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Original para a Internet

O Deus que me vê

Da edição de fevereiro de 2021 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 16 de novembro de 2020.


Em um relato a respeito da vida de Abraão e Sara, a qual consta do livro do Gênesis, somos contemplados com uma importante perspectiva a respeito do uno e único Deus, relato esse apresentado na história de Agar, um personagem da Bíblia, o qual quase nunca se menciona. Agar era a serva de Sara e provinha de uma cultura politeísta, mas sua experiência nos ensina muito a respeito da natureza sempre presente de Deus e do Seu amor imparcial.

Deus havia prometido a Abraão que seus descendentes herdariam a terra de Canaã e se tornariam uma grande nação. Abraão, contudo, não tinha filhos e, com o passar dos anos, eles começaram a pensar que a perspectiva de terem descendentes tornava-se cada vez menos provável. Acreditando que já havia ultrapassado a idade de conceber, Sara, que estava bem ciente do juramento de Deus de que Abraão teria um herdeiro, decidiu intervir. No seu desejo bem intencionado de ver a promessa de Deus tornar-se realidade, Sara oferece sua serva a Abraão, a fim de que ele tenha um herdeiro. Ele aceita a oferta, e Agar logo fica grávida (ver o capítulo 16 do Gênesis). 

Compreendendo que sua posição na casa de Abraão era agora muito elevada, devido ao fato de ter no ventre o herdeiro da família, Agar passa a tratar Sara com desprezo. Indignada, Sara por sua vez a maltrata com tanta severidade que Agar logo foge. No deserto, grávida e longe de casa ou de qualquer apoio amigo, essa jovem serva fica desesperada sobre o que vai ser dela e do seu filho por nascer. Nesse momento de extrema angústia e solidão, "Tendo-a achado o Anjo do Senhor junto a uma fonte de água no deserto...", Agar recebe as respostas para suas duas preocupações.

Quanto à primeira preocupação sobre o que vai acontecer com sua vida, Agar recebe a mensagem de que deve retornar à casa de Sara. Claramente, Agar estava recebendo uma lição de humildade, paciência e amor. Quanto à segunda preocupação, a respeito do que vai acontecer com seu filho, Agar recebe a mensagem de que seu filho vai sobreviver, e de que ele será chamado "Ismael". Esse nome significa "Deus ouve", e Ismael terá muitos descendentes.

Essa jovem escrava vive a intervenção imediata de um Deus que responde à oração, e sabe que isso é algo muito especial. Esse momento íntimo deve ter sido diferente de tudo o que ela havia conhecido desde os tempos em que vivera no Egito, onde imperava uma cultura politeísta que adorava os deuses do sol e da lua, os ídolos nos templos e, até mesmo, o próprio Faraó. Mas ali no deserto, sozinha e desesperada, ela encontra um Deus muito próximo, tão próximo como o seu próprio pensamento. Como resultado desse encontro, Agar tem sua própria epifania, e descreve esse momento com belas palavras. Podemos sentir o espanto em sua voz, quando ela diz com simplicidade: “Tu és o Deus que me vê” (Gênesis 16:13, “New Living Translation” [A Bíblia na Nova Tradução Viva]). 

Que revelação para essa jovem! Ela reconhece a presença de um Deus que tudo sabe e que tudo vê e que reconhece a todos e a cada um de nós como sendo “Seus”, e que nunca nos abandona. Que conforto deve ter sentido essa futura mãe, quando recebeu as mensagens a respeito do seu filho e de seus futuros descendentes.

Agar foi obediente à orientação de Deus. Ela realmente voltou a servir a Sara, e continuou a servi-la até dar à luz ao seu filho Ismael, que viria a ser o pai de uma nação. Havia ainda problemas pela frente, e Agar teria de novo a ocasião de apelar a esse Deus onipresente. Como resultado da sua experiência única no deserto, havia aprendido a confiar no plano de Deus.

Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy descreve esse fenômeno de quando Deus Se faz conhecido a todos nós. Ela escreve: “O Cristo é a ideia verdadeira que proclama o bem, a mensagem divina de Deus aos homens, a qual fala à consciência humana” (p. 332). Agar testemunhou essa ligação com Deus há cerca de quatro mil anos, mas esse fenômeno tem a mesma possibilidade de ocorrer nos dias de hoje, pois como poderia o tempo restringir a mensagem de Deus revelada pelo Cristo?

