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Original para a Internet

Livre-se dos farrapos mentais!

Da edição de fevereiro de 2021 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 12 de novembro de 2020.


Sempre gostei muito do exemplo prático da fábula de Esopo sobre o vento norte e o sol. Recentemente, dei-me conta de que ali havia uma profunda lição espiritual para mim também.

Na fábula, o vento norte e o sol certo dia estavam discutindo sobre qual deles era o mais forte. Decidiram então competir entre si. Um homem estava caminhando lá em baixo na terra por uma estrada rural e eles concordaram em competir para saber quem conseguiria tirar o casaco daquele viajante. O que conseguisse esse feito seria o vencedor e seria reconhecido como o mais forte.

O vento foi o primeiro, e soprou com todas as suas forças. O homem, congelado pelas rajadas de ar frio, simplesmente aconchegou-se ainda com mais força ao seu casaco. Em seguida, chegou a vez do sol, que passou a brilhar mais, irradiando luz e calor. O homem ficou tão aquecido pelos raios solares que logo tirou o casaco.

A lição que podemos tirar dessa fábula é que a persuasão é mais poderosa do que a força. O brilho do sol de uma forma amável e suave abrirá outro coração mais prontamente do que toda a fanfarronice e os empurrões da agressividade.

Percebi que havia uma correlação com o atual clima político altamente volátil. O casaco do viajante poderia representar opiniões pessoais enraizadas sobre política e eventos mundiais. Quando as pessoas debatem suas opiniões com veemência, frequentemente fazem com que os que têm opiniões opostas se aferrem a suas próprias opiniões ainda com mais força. Tal como o vento que sopra violentamente na fábula, a força antagônica da vontade pessoal serve apenas para reforçar ainda mais as crenças arraigadas.

Essa percepção levantou algumas questões: Estaria eu tenazmente me agarrando a alguma profunda opinião política, cultural, típica de uma geração? Será que entrar em discussões emocionais sobre elas ajudaria outros — ou a mim mesma — a encontrar uma compreensão mais clara dessas questões?

Ora, é claro que não há nada de errado em manter uma respeitosa troca de opiniões a respeito de perspectivas diferentes. Afinal, o diálogo e o debate construtivos são importantes em todos os níveis de uma democracia. Mas tive de admitir que eu tendia a ser rígida em minhas opiniões e, às vezes, mais inclinada a insistir no meu ponto de vista do que em participar de um debate aberto e ponderado.

A Ciência Cristã, descoberta por Mary Baker Eddy, havia me mostrado que olhar para o mundo é como olhar para um espelho. Seja o que for que estivermos mantendo mentalmente no pensamento, é o que tendemos a ver ao nosso redor. À medida que eu refletia mais sobre esse assunto, percebia que estava vendo a minha própria inflexibilidade espelhada nas posições intransigentes dos outros. Ficou claro para mim que essa atitude ferrenhamente intransigente é bastante comum e está produzindo uma atmosfera de ódio, de crítica arraigada na presunção de uma retidão pessoal e de divisão entre as pessoas, em muitos países, incluindo no meu.

Esta declaração da Sra. Eddy oferece uma percepção que pode ser de muita ajuda: “Tiremos as roupagens do erro. Então, quando soprarem os ventos de Deus, não nos apegaremos aos nossos farrapos” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 201). 

O Amor suaviza nossa natureza humana, tornando-a mais maleável, mais receptiva ao compartilhamento de ideias e mais disposta a ouvir.

Os ventos de Deus não são as agressivas e destrutivas rajadas de vento da mente humana; são as brisas frescas da correção, que nos libertam das preferências e das atitudes pessoais obstinadas e arraigadas. Vi que, se eu quisesse ser defensora da união, do bem e da fraternidade na comunidade e no mundo, precisava de uma abordagem mais espiritual.

Quer dizer, eu precisava começar, não com os outros, mas comigo mesma. Meu motivo não era mudar a opinião dos outros, mas sim deixar o Amor divino, Deus, brilhar dentro de mim, o que me permitiria renunciar às minhas próprias opiniões firmemente arraigadas. Assim que comecei a orar para deixar de lado opiniões rígidas e críticas cáusticas, vivenciei um arejamento mental. Era como uma brisa fresca e suave agitando um lago em um dia quente. Senti-me movida a adotar uma atitude mais conciliadora. Minha avaliação sobre os pontos de vista e os valores alheios atenuou-se e, quando dei por mim, eu estava mais bondosa e menos crítica em minha maneira de ver as coisas.

Senti o Amor divino em ação, brilhando dentro da minha consciência e levando-me a tirar as roupagens do erro do meu próprio pensamento. A animosidade e o desprezo que eu tinha pelos partidos políticos rivais, e por aqueles que os apoiavam, começaram a se dissolver à medida que eu cedia à eterna presença e onipotência do Amor, Deus. Compreendi que o Amor divino, tal como o sol, brilha sobre todos sem parcialidade. O calor e a ternura do Amor suavizam nossa natureza humana, tornando-a mais maleável, mais receptiva ao compartilhamento de ideias, e mais disposta a escutar. O Amor sustenta e irradia um espírito de compatibilidade. E à medida que refletimos de forma constante a consciência da Mente divina, a única inteligência infinita, que é Deus, estamos apoiando o aparecimento de soluções que são divinamente inspiradas, quer o seu valor seja imediatamente reconhecido e aceito por todos, quer não.

Compreendi que aquilo que havia suavizado meu coração seria capaz de fazer o mesmo por todos. Minha responsabilidade, por meio da oração, era discernir esse fato, reconhecê-lo e regozijar-me espiritualmente. Comecei a afirmar a cada dia que o Cristo, a mensagem divina do amor e da verdade de Deus, está falando à consciência humana de uma maneira que cada pessoa pode ouvir e compreender. O Cristo apresenta o bem, que está continuamente jorrando de Deus e que satisfaz a profunda necessidade do coração por paz, segurança, propósito e suprimento.

Compreendi também que essa era uma coisa simples que eu podia saber sobre a minha família global, e assim eu podia dar uma contribuição em oração a cada dia (e também várias vezes ao dia) à minha comunidade, ao meu país e ao mundo. Significava reservar calmamente alguns momentos para acalentar o fato espiritual de que a luz do Amor está sempre brilhando, permitindo que cada um de nós lance fora tudo o que possa obstruir nossa capacidade de refletir a única inteligência infinita.

“Nenhum poder pode resistir ao Amor divino”, declara Ciência e Saúde (p. 224). Essa verdade nos assegura que o amor de Deus está em ação, iluminando a todos, independentemente de raça, religião, gênero, ou filiação política. O calor do Amor faz com que cada um de nós deixe de usar o pesado casaco da presunção de uma retidão pessoal e esteja mais aberto à comunicação respeitosa com os outros, quer se trate de assuntos governamentais, conflitos comunitários, igualdade racial, aplicação da lei, ou qualquer outra questão.  

A mudança sempre começa em cada um de nós individualmente. Agora, quando percebo que estou acalentando alguma opinião pessoal que me é muito cara, abro o meu coração, elevo os meus braços a Deus, e proclamo: “Livra-me dos meus farrapos, Senhor!” E Ele sempre o faz!

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