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Original para a Internet

Superar a pressão do perfeccionismo

Da edição de julho de 2018 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 17 de maio de 2018.


Em um mundo que se apresenta altamente competitivo, empenhar-se para ser o melhor em tudo muitas vezes parece ser a chave do sucesso e da felicidade. Eu cresci em uma família onde o alto desempenho era muito valorizado. Apesar de que serei sempre grata por ter aprendido a importância da determinação e do trabalho árduo para alcançar os objetivos, também tive de aprender que a verdadeira satisfação provém de ouvir a orientação de Deus a todo momento, e não da força de vontade que visa a alcançar um resultado definido humanamente.

O empenho pela excelência pode ser agradável e satisfatório, quando olhamos para Deus como a fonte de todo o bem. Mas o que fazer, quando sentimos uma intensa necessidade de perfeição em nossa vida, ficando angustiados todas as vezes em que nosso mundo não é exatamente como achamos que “deveria ser”? É possível que tenhamos sido influenciados pelo conceito de que somos pessoalmente responsáveis por uma experiência humana satisfatória e de que não podemos ficar em paz, a não ser que tudo seja impecável nos mínimos detalhes.

Compreender que o verdadeiro fundamento da satisfação e da paz se encontra no inabalável, seguro e inteligente reino de Deus, o Amor divino, ou seja, na realidade espiritual que é verdadeiramente nossa e que podemos aceitar e admitir em nossa vida, é o estado mental que nos liberta daquele temor que leva ao desejo ansioso de uma perfeição material. A Bíblia ensina que, na verdade, somos os amados e satisfeitos filhos de Deus, criados à imagem do Amor. O Salmista assegura: “Eu, porém, na justiça contemplarei a tua face; quando acordar, eu me satisfarei com a tua semelhança” (Salmos 17:15).

Essa satisfação não é algo que se obtém riscando cada item de uma lista de tarefas ou, senão, tornando-nos humanamente perfeitos, qualquer que seja nossa definição desse ideal ilusório. O Salmista vislumbrou o fato de que Deus, o Amor divino sempre presente, já é infinitamente bom e completo. Essa afirmação está fundamentada na convicção de que Deus nos criou espiritualmente completos e nos ama, agora e eternamente.

Como criação completa e espiritual de Deus, nós expressamos o bem que Ele é, com as qualidades espirituais que já são nossas, tais como a natureza amorosa do Amor divino, a honestidade da Verdade eterna e o senso de ordem que é o produto do Princípio divino. Deus nos valoriza a cada momento e nos conduz diariamente para o bem e para o desdobramento divino de uma atividade produtiva.

Mediante a sincera oração, podemos seguir o conselho do Salmista e despertar para nossa natureza verdadeira e espiritual, a completa imagem e semelhança do Amor divino, totalmente em paz. Graças a esse fato, se torna uma bênção, e não um fardo, atingirmos a excelência em tudo o que fazemos, seja ter um bom desempenho no trabalho, criar uma família, limpar a casa, ajudar a comunidade ou participar de esportes ou atividades artísticas.

Eu orei para ver a atividade do Princípio e do Amor divinos guiando cada passo.

Se nosso objetivo é manter a Deus como centro de nossas atividades, com motivos apoiados na convicção do bom propósito de Deus para nossa vida, seremos benévolos e pacientes com nós mesmos e com aqueles que vivem e trabalham conosco, ao longo da vida. Pode ser que cometamos erros, e às vezes o nosso trabalho pode não dar os frutos que planejamos, mas sentiremos paz e alegria no nosso íntimo, mesmo quando a vida apresentar complicações e os resultados não forem humanamente perfeitos. Com os motivos inspirados por Deus, superamos situações inquietantes e somos conduzidos para a paz, a ordem e o bem em nosso dia a dia, para aquela paz que é a expressão natural de nossa integridade e perfeição na Vida e no Amor divinos.

Por outro lado, buscar a felicidade por meio do perfeccionismo material, faz das circunstâncias humanas uma espécie de deus. Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy escreve: “Tudo o que materializa a adoração estorva o desenvolvimento espiritual do homem e o impede de demonstrar seu poder sobre o erro” (pp. 4–5). Quando buscamos a excelência mediante a oração humilde, apoiada no desejo de glorificar a Deus, tomamos consciência de que a orientação de Deus está sempre presente para atender a nossas necessidades, e encontramos uma satisfação que nenhum perfeccionismo material pode proporcionar.

Durante muitos anos, eu me empenhei em fazer os registros contábeis referentes à declaração dos impostos de minha firma. Meu ponto forte é vendas e a parte contábil do negócio estava muito fora da minha zona de conforto. Eu ficava extremamente preocupada com a exatidão dos dados, de certa forma para provar a mim mesma que eu merecia ser a dona da firma. Por mais que eu tentasse melhorar minhas habilidades contábeis, gastava muitas horas penosas, tentando encontrar os erros. Às vezes, chegava a ouvir na minha cabeça a voz de desaprovação de um contador imaginário, me repreendendo pelo trabalho mal feito. Eu ficava arrasada e sem sono até detectar onde havia errado os cálculos.

A certa altura, quando esse ciclo de imperfeição e ansiedade começou novamente, chorando e com todo fervor, orei pedindo alívio. Uma nova inspiração veio-me ao pensamento. Esta declaração de Cristo Jesus: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mateus 5:48), antes me parecia ser uma ordem para alcançar a perfeição humana, a fim de ser merecedora da aprovação de Deus e das pessoas em geral. Mas, agora, eu a entendi como uma afirmação de que nós já somos perfeitamente amados e espiritualmente criados por Deus, e não como uma ordem de que precisamos, de algum modo, tornar-nos humanamente perfeitos para sermos amados por Deus. Compreendi que o amor de Deus estava ali mesmo comigo, suprindo todo o bem, inclusive todas as ideias inteligentes necessárias à minha tarefa.

A Ciência Cristã se baseia na compreensão de que Deus é o Princípio divino do existir. Eu percebi que a natureza ordenada do Princípio divino podia ser expressa nos meus negócios mediante a compreensão de que esse Princípio divino governa toda a criação. Eu sou a ideia, a imagem, do Princípio divino e visto que Deus, a Mente divina, já sabe tudo, é a Mente que me supre de discernimento, portanto a informação necessária tem de vir a mim com clareza.

Logo depois, algumas peças que faltavam nesse meu quebra-cabeça contábil vieram à luz. Nos anos subsequentes, eu constatei que fazer a contabilidade tornou-se algo tranquilo, na proporção em que orava para ver a atividade do Princípio e do Amor divinos guiando cada passo. Também fui informada sobre alguns aspectos do trabalho que poderiam ser deixados de lado por serem desnecessários. Portanto, eu encontrei o equilíbrio que não dependia de um extremo senso de perfeição material.

É nosso direito inato viver a vida com alegria, propósito e amor. Começar do ponto de vista do poderoso amor de Deus por nós, ou seja, reconhecendo que o nosso valor e o bem são dádivas da graça de Deus, ajuda-nos a superar e vencer o implacável impulso de buscar uma perfeição humana. Encontramos a aprovação e o perfeito amor de Deus quando admitimos nossa verdadeira natureza espiritual, que é sempre completa, bem cuidada e satisfeita. 


Deus é o Amor. Podemos pedir-Lhe que seja mais? Deus é a inteligência. Podemos informar a Mente infinita de algo que já não compreenda? ... O desejo não proferido nos aproxima, com certeza, da fonte de toda a exisência e felicidade abençoada. 

Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 2

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