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Original para a Internet

Ressurreição todos os dias

Da edição de abril de 2021 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 31 de dezembro de 2020. 


Muitas pessoas, na época de Cristo Jesus, não muito diferentemente do que ocorre hoje em dia, viam a ressurreição como um evento místico que aconteceria em um futuro bem distante, se é que aconteceria. Mas Jesus sabia que não era bem assim. Quando seu amigo Lázaro morreu, Jesus assegurou a Marta, irmã de Lázaro: “Teu irmão há de ressurgir”. Marta, talvez sem se atrever a ter esperança de ver o irmão novamente, disse: “Eu sei … que ele há de ressurgir na ressurreição, no último dia”. Mas Jesus, sempre terno com aqueles que sofriam com o pesar, abriu o pensamento de Marta para uma visão mais profunda e presente da ressurreição, com estas palavras: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente” (ver João 11:1–44). Jesus então foi ao lugar onde Lázaro estava sepultado e o fez sair do túmulo, caminhando. 

No período que veio logo depois, Jesus continuou a dar provas de que “...[Deus] não é Deus de mortos, e sim de vivos” (Mateus 22:32). E quando se apresentou vivo, depois de ele mesmo ter sido crucificado e sepultado, provou conclusivamente que o Cristo, a ideia espiritual de Deus e a manifestação dessa ideia nos assuntos humanos, é o que ressuscita a humanidade. Ele mostrou que o homem não pode perder a vida, assim como os números não podem perder o princípio que os governa. Nossa vida é eterna porque é espiritual, é o reflexo de Deus, que é a própria Vida, 

A principal tarefa de cada um de nós é, portanto, trabalhar para nossa própria ressurreição, abandonando o senso mortal de vida. Temos essa capacidade porque o Cristo está presente agora, habilitando-nos a compreender e demonstrar nossa unidade com Deus e a nos elevar do senso de vida material, do senso de que a vida tenha começo e fim, para reconhecer a vida espiritual indestrutível, que é o reflexo de Deus. Toda vez que nós, por meio da Ciência divina do Cristo, demonstramos o todo-poder de Deus, a Verdade divina e o Amor divino, na cura de alguma situação dissonante, nos elevamos na demonstração da Vida eterna e damos um passo em direção à total vitória sobre a crença de vida na matéria. 

Cada minuto do nosso dia pode ser uma ressurreição.

Mary Baker Eddy, a Descobridora da Ciência que sustenta as obras e os ensinamentos de Cristo Jesus, esclarece que a ressurreição é de fato uma exigência espiritual contínua, não um fenômeno material ou um evento único. Em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, ela define ressurreição: “Espiritualização do pensamento; uma ideia nova e mais elevada da imortalidade, ou seja, da existência espiritual; a crença material rendendo-se à compreensão espiritual” (p. 593). Cada minuto do nosso dia, todo evento e fase de nossa vida, pode ser uma ressurreição.

Tomemos por exemplo o casamento. Quando meu primeiro casamento terminou em divórcio, fiquei arrasado. Eu não conseguia imaginar que algo, que se mostrara tão promissor no passado, pudesse morrer. Mas tentei continuar crescendo espiritualmente, corrigir minhas próprias falhas, compreender com mais profundidade o amor como uma qualidade espiritual indestrutível de minha natureza, proveniente de Deus. Aos poucos, comecei a ver que eu vinha abrigando um sentimento de amor muito pessoal, sensual, mortal, limitado e, portanto, por definição, finito. As coisas finitas chegam ao fim! 

Então, comecei a mudar. Sempre que pensava em relacionamentos ou conhecia alguém, eu voltava meu pensamento, o máximo que conseguia, a Deus, o Amor divino, como a verdadeira fonte do amor. Nem sempre eu tinha êxito em me elevar acima de um senso humano de amor, mas estava convencido de que minha lealdade final deveria ser para com Deus e Sua imagem, que é minha verdadeira identidade e a de todos as outras pessoas — a expressão espiritual do Amor. Pouco a pouco comecei a me sentir mais confiante de que o amor nunca poderia ser perdido. 

Hoje vejo que o que estava acontecendo era que eu estava deixando para trás a visão finita e mortal que eu tinha do amor. Ao enterrar esse ponto de vista, consegui ver e pôr em prática, em maior grau, qualidades espirituais eternas que Deus expressa no homem como vida — qualidades como integridade, lealdade, paciência e sabedoria. 

Com o tempo, passei a me sentir cada vez mais livre da visão limitada e pessoal a respeito dos relacionamentos. A princípio, achei que devia buscar uma mulher que fosse da minha nacionalidade e religião, mas depois conheci alguém que — embora não fosse nenhuma dessas coisas — manifestava uma abundância das qualidades afirmativas da vida que eu tanto valorizava, e acabamos nos casando. O casamento não só nos deu uma filha maravilhosa, mas permitiu que nos elevássemos a um senso mais prático da Ciência Cristã — a uma compreensão do amor sanador que eu nunca antes havia compreendido.

Essa experiência também me ajudou a compreender melhor o que Jesus ensinou, quando disse: “os que são havidos por dignos de alcançar a era vindoura e a ressurreição dentre os mortos não casam, nem se dão em casamento” (Lucas 20:35). Ele não estava falando contra o conceito de que o casamento é uma instituição humana necessária, pois ele também disse: “...portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mateus 19:6). Para mim, ele estava dizendo que, afinal, todos temos de nos elevar acima da sensualidade e da crença de que o homem seja criado por humanos, e temos de perceber que somos eternamente desposados com Deus, a Verdade e o Amor divinos. Como está explicado em Ciência e Saúde: “Somente quando os chamados prazeres e dores dos sentidos desaparecem de nossa vida é que encontramos sinais incontestáveis do sepultamento do erro, e provas da ressurreição para a vida espiritual” (p. 232). 

Por fim, todos nós demonstraremos por completo a vida eterna, renunciando a todo o senso material de existência, e vivendo total e eternamente como reflexo de Deus. Cada passo adiante no caminho, cada ressurreição do pensamento, nos aproxima dessa meta final. Esses passos envolvem o Cristo, a Verdade, nos libertando, sempre que necessário, da atração sufocante de um senso de vida mortal, limitado. Pode parecer uma grande tarefa, mas cada demonstração nos aproxima de termos nossa vida totalmente realizada em Deus. 

Jesus nos mostrou que a meta final pode ser alcançada, e a Sra. Eddy tornou clara a natureza progressiva do caminho: “É pecado crer que algo possa ser mais poderoso que a Vida onipotente e eterna”, diz ela em Ciência e Saúde, “e essa Vida tem de ser trazida à luz pela compreensão de que não existe morte, bem como por outras graças do Espírito. No entanto, temos de começar pelas demonstrações mais simples de controle e, quanto mais cedo começarmos, melhor será” (pp. 428–429).

Em última análise, a demonstração da Vida eterna se resume na demonstração, em nossa vida diária, do Amor divino e indestrutível. Existe um hino maravilhoso escrito por um pioneiro da Ciência Cristã, William P. McKenzie, que capta esse espírito prático da ressurreição diária. Diz, em parte, o seguinte:

Com esperança e fé buscando
A pátria onde haja amor;
Os corações a Deus se voltam,
Pois Ele os livra do temor.

Por Seu amor já protegidos,
Desfrutam terna e doce paz;
E do pecado ressurgidos,
Fazer o bem só lhes apraz.

(Hinário da Ciência Cristã, 381, trad. © CSBD)

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