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Original para a Internet

Um único universo presente

Da edição de julho de 2018 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 14 de maio de 2018.


É uma maravilha, é uma verdadeira alegria na vida dar-nos conta de que nosso mundo é algo muito mais vasto, tanto para os outros quanto para nós, quando tomamos conhecimento de que o senso mais profundo e mais verdadeiro da realidade é, na verdade, exclusivamente espiritual.

Um desejo honesto de melhor compreender esse fato abre um panorama de cura, transformação, consolo e elevação de caráter. A Descobridora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, escreve em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Para raciocinar corretamente deve estar presente no pensamento um só fato, a saber, a existência espiritual. Na realidade, não há outra existência, porque a Vida não pode ser unida à sua dessemelhança, a mortalidade.

“O existir é santidade, harmonia, imortalidade. Já está provado que um conhecimento disso, ainda que em pequeno grau, elevará o padrão físico e moral dos mortais, aumentará a longevidade, purificará e elevará o caráter. Assim, o progresso destruirá finalmente todo o erro e trará a imortalidade à luz” (p. 492).

A noção de que não existem múltiplas variações de existência conduz às profundezas da metafísica. O respeitado físico quântico Erwin Schrödinger disse: “O mundo me é oferecido uma vez só, não como um mundo que existe, e outro, como ele é percebido”. A Ciência Cristã leva esse conceito ao grau mais profundo e mais substancial, mostrando assim que, embora pareça haver um universo material de vulnerabilidade, variabilidade e decrepitude físicas, em realidade há somente “as maravilhas de Deus”, conforme encontramos na Bíblia em Jó 37:14, maravilhas essas que estão em um universo único e todo-abrangente, inteiramente espiritual, harmonioso, imortal.

Tendo isso em vista, não pensaríamos em nossa existência, ou identidade, como humana em um caso e espiritual em outro, como se tivéssemos duas identidades. Isso seria dualismo. O fato espiritual é que um único universo presente, brilhando muito mais luminosamente e com mais perfeição do que a matéria jamais poderia fazê-lo, está ali onde nós sem cessar, “vivemos, e nos movemos, e existimos” (ver Atos 17:28). Portanto, o universo espiritual é muito mais do que um reino a mais ou paralelo à materialidade. A existência espiritual não é apenas factual e tangível. Ela predomina em nossa experiência na medida em que nós realmente compreendemos que ela é a única existência verdadeira.

Nosso mundo é muito mais do que aquilo que vemos quando olhamos ao nosso redor.

No 1º capítulo do livro do Gênesis, na Bíblia, somos identificados com o bem, de maneira tão completa, que somos literalmente a semelhança de Deus, o Espírito divino. No entanto, alguns versículos mais adiante no capítulo seguinte, em vez de o Espírito criar tudo de maneira espiritual, Deus é retratado de uma forma completamente diferente, algo como um personagem da mitologia grega, que cria tudo anatomicamente. O homem, de início revelado como a semelhança de Deus, é nele apresentado como criado a partir do pó.

Mas é impossível que esses dois relatos contraditórios a respeito da criação sejam ambos verdadeiros. É vital reconhecermos que Deus, o Espírito, nunca poderia nos dar existência duas vezes, em paralelo, embora em formas opostas, uma espiritual e outra material. Cristo Jesus nos mostrou que é somente a primeira que é real. Por meio de suas obras de cura e, em última análise, em sua própria ressurreição, ele comprovou que a verdadeira existência, ou seja, a identidade do homem, não está na matéria.

Para que possamos reconhecer a única essência da existência, nos é exigido um senso a respeito das coisas que vai além do quadro físico, um senso que indica o reino dos céus. Falando sobre o reino absoluto do universo presente, que é de Deus e inclui cada um de nós como a criação espiritual ideal e intacta dEle, Jesus disse: “...o reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17:21). Se esse reino fosse algum “outro” universo que exigisse a morte para se entrar nele, em vez disso Jesus poderia ter dito: “O reino de Deus é onde você poderá acabar depois da morte”.