Há alguns anos, quando eu era Primeiro Leitor na minha filial da Igreja de Cristo, Cientista, fiquei muito doente antes de uma reunião de testemunhos das quartas-feiras. Ao caminhar pelo corredor da igreja, dirigindo-me ao púlpito, eu ia repetindo em minha mente: "Deus, mostre-me a mentira. Mostre-me a mentira". Eu queria saber qual era o pensamento incorreto ou o conceito errôneo a respeito do homem, o qual estava causando aquela doença, para que eu pudesse corrigi-lo. Devo ter repetido aquela frase umas seis ou sete vezes: "Mostre-me a mentira. Mostre-me a mentira". Mas justo quando me aproximei da porta que levava ao púlpito, me vieram as seguintes palavras, como se fossem proferidas diretamente a mim: "Vou te mostrar a Verdade".

Deus é o Deus que nos vê; o Deus que nos conhece; o Deus que supre nossas necessidades; o Deus que nos ama.

Essas não eram palavras minhas. Foi como se alguém me tivesse atirado um balde de água fria. A verdade que o Cristo estava me revelando me mostrava que eu não podia ser vítima de algum pensamento errôneo oculto ou de um falso conceito de homem. Eu estava eternamente na presença da verdade de que eu era um filho espiritual de um amoroso Pai-Mãe Criador. Na presença da Verdade, o erro tem de desaparecer, como a escuridão desaparece diante da luz do sol. A doença desapareceu, e eu li do púlpito sem quaisquer efeitos nocivos.

Em outra ocasião, eu estava correndo com minha cadela Nellie em uma pista de corrida de uma escola secundária que ficava a uns 800 metros da minha casa. Era uma noite no início do mês de julho, e de repente alguém nas proximidades começou a soltar fogos de artifício. Nellie saiu correndo assustada em direção a uma rua movimentada que dava para um bairro desconhecido. Corri atrás dela, mas não consegui acompanhá-la, e, ao dar a volta em torno de um edifício, eu a perdi de vista. Tal como Agar, dois receios imediatos me vieram à mente; eu estava temeroso com relação à segurança da Nellie em meio a todo aquele trânsito pesado de automóveis à sua volta, e também me preocupava com a capacidade da Nellie de encontrar o caminho de volta para casa.

Imediatamente, e sem sequer ter começado a orar, veio-me ao pensamento uma mensagem espontânea, nas palavras de um dos poemas de Mary Baker Eddy, o qual é também cantado como hino: “As ovelhas leva, pois, / Ao redil do Amor” (Hinário da Ciência Cristã, 304, trad. © CSBD). Quaisquer outras palavras não poderiam ter-se adaptado de forma mais perfeita àquela situação. O medo desapareceu do meu pensamento, substituído por uma confiança suprema de que Nellie estava sob o cuidado protetor do único Deus Todo-Poderoso.

Voltei para casa, ainda correndo, peguei meu carro e retornei à área onde eu havia perdido Nellie de vista, para procurá-la, e agarrei-me àquelas palavras reconfortantes que me haviam vindo ao pensamento. Finalmente, decidi que minha busca de carro não era mais necessária; que Deus traria Nellie de volta, mas, enquanto isso não acontecesse, eu tinha a certeza de que ela estava em segurança em Seus braços. Voltei para casa, entrei na garagem e, quando saí do carro, avistei Nellie correndo pela entrada de acesso à garagem. Ela estava em casa.

O que para mim mais se destaca nessas minhas duas experiências é como elas demonstraram o magnífico reconhecimento de Agar, de que “tu és o Deus que me vê”. Deus estava sempre muito próximo nesses acontecimentos. Não era um Deus distante a quem eu teria de procurar fisicamente; não era um Deus que precisasse que primeiro eu Lhe implorasse para que Ele viesse em meu auxílio. Ele estava ali mesmo, uma ajuda sempre presente nas tribulações, sempre pronto, fornecendo tudo o que fosse necessário.

Deus é o Deus que nos vê; o Deus que nos conhece; o Deus que supre nossas necessidades; o Deus que nos ama.

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