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Original para a Internet

Encontrar e demonstrar o poder que nos une

Da edição de fevereiro de 2021 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 21 de setembro de 2020.


Em meio a uma enorme desagregação social, que inclui pontos de vista e políticas conflitantes, a maioria das pessoas anseia por ver uma sociedade mais unida, mais genuína, em nível local, doméstico e global ― e que essa união não seja temporária, artificial ou forçada, mas sim enraizada em uma base firme, honesta e inclusiva. Enquanto os esforços para encontrar essa união se basearem na premissa de muitas mentes com opiniões e vontades divergentes, motivações incompatíveis e interesses próprios, esse ideal será inalcançável. Mas existe outra forma de abordá-lo. A Ciência Cristã explica, tal como Cristo Jesus demonstrou, que Deus, a Mente infinita, ou o Espírito infinito, é em realidade o único poder criativo e governante ― a fonte de todo o verdadeiro existir ― que dá impulso ao funcionamento harmonioso de tudo o que existe. Partindo dessa perspectiva, a união é um fato espiritual estabelecido, derivado de Deus, e que podemos nos esforçar para trazer à luz em nossa vida cotidiana.

O livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, declara este preceito espiritual fundamental: “Um só Deus infinito, o bem, unifica homens e nações...” (Mary Baker Eddy, p. 340). A declaração prossegue, identificando o amplo impacto desse Princípio divino, ou seja, é a base da fraternidade entre os homens, põe fim às guerras, estabelece a igualdade dos sexos e faz com que a humanidade se liberte de várias outras condições injustas. A Ciência Cristã explica que a criação de Deus, ou seja, o homem e o universo, são concebidos na perfeita semelhança de Deus. Assim, é natural pensar que cada um de nós, em nossa verdadeira identidade espiritual, não só é governado pelo único Espírito unificador, como também o expressa.

No entanto, essa explicação do poder todoabrangente de Deus não deveria, de forma alguma, nos tornar indiferentes ou complacentes, em face de um mundo que está sendo desafiado de forma agressiva por uma desagregação generalizada. Essa explicação deveria impelir nossa mente e nosso coração a orar e trabalhar com mais persistência para ver esses fatos espirituais demonstrados de forma mais ampla na sociedade como um todo.

Na arena diária da vida humana, onde, por ações e palavras desagregadoras, parece agressivamente contestado o fato de que é natural que haja união entre os homens, é necessário permitir que o Cristo eleve o nosso pensamento e, da melhor forma possível, alinhe, tanto o nosso pensar como a nossa vida, com o Amor divino e a orientação divina. À medida que nós, individualmente, nos rendemos de uma forma mais plena ao fato de sermos um com Deus e vivermos em maior grau as qualidades do Amor divino ― as quais incluem a compaixão, o altruísmo, o perdão, a ausência de preconceitos, a humildade, o discernimento, para citar apenas algumas ― estaremos aptos a também pedir honestamente à Mente, que é o Amor, que nos ajude a compreender e a vivenciar melhor o fato de que todos estão sempre em união com Deus e uns com os outros, dentro do único bem infinito.

Ao abrir nosso pensamento e admitir a influência sempre presente do Cristo ― a mensagem do bem de Deus a todos nós ― nos libertamos da crença em muitas mentes conflitantes e alcançamos a consciência de uma Mente única supremamente boa. Dessa forma veremos que nossas próprias atitudes, como também as dos outros, se purificam de características desagregadoras, tais como a indiferença, o medo, a presunção de retidão pessoal, a intolerância e a malícia, e demonstram expressões mais amplas e fortes de união quanto a motivos, valores e aspirações.

Jesus assinalou que a união era necessária, quando disse: “...toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá” (Mateus 12:25). Se desejamos que nossas instituições sejam estáveis, não podemos pensar que a união é algo opcional. Mas muitas vezes ideias e políticas precisam ser purificadas, elevadas e transformadas para que surja a verdadeira união. E quando existe uma união sólida e genuína, esta precisa ser defendida de tudo o que possa dividi-la, enfraquecê-la, ou prejudicar-lhe a integridade, ou seja, "desintegrá-la". Quer a influência desestabilizadora venha de nós, ou das proximidades, ou até mesmo de fora das fronteiras do nosso país, precisamos recorrer ao poder divino para conduzir a humanidade a uma união mais tangível.    

Ao compreender, de uma forma extraordinária, a base espiritual da união, e o poder da oração científica, Jesus orou desta maneira pelos seus seguidores, tanto os de sua época como os de hoje: “...que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; ... eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade...” (João 17:21, 23). Jesus não orou para que Deus de alguma forma unificasse muitas mentes conflitantes. Sua oração reconheceu a Deus, de forma intrínseca, como sendo a sua própria mente, a mente de Cristo, e depois o Cristo em nós, ou seja, atuando em nós. Assim, a base segura da união é que todos temos a mesma Mente. Cabe a nós corresponder à oração de Jesus, purificando de tal maneira nosso pensamento, e não crendo em outros deuses, ou em outras mentes, que se torna então possível demonstrar mais dessa Mente única, o Amor divino.  

