Traição. Desonestidade. Quando nos deparamos com ações errôneas, pode parecer difícil superar a mágoa. Existe alguma coisa que possa nos dar esperança nessas circunstâncias e até trazer cura?
Eu descobri que um ponto de vista espiritual pode ser uma força a favor do bem. Mudar nosso modo de ver as pessoas pode realmente fazer a diferença. Um pequeno exemplo em minha vida serviu de inspiração em outras situações difíceis.
Para ajudar a resolver um problema na nossa cidade, eu vinha negociando com um comerciante que prometera à nossa comunidade 20 estábulos temporários para nossos cavalos, enquanto o local existente ia sendo reformado. Quatro dias antes do início das obras, liguei para confirmar.
“Não temos nenhum estábulo”, disse o homem. Lembrei-o de sua promessa e ele simplesmente declarou que isso não era problema dele.
Quando vejo ou ouço falar de desonestidade, lembro-me desta ideia: Querer ser bom é natural para o homem de Deus.
Senti-me enganada, traída. Mas apesar da raiva, consegui perguntar: “Poderia verificar, por favor, e eu telefono de novo amanhã de manhã”?
“Está bem, mas não temos nenhum disponível.” E desligou.
Eu sabia, por experiência própria, que a raiva não me levaria a nada. Então fiquei em silêncio por um momento, orando, pedindo a Deus para me ajudar a ver aquela situação com mais clareza. A resposta que me ocorreu foi que eu procurasse ver além das aparências, ou passasse a pensar algo assim: “Os filhos e filhas de Deus (que somos todos nós), querem fazer o que é certo”.
Apesar da falta de consideração do comerciante, essa perspectiva fazia sentido para mim e se alinhava com o ensinamento da Ciência Cristã, baseado na Bíblia, que diz: "E viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom;” (Gênesis 1:31). Mary Baker Eddy, a Descobridora da Ciência Cristã, discerniu, com o estudo das Escrituras, que a verdadeira realidade de nossa existência, como criação de Deus, é totalmente boa e espiritual. Assim, quando vemos uma pessoa desonesta, essa é apenas uma percepção errônea do homem real, espiritual, que é honesto por natureza.
Será que podemos esperar algum resultado, ao simplesmente mudarmos no pensamento essa percepção errônea, afirmando a verdadeira natureza do homem de Deus, aqui e agora? Sim! Naquele dia, quando pedi a Deus para me ajudar a ver o homem como Ele o conhece, naturalmente dotado da capacidade e desejo de ser bom, minha raiva se dissipou. Vi a pessoa sob uma nova luz.
Na manhã seguinte, telefonei e foi como se a conversa anterior nunca tivesse acontecido. Os estábulos foram entregues antes do meio-dia.
A partir dessa experiência, quando vejo ou ouço falar de desonestidade, lembro-me desta ideia: Querer ser bom é natural para o homem de Deus. Alinhar o pensamento com essa perspectiva espiritual quando nos deparamos com ações errôneas pode parecer difícil, mas isso traz mudanças que melhoram o mundo ao nosso redor.
Tradução do original em inglês publicado na edição de 13 de junho de 2017 do The Christian Science Monitor.
Publicado anteriormente como um original para a Internet em 27 de julho de 2017.
