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Original para a Internet

O paraíso…aqui na terra?

Da edição de abril de 2021 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 31 de dezembro de 2020. 


Em meio a uma pandemia que se alastrou pelo planeta inteiro e afetou tão profundamente a vida das pessoas (ameaçando a saúde física e mental, causando a perda de entes queridos, abalando a economia, alterando as regras de convívio social e mostrando um futuro incerto na perspectiva de milhares de pessoas), pode ser que nos questionemos a respeito de como lidar com uma situação tão crítica. 

Eu encontro respostas e esperança ao estudar o modo como Cristo Jesus lidava com as crises.

Diante de ameaças à saúde e ao bem-estar, a compreensão que Jesus tinha do onipresente amor e cuidado de Deus, elevava sua perspectiva para além do caos e da agitação, até à percepção da eterna presença da saúde e do suprimento. Jesus disse a um homem que estivera imobilizado pela doença durante muitos anos: “Levanta-te, toma o teu leito e anda” (João 5:8); e o homem recobrou a saúde. 

Quando rodeado de milhares de pessoas, praticamente sem nenhuma comida, Jesus compreendeu que a provisão de Deus é sempre suficiente para atender à necessidade; assim, todos foram saciados e até sobrou comida. Onde a perspectiva material e limitada via a falta de recursos, o ponto de vista espiritual de Jesus, manifestando o Cristo, revelava a abundância; e essa percepção resultava em benefício tangível para os que lhe eram próximos. 

Jesus explicou como podemos ver com clareza por trás dos problemas, quando declarou: “Está próximo o reino dos céus” (Mateus 4:17). O reino dos céus é a totalidade do bem de Deus, e está presente aqui mesmo. Jesus provou que o suporte divino não se encontra em um futuro distante, mas está presente para ser percebido e vivido agora mesmo. A seus seguidores, Jesus ensinou que orassem assim: “Venha o Teu reino. Faça-se a Tua vontade, assim na terra como no céu” (Mateus 6:10). Ao falar sobre o significado espiritual da Oração do Senhor, Mary Baker Eddy, a fundadora da Ciência Cristã, assim interpretou aquelas palavras: “O Teu reino já veio; Tu estás sempre presente” e ainda: “Faz-nos saber que – como no céu, assim também na terra – Deus é onipotente, supremo” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 17). 

O senso espiritual de Jesus, sua inspirada compreensão de que Deus está prontamente presente, capacitava-o a demonstrar a presença da saúde e da provisão, onde o ponto de vista material enxergava a doença e a limitação.  

Nós também podemos aprender a fazer o mesmo.

Cada um de nós tem o senso espiritual para ver aqui mesmo bênçãos como saúde e suprimento.

Podemos nos basear nos ensinamentos de Jesus e reconhecer a abundância de Deus ao nosso alcance para curar, dar poder, proteger e atender às necessidades. Mesmo onde a devastação parece real aos sentidos físicos, o senso espiritual pode encontrar a atuação do bem. 

Há vários anos, quando eu era um jovem agricultor, trabalhando com meu pai, nós semeamos um campo com sementes de alfafa. Após umas semanas, brotaram saudáveis plantinhas com suas primeiras folhas. O campo parecia bastante promissor. Então, surgiu uma forte ventania na região. A feroz tempestade bombardeou minúsculas partículas de areia nas delicadas folhinhas, como se fossem projéteis disparados em folhas de papel. A plantação parecia perdida.  

Na hora da tempestade, meu pai estava fora da cidade, por isso, logo depois, eu andei sozinho pelo campo, bastante desanimado e sem saber o que fazer. Orei em busca de orientação e encontrei paz ao reconhecer que, independentemente de quão grave o estrago parecesse, o apoio vindo de Deus estaria sempre ao nosso alcance para trazer bênçãos. Mesmo que a plantação se perdesse, eu sabia que o suporte e a provisão de Deus eram permanentes.    

