No ano passado, o periódico The Christian Science Monitor Daily mencionou uma matéria do Wall Street Journal, indicando que o percentual de norte-americanos que acredita que “a maioria das pessoas é de confiança” caiu de 46 por cento em 1972 para 31 por cento em 2016. O Monitor acrescentou: “A confiança sempre foi essencial para as economias livres. Nesse sentido, o déficit americano mais importante, neste momento, poderia ser a respeito da confiança dos cidadãos, uns nos outros” (2 de agosto de 2017).
Não importa em qual parte do mundo vivamos, a confiança é fundamental para a realização de muitas tarefas em nossa vida. Acho que orar diariamente é uma base forte para as relações com base na confiança, oração que eleva o pensamento a Deus e afirma a verdadeira identidade de todos como a expressão espiritual e perfeita de Deus. Ela protege e reforça nossa habilidade de confiar. Também aguça nosso discernimento.
Uma experiência com um colega de trabalho no meu antigo emprego realmente me desafiou a encontrar uma base sólida para a confiança. As ações suspeitas dessa pessoa colocaram em risco a finalização de um projeto dentro do prazo. Outro colega ofereceu uma solução e, por fim, o projeto foi concluído no prazo e com sucesso. Mas foi, para mim, difícil perdoar a pessoa que não fora sincera e franca nessa parte do projeto.
Então, orei. Não recordo agora as ideias específicas com as quais orei, mas, certo dia, quando estava trabalhando com esse colega, algo que ele havia feito veio à tona, e ele explodiu: “Bem, é assim que eu sou”. Fiquei um pouco surpresa quando respondi que não o via dessa forma. Embora estivesse orando, eu ainda não havia sentido que tinha ocorrido uma cura total em meu pensamento, até aquela hora.
Foi um momento de cura para nós dois e levou a uma conversa sobre o tema de que todos nós somos uma ideia de Deus, a reflexão da Verdade infinita. Essa pessoa parecia ansiar por ouvir essa visão espiritual e inspiradora a respeito de Deus e Sua criação. Como resultado de nossa conversa, dei-lhe um exemplar de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras,de Mary Baker Eddy. Eu sei que ele deu valor ao livro, porque quis me pagar, algumas semanas depois, quando saiu da empresa devido a uma nova oportunidade.
Não vi mais essa pessoa desde aquela ocasião, portanto, não sei se essa experiência teve um impacto maior nele. O que sei é que a transformação no meu pensamento continua. Essa experiência me mostrou como é importante valorizar cada pessoa como uma expressão do bem de Deus. Exatamente onde parece haver um mortal que não merece confiança, ainda assim há uma confiabilidade inata nessa pessoa, que pode ser percebida e trazida à tona. Reconhecer essa confiança melhora as relações, tanto profissionais quanto pessoais. Traz a cura e nos eleva.
Ciência e Saúdeafirma: “O fundamento da desarmonia mortal é o senso errôneo da origem do homem. Começar certo é acabar certo” (p. 262). Nosso ponto de partida determina o sucesso ou o fracasso do nosso empenho. Se começamos a partir de um mortal imperfeito, certamente ficaremos desapontados; nossa confiança está no lugar errado desde o início. Mas se começamos reconhecendo a Deus como Tudo e totalmente bom, e o homem como o reflexo perfeito de Deus, temos uma base firme para a confiança. O homem de Deus é sempre digno de confiança. Essa abordagem também aumenta nossa habilidade de discernir a desonestidade e de agir de forma adequada.
Recentemente, esta citação de A ideia que os homens têm de Deus, um sermão da Sra. Eddy, me impressionou: “...nossas ideias acerca da divindade formam nossos modelos de humanidade” (p. 14). Quando a leio, penso: “Uau! Então, se tenho uma visão ruim da humanidade, eu acredito que Deus é assim?” Fiquei contente de poder responder que não. Sabendo o que é verdadeiro a respeito de Deus, sabemos que tudo aquilo que vemos como não confiável ou ruim tem de ser falso, pois não é parte da verdadeira natureza do homem e, portanto, não é irredimível, porque Deus é o bem infinito.
Em Habacuque, lemos sobre Deus: “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal” (1:13). E o primeiro capítulo do Gênesis nos diz que, quando Deus observou Sua criação finalizada, Ele viu que “era muito bom” (versículo 31).
É preciso senso espiritual para discernir o bem e rejeitar o quadro mortal. Deus concedeu o senso espiritual a todos nós e esse senso espiritual fica mais agudo com a nossa oração diária, que mantém o bem de Deus à frente do nosso pensamento. Vemos com mais clareza e constância o homem que Deus criou, e que é verdadeiro e confiável. Isso nos capacita para reconhecer e desarmar as más ações, ajudando, ao mesmo tempo, a inverter qualquer déficit na “economia da confiança”.
