderia estar ferido nem incapacitado. Obtive a confiança de que nada poderia interferir na bondade e na perfeição de Deus.
A história bíblica sobre os homens hebreus que, embora lançados em uma fornalha, não foram tocados pelo fogo, trouxe-me consolo (ver Daniel 3). No caso deles, foi sua obediência a Deus que os protegeu; nem o ódio, nem as chamas puderam lhes causar danos. Mary Baker Eddy escreveu em Ciência e Saúde: “A inspiração sagrada criou estados mentais que foram capazes de anular a ação das chamas, como no caso bíblico dos três jovens hebreus cativos lançados dentro do forno babilônico; enquanto um estado mental oposto poderia produzir combustão espontânea” (p. 161).
Cada um de nós três se esforçou para manter nossos pensamentos repletos de Amor, e nos recusamos a aceitar a lesão como real; substituímos cada sugestão de dano com a verdade de que Deus é o bem sempre presente e o único poder. Estávamos gratos também pelo cuidado que nosso filho estava recebendo.
Mantivemos nosso pensamento repleto de Amor
Quando o especialista chegou, eu o deixei com meu marido e filho, e fui para uma sala de espera, a fim de orar com este pensamento: “O Espírito e suas formações são as únicas realidades do Ser” (Ibidem, p. 264). Apeguei-me ao fato de que, como ideias da Mente, Deus, somos capazes de ver o que Deus vê, Sua criação espiritual perfeita. Neguei a possibilidade da lesão se manifestar no filho da criação de Deus. Afirmei que todos os envolvidos podiam ouvir a orientação dEle.
O especialista considerou que um enxerto de pele seria necessário, mas permitiu que nosso filho voltasse para casa, desde que ele retornasse dentro de dois dias. Ficamos gratos pelo tempo que ele ficaria em casa para orarmos. Na volta ao hospital, o especialista manifestou contentamento diante da evidência de cura.
Por aproximadamente duas semanas, ele compareceu ao especialista a cada dois ou três dias. Ao final desse período, a pele havia crescido novamente, limpa e clara, sem nenhuma rigidez. Nenhuma cirurgia foi necessária. Foi-lhe solicitado que usasse uma luva por um período de tempo, enquanto trabalhasse na cozinha, o que ele concordou em fazer.
Essa experiência ajudou-me a me sentir livre para me regozijar com o bom e maravilhoso plano de Deus para nosso filho em seu novo emprego. Agora realizo as minhas atividades diárias livre do sentimento de “ninho vazio”. Não há cicatrizes na mão dele, nem no meu coração. Tudo o que tenho é uma profunda gratidão pelos ensinamentos da Ciência Cristã e pelas inúmeras e maravilhosas histórias da Bíblia, as quais nos permitem obter uma compreensão mais profunda de Deus e de Suas leis sanadoras.
A palavra do chef:
Sou o filho mencionado no depoimento. Assim que o fogão de propano explodiu, meu pensamento se volveu imediatamente a Deus e ao homem perfeito, criado à Sua imagem e semelhança, o homem que eu sou. Orei, também, para saber que nada de ruim poderia estragar o meu dia, que havia começado com a boa notícia de que eu começaria um novo trabalho, o que significava a realização de um sonho de vida. Fui criado na Ciência Cristã e tenho obtido muitas curas, por confiar nas verdades que aprendi na Escola Dominical.
Sabia que ao receber a notícia do acidente, minha mãe e meu pai começariam imediatamente a orar por mim, como eu já estava fazendo, mesmo antes de chegarem ao hospital, uma vez que essa é a maneira que sempre nos apoiamos uns aos outros em nossa família. Senti-me completamente tranquilo na ambulância, a caminho do hospital.
A cura ocorreu como minha mãe descreveu. Atualmente, trabalho em um resort cinco estrelas ao norte de Ontário, no Canadá, e fico na parte mais quente da cozinha, trabalhando na grelha com panelas e fôrmas quentes. Isso é algo que me disseram que eu nunca mais poderia fazer de novo. Graças ao apoio espiritual que recebi de meus pais, e de suas orações, e às minhas próprias orações, tenho conseguido viajar pelo mundo sem quaisquer sequelas, fazendo o que mais gosto, cozinhar e fazer novos amigos de todas as partes do mundo.
McKellar, Ontário, Canadá.
Testemunho originalmente publicado no Christian Science Sentinel de 3 de julho de 2006.