Quando meu pai voltou, em vez de desistirmos da plantação, decidimos continuar a regar, amar e cuidar do que restara, da melhor forma possível. Em algumas poucas semanas, para nossa genuína alegria, naquelas pontinhas que pareciam fios de cabelo, tão batidas pelo vento, brotaram novas folhas que cresceram e se tornaram plantas vigorosas, resultando em uma safra lucrativa. A reviravolta foi fenomenal.   

Passaram-se algumas décadas, mas eu nunca esqueci a lição espiritual que aprendi ao ver aquela renovação. Aí mesmo onde a devastação parece real e chocante, maravilhas ainda podem acontecer. Se meu pai e eu tivéssemos aceitado a evidência de um estrago aparentemente irreparável aos nossos olhos, teríamos revolvido aquele campo, e não teríamos nenhuma colheita. Mas não nos deixamos abater. Nosso senso espiritual manteve em nós a esperança, e nossa confiança na constante solicitude de Deus foi recompensada.  

Hoje, em meio à pandemia, podemos fazer o mesmo. Onde os sentidos materiais veem perda e confusão, o senso espiritual pode encontrar suprimento e ordem. Onde os sentidos materiais não veem esperança, o senso espiritual infunde esperança. Os recursos celestiais que vêm de Deus, a Mente divina, estão presentes para serem discernidos e demonstrados, e Deus deu a cada um de nós o senso espiritual para vermos as soluções que revelam Sua provisão.    

Jesus frequentemente estimulava os discípulos a olhar por trás das evidências físicas, em busca da realidade espiritual, a fim de perceberem o que ele via com seu senso espiritual. Certa vez, enquanto os discípulos discutiam por não terem pão para a viagem, ele perguntou: “Tendo olhos, não vedes? E, tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais... ?” (Marcos 8:18). Ele se referia às duas vezes em que havia, com alguns pães e uns peixinhos, alimentado milhares de pessoas e, em ambas as vezes, houvera abundância e sobras.     

Naquele momento, ele estava ensinando os discípulos a olhar para além dos pães, para além da matéria, buscando em primeiro lugar o Espírito, a origem de tudo o que sustenta e alimenta, para assim poderem ver o suprimento que já está ao alcance de todos. A reprimenda que fez aos discípulos, séculos atrás, também é para nós um convite à reflexão. A abundância do céu está presente na terra para ser vista e vivida. O bem que vem de Deus está presente agora mesmo, e cada um de nós pode vê-lo com o senso espiritual, e vivê-lo de modo tangível na própria experiência. 

O Apóstolo João, enquanto ainda estava na terra, viu a realidade do céu, conforme registrado no livro do Apocalipse. Ele escreveu: “Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram...” João fora perseguido pelo governo romano, e condenado ao exílio na ilha de Patmos. Mas ele não deixou essa situação extrema limitar sua liberdade e expansão de pensamento. Ele continuou a descrever a visão: “Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas” (21:1, 3–5).   

João, por meio do senso espiritual, viu uma “nova terra”, na qual Deus tem autoridade absoluta, mantendo a paz e a saúde, e a exclusão de todo mal. Por sermos filhos e filhas de Deus, também temos esse mesmo senso espiritual, e podemos perceber o que João viu.

Para os sentidos materiais, a pandemia pode parecer o acontecimento principal desta época, mas para o senso espiritual, o evento mais importante de todos é sempre o que está acontecendo em Deus. Com Deus, é o bem que está acontecendo! É o céu. A nova terra está aparecendo. 

Assim como Cristo Jesus demonstrou isso de modo que os outros puderam ver, essa nova terra é uma realidade demonstrável. Cada um de nós tem o senso espiritual para ver aqui mesmo as bênçãos do céu, proporcionando saúde e suprimento, assim como os discípulos viram acontecer com os pães e os peixes, e como meu pai e eu vimos acontecer na plantação de alfafa. Todos podemos confiar na onipotência e onipresença de Deus para vermos a restauração e a renovação, abrindo os olhos para o bem sempre ao nosso alcance.

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