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Original para a Internet

Sob a jurisdição do Princípio

Da edição de janeiro de 2019 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 22 de novembro de 2018.


A Receita Federal dos Estados Unidos exigiu que eu apresentasse um formulário referente a um investimento que eu havia feito anos atrás. Conversei com um administrador judicial que tinha acesso ao arquivo e as coisas pareciam estar em ordem para que eu recebesse o documento em tempo hábil.

Mas o documento não chegou. Ao longo de vários meses, minhas ligações e meus e-mails para o administrador judicial nunca foram respondidos. Liguei para todas as pessoas que eu conhecia e que eram ligadas à empresa relacionada ao investimento, mas sem êxito. Então, depois que entrei em contato com alguns dos outros investidores que também deviam apresentar o mesmo documento à Receita Federal, descobri que eles estavam depositando suas esperanças em meus esforços! Pensei em outras opções, tais como contratar um advogado ou visitar o administrador judicial (a muitos quilômetros de distância), mas isso parecia mais um esforço inútil e provavelmente não resolveria o problema. Alguns talvez considerassem minha situação sem solução, ou seja, eu estava entalado entre um administrador judicial indiferente e uma agência governamental exigente e insensível. Mas eu sabia que podia orar para a solução do problema.

É meu costume orar sobre todos os aspectos da minha experiência, para reconhecer a presença tangível de Deus em minha vida. Veio-me ao pensamento a ideia de que meu problema não era realmente obter um documento, mas que tudo tinha mais a ver com o conceito de governo. Estaria eu realmente sob a autoridade de gigantescas burocracias sem rosto? Ou estava eu sob o controle de um Deus amoroso e onipotente? Ora, pode parecer uma ideia absurda confiar na oração numa situação como essa. Mas, por meio do meu estudo da Ciência Cristã, tenho constatado que até mesmo situações que parecem extremamente desesperadoras podem ser harmoniosamente resolvidas com uma maior confiança em Deus, e uma compreensão mais profunda acerca do Seu grande amor e de como Ele cuida de nós. Veio-me ao pensamento, de uma forma muito clara, que o que eu mais precisava não era esse documento, mas sim sentir paz a respeito da situação, um senso de que apenas Deus estava no controle.

Em seus escritos, Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, ajuda os leitores a compreender melhor a Deus. Ela descobriu sete termos específicos para Deus, que lhe ficaram evidentes por meio do senso espiritual da Bíblia. São eles: o Princípio, a Mente, a Alma, o Espírito, a Vida, a Verdade e o Amor. Uma firme convicção a respeito de como cada um deles se relaciona com nossa experiência ajuda a manter nosso pensamento alinhado com o poder divino.

À medida que compreendemos e afirmamos que Deus é o Princípio, constatamos que a justiça, a igualdade e a honestidade fazem parte permanente de nossa existência, como a criação espiritual de Deus. Confiar nessa verdade ajuda a nos libertar dos efeitos nocivos dos erros corporativos ou governamentais, da apatia, e até das tentativas maldosas de nos prejudicar. Embora isso certamente nem sempre possa parecer evidente, o Princípio está sempre em ação e nunca podemos nos encontrar fora de sua jurisdição.

O Princípio está sempre em ação e nunca podemos nos encontrar fora de sua jurisdição.

Durante minhas orações, deparei-me com esta poderosa declaração da Sra. Eddy, que consta em seu livro Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896: “A necessidade crescente de nos apoiarmos em Deus para nos defender contra as formas mais sutis do mal, faz com que nos volvamos sem reservas a Ele em busca de ajuda, e dessa forma se torna um instrumento da graça. Se vivemos de maneira correta, toda tentativa de nos prejudicar só poderá nos ajudar; pois Deus nos dará a habilidade para superar tudo o que tenda a impedir nosso progresso” (p. 115).  

Essa ideia de recorrer a Deus sem reservas me agradou. Embora eu confiasse em Deus, talvez bem no fundo eu estivesse procurando apenas uma estratégia humana correta para usar com o administrador, imaginando se apenas mais uma tentativa obstinada não me daria o que eu queria. O trecho acima me ajudou a ver que eu precisava fazer uma mudança mental, ou seja, ao invés de tentar descobrir algum plano humano astuto para resolver o problema, eu devia confiar mais plenamente no fato de que Deus, o Princípio, revelaria uma solução harmoniosa que abençoaria a todos os envolvidos. Essa mudança de visão me ajudou a adquirir mais paz.

