Mary Baker Eddy nos dá esta maravilhosa definição de olhos em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Discernimento espiritual — não material, mas mental” (p. 568). Tive o grande privilégio de demonstrar que esse discernimento espiritual é a verdadeira visão e faz com que tudo possa ser focalizado com maior clareza.
Desde a infância eu tinha forte miopia, mas há alguns anos um dia acordei vendo com tamanha clareza, que pensei ter esquecido de tirar minhas lentes de contato. Ao perceber que não era esse o caso, tive a certeza de que a melhora acontecera devido ao meu empenho em compreender o que era espiritualmente verdadeiro ao pensar em algo muito doloroso que havia ocorrido fazia pouco tempo. Um amigo havia se suicidado, e eu estava orando fazia algumas semanas para compreender melhor que nada podia tirar-lhe a vida, pois ele não podia jamais ser separado nem sequer por um instante do seu Pai-Mãe, Deus, que é o único Criador e é a própria Vida.
Uma vez, especificamente, eu estava declarando essas verdades com relação ao meu amigo, mas então comecei a repeti-las em voz alta, referindo-me a mim mesma, declarando o amor de Deus para comigo e para com toda a humanidade. Dei-me conta de que Deus nos ama profundamente, como Seus filhos e filhas muito queridos, e de que simplesmente não havia nenhum espaço onde o Amor não estivesse presente. Uma sensação cálida me envolveu, como se eu estivesse sendo confortada sob o aconchego de uma coberta quentinha. Senti-me muito feliz.
Fiquei muito agradecida pela melhora de minha vista, mas houve um momento, após algumas semanas, em que comecei a ter visão dupla, vendo dois objetos em vez de um. De toda minha alma, coração e mente me apoiei em Deus, confiante de que Ele estava cuidando de mim e eu não necessitava ter medo. Em poucos dias, como se alguém estivesse movendo um mostrador ou ponteiro, os objetos lentamente se alinharam, tornando-se um. A visão dupla foi corrigida e meus olhos voltaram ao normal. Passei a enxergar mais claramente ainda. Eu distinguia a fisionomia das pessoas do outro lado da piscina pública do nosso bairro, e distinguia as folhas nas árvores.
Meus óculos já não serviam, e por isso fui ao oculista. Ao fazer o exame de vista, ele disse: “Aqui há um problema”. Respondi: “Não um grande problema, pois estou enxergando bem”. Ele disse que não compreendia como isso era possível, considerando o que vira ao examinar meus olhos. Parecia estar muito preocupado, e se retirou.
Outro oculista entrou, e explicou calmamente que eles nunca haviam visto nada semelhante, e concluiu o exame. Não fiz perguntas, e ele foi bastante gentil. Falei com ele sobre a Ciência Cristã, dizendo-lhe que ele estava sendo testemunha de uma cura por meio da Ciência Cristã, e que eu agradeceria por uma nova receita de lentes para óculos, até a cura se completar. Ele de bom grado me deu uma receita para novos óculos, que passei a usar toda vez que dirigia.
Havia vários anos que eu observava uma mudança gradativamente acontecendo comigo. Não era apenas minha visão que estava melhorando. A mudança de caráter que eu notava tornou-se mais evidente durante as semanas seguintes às minhas orações pelo meu amigo. Eu estava me tornando mais gentil, mais tranquila, mais compassiva, e aceitando melhor as pessoas e os acontecimentos. Passei a ser mais amorosa até mesmo para com as pessoas que eu achava que não gostavam de mim. Eu também já não reagia impensadamente, e comecei a tornar-me mais tranquila. Eu sentia os efeitos das “correntezas calmas e fortes da verdadeira espiritualidade” (Ciência e Saúde, p. 99), as quais purificavam meu pensamento e ao mesmo tempo curavam meu corpo.
Quando chegou a hora de renovar minha carteira de motorista, eu tinha muita vontade de poder dirigir sem óculos. Enquanto esperava na fila na agência para fazer o exame de vista, orei em busca de reconhecer a presença de Deus, e senti o mesmo cálido amor divino, tal qual eu sentira na noite em que orei pelo meu amigo. Ao chegar ao balcão de atendimento, pedi à funcionária que me deixasse fazer o teste sem os óculos. Ela concordou. Exatamente no momento em que comecei a ler, meus olhos se alinharam completamente em foco e passei no teste. Na minha nova carteira já não constava a exigência do uso de óculos. Imaginem a expressão de felicidade na minha foto tirada naquele momento para a carteira!
Nunca mais necessitei usar óculos. Mesmo assim, durante algum tempo eu às vezes sentia uma dor intensa em um dos olhos. Quando então eu conseguia abrir o olho, não enxergava nada além de uma mancha embaçada. Mais uma vez entreguei tudo a Deus, e declarei de todo o coração que Deus é a origem do meu dom de ver. A cada vez que minha vista se recuperava após alguns dias, eu passava a enxergar melhor do que antes.
Tornou-se bastante óbvio para mim, por meio de tudo isso, que meu discernimento espiritual da minha verdadeira natureza espiritual de filha de Deus estava ocorrendo. Essa era a única mudança que estava realmente acontecendo, e eu sabia que desse modo a cura física inevitavelmente se completaria, e foi exatamente o que se deu.
Mesmo assim, após um tempinho, tive problemas para ver de perto (hipermetropia), o que foi também corrigido por meio da oração, demonstrando que o Amor divino, Deus, é o único sanador, o único legislador. Mary Baker Eddy diz em seu maravilhoso poema “Amor”, que aparece como hino no Hinário da Ciência Cristã: “O Amor é Vida, o bem” (No 30, trad. © CSBD). É o Amor divino que nos vivifica e nos faz capazes de perceber e compreender a Deus, e nos torna aptos a saber que é o Amor, e tão-somente o Amor, que cura.
Essa cura da minha vista tornou essas verdades mais claras para mim. Desde aquela vez, passei duas vezes nos testes para renovar a carteira de motorista, e consigo enxergar de longe e de perto com ambos os olhos, e ler as letras menorzinhas do teste. Dou toda a glória a Deus.
Heidi Skok
Mentor, Ohio, EUA
