Quando eu era estudante universitário na África do Sul, passei algum tempo pesquisando as religiões do mundo e, por um certo período, frequentei um templo hindu. Também estava fumando e bebendo exageradamente, o que me fez adoecer.
Logo após a formatura, comecei a trabalhar no jornal diário mais antigo da África do Sul, o The Natal Witness, como repórter novato. Aluguei um quarto em uma pensão. Um casal hospitaleiro, já com idade avançada, e que também vivia ali, organizava uma reunião social para os jovens pensionistas todas as sextas-feiras à noite.
Lembro-me de estar sentado na sala e perceber a acridez acentuada do ar porque havia muita gente fumando. Certa noite, quando todos estávamos nos retirando já bem tarde e agradecendo a hospitalidade da anfitriã, eu comentei: “Notei que a senhora é a única pessoa que não fuma, nesta sala”. Ela respondeu calmamente: “Eu não fumo. Como talvez você saiba, sou Cientista Cristã”. Fiquei tão impressionado por sua coragem e bondade que, quando voltei para meu quarto, não consegui dormir naquela noite. Fiquei surpreso ao saber que uma religião podia curar pessoas que fumavam e bebiam.
Fiquei tão encantado com a ideia de que poderia deixar esses hábitos para trás, que no dia seguinte fiz uma longa e contemplativa caminhada em uma parte solitária dessa zona rural. De repente, fui surpreendido pelo pensamento: “Sinto como se minha mente estivesse enterrada na matéria”. Naquele momento, foi uma noção confusa, e logo esqueci o assunto.
A anfitriã da pensão pareceu notar meu assombro e minha emoção. Alguns dias depois, ela perguntou se eu gostaria de ir a uma reunião de testemunhos da Ciência Cristã. Dado meu interesse em religiões, prontamente concordei.
Fiquei desconfiado, ao notar que quase todos os testemunhos foram sobre deixar de fumar. Comecei a imaginar se aqueles relatos eram para impressionar a mim, o visitante. Mas o momento mais emocionante tinha sido quando ouvira o Leitor ler esta passagem de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy: “Com um novo discernimento do Cristo, a Verdade, nas margens do tempo, eles puderam elevar-se em certo grau acima daquilo que assenta nos sentidos mortais, ou seja, o enterro da mente na matéria, para alcançar um novo conceito de vida como sendo o Espírito” (p. 35). Por apenas alguns segundos, foi como se eu estivesse repleto de uma luz brilhante enquanto aquelas palavras eram lidas. E eu me lembrei daquele meu pensamento extraordinário, de que “minha mente estava enterrada na matéria”.
Logo depois disso, peguei icterícia. Embora o proprietário da pensão sugerisse que eu fosse para o hospital, implorei para permanecer no meu quarto. Na ocasião, eu não tinha a menor ideia de que existiam praticistas da Ciência Cristã, mas eu sabia que essa era uma oportunidade de pôr em prática o que me havia sido revelado pela Ciência Cristã. Eu desejava estar a sós e ter tempo para estudar e orar, a fim de me dedicar à leitura de capa a capa do exemplar de Ciência e Saúde que eu havia adquirido. Fiquei reconfortado ao ver que o capítulo “Frutos da Ciência Cristã” era todo sobre curas que haviam ocorrido simplesmente pela leitura de Ciência e Saúde. Tive uma cura completa em poucos dias.
Essa experiência me deixou com muita vontade de me tornar membro da igreja e até mesmo pedi para fazer o Curso Primário com um Professor da Ciência Cristã, que pertencia a essa igreja. Minha sede de estudar a Ciência Cristã era grande e parei de fumar e de beber em duas semanas. Fui aceito para fazer o Curso Primário.
Por volta dessa época, surgiram também boas oportunidades em minha vida profissional. Recebi uma bolsa para fazer pós-graduação na Universidade Columbia, na cidade de Nova Iorque. Meu Professor da Ciência Cristã sugeriu que eu viajasse para os Estados Unidos um pouco mais cedo do que eu havia planejado, para que pudesse assistir à Assembleia Anual dA Igreja Mãe em Boston, um evento sobre o qual eu ainda não ouvira falar.
Sair da África do Sul durante o regime apartheid e ir à Assembleia Anual me pareceu uma experiência privilegiada e edificante de fazer parte de um mundo unificado. Mesmo agora, lembro-me de um dos hinos que cantamos naquele ano e de como ele nos fez lembrar que: “Cada um pode as falhas de seu irmão ocultar, / E amor de irmão demonstrar” (Joseph Swain, Hinário da Ciência Cristã, No. 403, adapt. © CSBD). [NT: Hino não consta do hinário autorizado para o português, ver sobre direitos autorais da tradução]
Enquanto eu estava na Assembleia Anual, o Redator do The Christian Science Monitor me convidou para me reunir com ele e me ofereceu um emprego nesse jornal, assim que eu terminasse meus estudos de pós-graduação. Todos os detalhes sobre obstáculos que poderiam ter impedido essas coisas de se manifestarem foram perfeitamente resolvidos e eu consegui fazer a pós-graduação e começar a trabalhar para o Monitor. Desfrutei uma longa carreira no Monitor, tanto nos Estados Unidos como no exterior.
Conhecer a Ciência Cristã mudou o curso da minha vida e me levou a vencer todos os desafios por meio da oração. Confiar no cuidado perfeito de Deus constantemente me ajuda a enfrentar situações estressantes com calma inspiração. Constatei repetidas vezes que a prática da Ciência Cristã transforma nossos maiores desafios em nossas oportunidades mais recompensadoras.