Todos nós podemos encontrar mais plenamente o poder da compaixão, do perdão, da humildade e da confiança.

Semelhantemente, com o pensamento voltado a abranger o mundo inteiro, Mary Baker Eddy descobriu a Ciência Cristã e fundou a Igreja de Cristo, Cientista. Escreveu esta Oração Diária, e declarou que é dever de todo membro dessa igreja orar diariamente com tais ideias: “...e que a Tua Palavra enriqueça os afetos de toda a humanidade, e a governe!” (Manual dA Igreja Mãe, p. 41). A parte anterior da oração diz o que precisamos fazer: “...estabeleça-se em mim o reino da Verdade, da Vida e do Amor divinos, eliminando de mim todo o pecado...” Fica claro que cada um de nós tem a possibilidade e a responsabilidade de ajudar o gênero humano a vivenciar de maneira cada vez maior o sentimento de união, que é espiritualmente inerente a todos nós como filhos de Deus. Livrar-nos de tudo o que nos separa de Deus e da Sua criação é o primeiro passo essencial.   

A total confiança que a Sra. Eddy depositava no Amor divino e o seu esforço para manifestar seus motivos e metas, plenos de compaixão e despojados do ego, foram comprovados ao longo de muitos anos na sua função de Descobridora, Fundadora, e Líder da Ciência Cristã. Seus incansáveis esforços para demonstrar a praticidade do poder espiritual foram comprovados nas inúmeras situações em que ficou evidente que o divisionismo foi superado com amor sanador nas suas relações com estudantes, como também diante da imprensa, de médicos e de sacerdotes. Em junho de 1906, em sua mensagem lida durante a cerimônia de dedicação do edifício da Extensão dA Igreja Mãe, Mary Baker Eddy dirigiu-se aos membros, agradecendo por “...esta prova de vosso progresso, união e amor...” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Outros Escritos], p. 6). Ela conhecia muito bem o esforço necessário para superar as tendências desagregadoras e destrutivas da mente humana e para que prevaleçam a união e o amor.

Vinte anos antes ela havia publicado um poema intitulado: “Amor”, que inclui esta estrofe: 

Se a frágil cana vais quebrar
Com ato ou dura voz,
Imita quem nos soube amar,
Curando a todos nós.
Procura em Deus a inspiração
Que os homens une em afeição.
(Hinário da Ciência Cristã, 30, trad. © CSBD).

Essas e outras declarações da Sra. Eddy, que indicam a ligação existente entre o amor, a união e o progresso, me proporcionaram, ao longo dos anos, uma visão clara de como proceder em várias situações desafiadoras no trabalho. Uma delas, por exemplo, envolvia um projeto que durou vários anos. O êxito dependia muito da união entre um grande número de pessoas que tinham alguns pontos de vista fortes e diferenciados. Fui tentado a ficar impressionado com as grandes divergências entre as pessoas. Mas, ao longo de alguns meses, fui aos poucos adquirindo a convicção de que a união e o amor, dados por Deus, estavam presentes e não podiam ser encobertos ou eliminados. Com humilde gratidão pude ver que a crítica, a presunção de retidão pessoal e a desconfiança cederam, e a união necessária se estabeleceu. Nenhum de nós que trabalhávamos nesse projeto tinha o poder pessoal de unificar o pensamento. Mas o Amor divino tinha esse poder!

Nunca devemos aceitar o sentimento de impotência diante de uma agressiva falta de união. Há poder e alegria em nos sentirmos confiantes de que é natural espiritualizar nossa vida conforme necessário, ser governados por uma Mente infinita, e testemunhar o poder unificador do Amor divino. Seja em nossa própria casa ou nas comunidades, seja nos cantos mais conturbados do mundo e divergências mais exacerbadas, podemos esperar ver, pelo menos em certa medida, um caminho para a cura e a união na demonstração do Amor refletido. À medida que a nossa indiferença individual, a desconfiança quanto aos outros, o medo e a presunção de uma retidão pessoal cedem à influência do Cristo, estamos demonstrando mais claramente a nossa própria união com o Amor divino. Todos nós podemos encontrar mais plenamente o poder da compaixão, do perdão, da humildade e da confiança. Isso, por sua vez, nos capacita a orar e a apoiar com mais eficácia uma demonstração coletiva de harmonia e cooperação global.

Tais transformações do pensamento não pertencem exclusivamente a nenhuma categoria definida de gênero, raça, etnia, nacionalidade, religião, faixa etária, ou de qualquer outra suposta classificação de segmentos da humanidade. Ao aceitar como nossos individualmente e, ao mesmo tempo universais, os atributos unificadores do Amor divino, estaremos ajudando a assegurar o progresso da humanidade.

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