Sempre que o medo de não estar em conformidade com a Receita Federal me vinha à mente, junto vinha também a sugestão de que eu tinha de humanamente fazer algo para resolver o problema. Mas, em vez de ceder a esse medo, mantive minha plena confiança de que Deus, o Princípio, estava totalmente no controle, e que confiar humildemente em Seu plano me manteria no caminho certo.

Às vezes, manter tal confiança pode ser muito difícil, principalmente quando parece ao senso humano que não estamos fazendo nada. No entanto, a oração não significa apenas sentar-se e esperar que o melhor aconteça. Na Ciência Cristã, a oração é o ato de nos apoiarmos diretamente sobre o poder sanador do Cristo para nos guiar na direção que trará uma solução para qualquer problema. É uma afirmação silenciosa e poderosa a respeito das leis espirituais imutáveis de Deus e uma elevação do pensamento até o ponto em que podemos sentir claramente as intuições espirituais que estão sempre disponíveis a cada um de nós.

A oração eficaz envolve ouvir a orientação de Deus e dar os passos que Ele nos inspira a dar, sem medo ou ansiedade. A confiança no governo de Deus em nossa vida nos impulsiona a seguir em frente com a certeza de que nossos esforços têm o pleno poder de Deus, como o Princípio, a sustentá-los. Esses esforços, em espírito de oração, estão fundamentados na compreensão de que nosso sucesso, progresso e cura não dependem de nossas capacidades humanas ou do destino. Por meio desses esforços em oração, nossas responsabilidades diárias em casa, na escola ou no trabalho estão sendo cuidadas. A confiança e a compreensão subjacentes que temos nEle, como sendo o Princípio, revela que Deus é a fonte da integridade e da equidade em nossa experiência. Quando a base do nosso pensamento, do nosso falar e da nossa ação se baseia na lei do bem, a lei de Deus, como o único poder em nossa vida, podemos esperar ver evidências tangíveis desse bem.

Quando reconhecemos o poder do Princípio em nossa vida, é lógico que nossos pensamentos e ações estejam de acordo com o Princípio. Durante aquela ocasião, fui posto à prova. Uma cerca temporária fora colocada em volta da minha trilha favorita dentro da área florestal preservada, em antecipação a algum grande trabalho de conservação que seria realizado ali. Achei que era prematuro e desnecessário fechar uma área tão grande, mas não consegui obter nenhuma informação da prefeitura sobre quando o trabalho começaria ou terminaria. Era extremamente tentador atravessar a cerca para entrar na trilha, pois era bem fácil fazer isso. Mas, no fundo do coração, eu sabia que a ação correta era obedecer à lei. A orientação da Sra. Eddy para os estudantes da Ciência Cristã é clara sobre isso: “Os Cientistas Cristãos obedecem às leis de Deus e às leis do país; …” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Vários Escritos], p. 128). Então, apesar da minha grande decepção por perder minha área de trilha favorita por um período de tempo indeterminado, resolvi manter firme minha posição para com o Princípio e obedecer à lei.

No final do ano seguinte, pouco antes do prazo estipulado para a entrega da minha declaração de imposto de renda, falando com um dos outros investidores, fui informado de que parecia quase impossível que o documento necessário fosse fornecido em tempo. Mas essa notícia desanimadora não abalou a paz que senti ao confiar no plano de Deus. Segui em frente e entreguei a declaração na Receita Federal sem o documento, pois esse era o curso de ação que parecia o mais correto naquele momento.

Apenas uma semana depois, imagine minha alegria quando abri minha caixa de correio e encontrei o documento! É claro que, embora eu estivesse muito feliz por poder corrigir minha declaração a fim de cumprir com os requisitos da Receita Federal, fiquei muito mais grato por ver como a compreensão de Deus como o Princípio traz triunfo, mesmo diante de circunstâncias assustadoras. Para mim, essa experiência provou que viver dentro da legalidade demonstra nosso compromisso para com Deus e nos fornece a garantia de que nunca podemos estar fora de Sua jurisdição.

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