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Original para a Internet

Para jovens

Como abordar o racismo sob o ponto de vista de uma pessoa que não é negra?

Da edição de abril de 2021 dO Arauto da Ciência Cristã


P: Como pode a Ciência Cristã me ajudar, no que se trata de preconceito racial e maneiras de lidar com o racismo, visto que eu não sou uma pessoa negra?  

R: Quando eu estava cursando a faculdade, e após me formar, trabalhei como assistente de produção para um coral itinerante muito bem-sucedido, formado basicamente de homens e meninos negros. Eu os conhecia bem, e era amiga dos rapazes que lideravam o grupo e eram da minha faixa etária.

Entre os que trabalhavam com o coral, eu era uma das poucas pessoas brancas.

Com o passar do tempo, fui aprendendo algumas palavras e frases que ouvia os integrantes do coral usarem entre si, informalmente. Uma noite, quando um dos líderes foi o último a entrar em formação rumo ao palco, eu disse, em tom de brincadeira: “Corre, moleque!”  

Com uma expressão ao mesmo tempo divertida e chocada, ele olhou para mim e respondeu: “Sim, minha senhora!” Fiquei mortificada, reconhecendo imediatamente o quanto era inapropriado que eu, uma pessoa branca, o chamasse de “moleque”, que era o modo como os senhores de escravos os chamavam em uma era passada, há mais de um século. Embora não houvesse maldade em minha falta de tato, percebi o quanto era importante que eu fosse mais cuidadosa na escolha das palavras, ao interagir com o grupo daí em diante. Senti imensa gratidão quando meu amigo deu risada e me garantiu que não ficara ofendido, e também por ele ter delicadamente me mostrado a tolice do meu deslize.  

Pode ser que fiquemos na defensiva diante de reações como essa ou reações menos gentis, quando, mesmo inadvertidamente, nos comunicamos ou agimos de um modo que gera mal-entendidos e conflitos relativos ao preconceito racial. Mas se formos receptivos à crítica construtiva, cresceremos e progrediremos de modo significativo.

Mary Baker Eddy, a Descobridora da Ciência Cristã, e que se preocupava profundamente com a justiça social, escreveu: “Devemos nos examinar para saber quais são os afetos e os propósitos do coração, pois só assim chegaremos a saber o que honestamente somos. Se um amigo nos aponta uma falta, ouviremos pacientemente a sua repreensão e daremos crédito ao que nos diz? Não daremos, ao contrário, graças por não sermos ‘como os demais homens’? Há muitos anos a autora sente-se imensamente grata por censura merecida” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, pp.8–9).

A frase “não sou como os demais homens” está em uma história que Jesus relatou, referindo-se “…a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros…” (Lucas 18:9). A conclusão da história, de acordo com uma tradução moderna da Bíblia em inglês, é esta: “Se você anda de nariz empinado, julgando-se superior, vai acabar caindo de cara no chão, mas contentando-se humildemente em ser você mesmo, tornar-se-á mais do que você mesmo” (Lucas 18:14, Eugene H. Peterson, The Message [A Mensagem]).

Um Deus amoroso jamais criaria alguém capaz de agir de modo opressivo para com os outros. Por isso, nosso senso mais verdadeiro de simplesmente sermos nós mesmos, sem nos julgarmos superiores aos outros, nunca incluiria um modo de falar ou um comportamento que fossem agressivos para com os outros. À proporção em que oramos, buscando viver mais em linha com o nosso verdadeiro “eu” criado por Deus, nossas orações poderão nos levar a ser mais conscientes das possíveis maneiras em que inadvertidamente estejamos participando de comportamentos opressivos, e então essas orações nos compelirão a abandonar tais comportamentos para podermos avançar em direção a uma sociedade mais justa. 

Se percebemos, descobrindo por nós mesmos ou por meio de uma “merecida censura,” que nossas palavras ou ações são inamistosas para com os outros, podemos encontrar a força espiritual para escutar com atenção, e corrigir nosso modo de pensar e de agir. Além disso, reconhecendo que Deus criou cada um de nós inerentemente bom e inerentemente amoroso, seremos fortalecidos para a transformação redentora e a mudança de comportamento, desvinculando-nos das ações errôneas, sem nos sentirmos oprimidos pela culpa oriunda de nossos erros do passado.

Jesus falou da necessidade de cada um de nós ser “como uma criança”, para assim podermos entrar no “reino de Deus” (ver Marcos 10:15). Podemos raciocinar que, sob uma perspectiva espiritual, esse é o reconhecimento de tudo o que foi criado espiritualmente por Deus, onde podemos encontrar a verdadeira união. Ao cultivar essa atitude semelhante à das crianças, conseguimos abandonar mais rapidamente as coisas que já ultrapassamos, mesmo aquelas que inicialmente nos façam sentir envergonhados ou culpados. Essa abordagem nos libera para aprender mais a respeito de como trabalhar juntos para ver o reino de Deus, no qual todos são igualmente acolhidos e valorizados.

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