Ao deparar-se com um homem que nasceu cego, Jesus não aconselhou esse homem a morrer rapidamente a fim de assumir sua “outra” identidade em um suposto universo do reino de Deus, onde ele teria visão plena. Não foi isso o que ele fez. Jesus olhou para além da superfície da fisicalidade, contemplou reverentemente a natureza espiritual verdadeira do homem, que refletia a natureza e a essência de Deus. Como Ciência e Saúde explica, referindo-se a Jesus: “Ele compreendia que o homem, cuja Vida é Deus, é imortal, e sabia que o homem não tem duas vidas, uma para ser destruída e a outra para se tornar indestrutível” (p. 369).

Se a compreensão de Jesus, de que há apenas uma única criação, ou seja, a do Espírito divino, fosse só uma filosofia otimista, o homem cego não teria recebido ajuda nenhuma. No entanto, ele foi curado. Na verdade, ele foi completamente curado e enxergou pela primeira vez. Tal rejeição radical de um modelo dualístico de existência é oração eficaz. A oração, que reconhece que nossa espiritualidade presente é a realidade, nos liberta das conclusões equivocadas, dualistas, que retratam o homem como existindo na semelhança do Espírito, simultaneamente como os mortais com suas limitações. Essa transformação no pensamento traz cura.

Esse raciocínio não sugere que tanto a fisicalidade como a espiritualidade possam ser reduzidas a um mesmo estado originário. O fato é que, sob a luz do exemplo e dos ensinamentos de Jesus, compreendemos que só o Espírito e sua manifestação realmente existem. Visto que somos neste exato momento e para sempre originados do Espírito divino, a necessidade não é de descartar a fisicalidade. Ao contrário, é a crença de que a realidade seja material que é descartada, à medida que olhamos para além da visão dualista e discernimos nosso verdadeiro existir. À medida que nosso pensamento vai assim se modificando, reconhecemos prazerosamente que nossa única identidade é espiritual. Como chegamos a essa compreensão? Um pensamento após outro pensamento, uma ação após outra ação, analisamos e descobrimos, humildemente e por meio da oração, a verdade de que existe um único Deus e uma única criação, que inclui cada um de nós.

Certa vez, uma amiga minha, que costumava jogar tênis, caiu sobre o braço, e se machucou a tal ponto que não conseguia nem sequer segurar a raquete, muito menos movimentá-la. Enquanto orava, a tentação era de pensar de forma dualista, considerar-se espiritual, como imagem de Deus, e também física, com algo quebrado, em um universo material.

Em vez disso, rejeitando a ideia de que sua identidade pudesse ser composta de matéria feita do pó, lesionada ou saudável que fosse, ela adotou a única verdade espiritual de que nosso existir é, no eterno agora e de forma integral, o reflexo de Deus e, portanto, inteiramente ileso e intocado. Essa mudança na forma de pensar dissipou a mentira sobre sua identidade, e ela ficou livre da lesão, de maneira imediata, perfeita e permanente.

Uma frase bem conhecida da Oração do Senhor diz: “...faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mateus 6:10). Essa declaração, observada sem se pensar com profundidade, aparentemente poderia implicar que existem dois universos, ou seja, um universo terrestre e um universo celestial. Mas as curas, como a da minha amiga, mostram que a expressão “assim na terra como no céu” não é de maneira nenhuma dualista, mas, em realidade, está relacionada a uma transformação mental abrangente. Para o senso material, pode-se dizer que a terra representa uma mentalidade mal informada, com suas observações sobre a identidade como sendo material e aprisionada pelo tempo e pelo espaço físico. Por meio da oração, essa mentalidade com base material é iluminada, e conduzida à compreensão da presença de Deus perfeito e criação perfeita, ou seja, do reino de Deus espiritual e real, como tudo o que verdadeiramente existe. Consequentemente, o resultado natural é a cura.

Cada vez que oramos com a frase “faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”, podemos fazê-lo com autoridade, com a autoridade absoluta de Deus, e sentir profunda gratidão pelo nosso lugar nesse universo único, perfeito, intacto e inteiramente espiritual, e por nossa capacidade de estarmos sempre cientes desse fato. 

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