Cristo Jesus deu a seus seguidores a ordem de curar os doentes (ver Mateus 10:8) e ele sempre transmitia a vontade de Deus. E um Deus amoroso nunca nos pediria algo para o qual não estivéssemos devidamente preparados.
Deus conhece cada um de nós, pois Ele nos criou como ideias espirituais, refletindo o Amor divino. E nós refletimos o poder sanador de Deus na proporção em que alcançamos aquela clara compreensão espiritual que percebe a criação da mesma maneira como Deus, o bem, a percebe.
Uma das qualidades intrínsecas da compreensão espiritual que leva à cura é a pureza. Mary Baker Eddy escreve em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “O homem é perfeito na proporção de sua pureza; e a perfeição é a ordem do existir celestial, que demonstra a Vida em Cristo, o ideal espiritual da Vida” (p. 337).
Na verdade, já somos todos completamente perfeitos, criados à imagem espiritual de Deus, expressando unicamente a pureza que Deus expressa. Essa perfeição e pureza são a ordem do nosso verdadeiro existir, nossa celestial identidade espiritual. Nossa natureza como reflexo de Deus é um fato claro a respeito de nossa verdadeira identidade.
O poder sanador é demonstrado por nós na medida em que compreendemos e discernimos esse fato espiritual, quando percebemos nossa situação a partir do ponto de vista de Deus, em vez de a partir de uma perspectiva material. Podemos curar à medida que aceitamos com humildade, em nossos pensamentos, a realidade da inocência e bondade que Deus nos deu. Assim, a aparência material desarmoniosa torna-se menos impressionante para nós, porque conseguimos aceitar cada vez mais o fato de que, se Deus não criou “algo”, então não temos de vivenciar esse “algo”, pois Deus, o bem, é Tudo-em-tudo e nós somos Sua expressão.
A pureza que Deus expressa em nós é algo que muitos de nós estamos constantemente lutando para compreender e melhor demonstrar em nossa vida. Nessa busca, constatei que podemos aprender com o exemplo da pureza absoluta de pensamento que Maria expressou, quando concordou com a revelação divina de que ela, uma virgem, daria à luz a Cristo Jesus. A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “A iluminação do senso espiritual de Maria reduziu a silêncio a lei material e sua ordem de geração, e fez nascer seu filho pela revelação da Verdade, demonstrando que Deus é o Pai dos homens. O Espírito Santo, o Espírito divino, envolveu o senso puro da Virgem-mãe com o pleno reconhecimento de que o existir é o Espírito” (p. 29).
Podemos olhar para o senso espiritual puro de Maria como um exemplo sagrado para nos inspirar a crescer em nossa própria compreensão espiritual, para nos tornarmos mais receptivos à presença eterna do Cristo, a ideia divina de Deus, que revela nossa verdadeira pureza e perfeição espiritual — e para passarmos por um novo nascimento espiritual.
É possível que muitos de nós desejemos profundamente expressar mais fidelidade e pureza de pensamento, ainda que sejamos tentados a nos afastar de nossa pureza inata e a aceitar o que os sentidos materiais e mortais alegam ser verdade. Nossa oração fiel, humilde e livre de ego, inspirada por Deus, permite-nos sentir o poder divino, e permite que nos elevemos até perceber e aceitar a verdade espiritual. Então, ouvimos e correspondemos ao que Deus, o Amor, sabe a respeito de nossa verdadeira identidade espiritual.
Nós podemos curar à medida que aceitamos com humildade, em nossos pensamentos, a realidade da inocência e bondade que Deus nos deu.
Quando aceitamos a onipotência e a onipresença de Deus, o Amor, com uma confiança igual à das crianças, deixamos de lado a autoafirmação, a insegurança e a autocondenação — isto é, o senso material com sua vontade e ego humanos. Assim, conseguimos ceder à luz restauradora da Mente divina, o poder sanador de Deus. E deixamos que o Amor divino permeie nossos afetos e nos cure.
E se mais alguém estiver proclamando ou vivenciando uma visão da existência que não seja a visão pura como a de Deus, podemos seguir a orientação do Apóstolo Paulo: “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura...” (Gálatas 6:1). Vi essa correção acontecer, quando aceitei e afirmei a minha própria pureza espiritual inata e a de outras pessoas.
Quando minha filha estava na escola, foi avaliado que ela precisava de óculos de grau para corrigir um defeito da vista. Ela usou óculos durante aquele ano letivo, mas meu marido e eu achávamos que não precisávamos nos resignar à situação. Oramos e afirmamos mentalmente a perfeição imaculada da menina como filha de Deus. O benefício dessa oração pura para libertar das leis materiais ficou evidente no início do ano seguinte, quando um optometrista constatou que nossa filha não precisava mais de óculos.
Durante o verão, entre aqueles dois períodos escolares, nosso filho quebrou o braço no acampamento de verão. Foi feita uma radiografia e o médico confirmou que o braço estava quebrado em dois pontos do cotovelo, mas disse que nada estava deslocado. O menino manteve o braço em uma tipoia e parou com as atividades mais vigorosas do acampamento, enquanto nós orávamos e dávamos a ele tratamento pela Ciência Cristã. Juntos, na família, nos voltamos profundamente em oração para reivindicar sua relação inquebrável com Deus, buscando compreender e evidenciar sua perfeição intacta como ideia divina. Nós não permitimos que uma visão impura e material turvasse nossa percepção da inquebrantável unidade dele com o Pai-Mãe Deus. Nossa oração foi fiel e pura, não foi tocada pelos temores das chamadas leis materiais. Ele voltou a jogar basquete em três semanas.
A dedicação ao que Deus estava vendo e sabendo, e nossa aceitação e afirmação dos fatos puros de nossa unidade com Deus, trouxe uma linda cura para as duas crianças. Ao glorificarmos a Deus, o amor divino se fez evidente por meio da restauração de cada criança à sua natural perfeição.
A libertação do pecado e da doença se realiza quando desenvolvemos, paciente e persistentemente, a compreensão e a pureza espirituais do pensamento, compreensão essa que supera o medo e o ego que nos acorrentariam a uma perspectiva material. À medida que somos fiéis a Deus, reivindicando nossa pureza natural e perfeição espiritual inata, o quadro mortal limitado começa a desaparecer de nossos pensamentos e de nossa experiência, e a criação ideal da Mente divina torna-se mais visível. Essa é a cura.
Tradução do original em inglês publicado na edição de julho de 2017 do The Christian Science Journal.
Publicado anteriormente como um original para a Internet em 21 de agosto de 2017.
