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Original para a Internet

Cultive a vigilância espiritual que previne e protege

Da edição de abril de 2021 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 7 de janeiro de 2021. 


Há muitos anos, servi no Exército como capelão e fui designado para um batalhão de engenheiros, no Vietnam. A certa altura, o nosso equipamento começou a desaparecer. Foram tomadas medidas para impedir os furtos, mas estes continuaram a acontecer. Era tudo muito intrigante. Havia a sensação de que uma força maligna invisível estava em ação, sobre a qual não tínhamos nenhum controle. Nosso comandante enfrentava a probabilidade de ser dispensado do comando, e eu estava a caminho para confortá-lo, quando percebi que eu precisava fazer alguma coisa antes de vê-lo. Fui para o meu gabinete e fechei a porta.

Naquele dia, comecei a dedicar longos períodos à comunhão com Deus. Eu desejava sentir mais a presença daquele bem que jamais pode ser invadido pelo mal. Após o segundo ou terceiro dia, tudo veio com clareza à minha mente. Várias informações, nenhuma das quais anteriormente parecia estar ligada ao nosso problema, adquiriram um novo significado. Entendi o que estava acontecendo, quem estava envolvido, e para onde a situação estava se encaminhando. O equipamento estava sendo vendido para financiar uma rede de tráfico de drogas. Concentrei minha oração nessa nova percepção e, em seguida, comuniquei a minha intuição ao comandante. Ele agiu com base nessa intuição, e os furtos cessaram.

Constatei que a maior parte das pessoas que oram vivenciam algum tipo de intuição espiritual que, colocada em prática, se revela protetora. Pode ser que essa intuição evite um acidente; ou talvez desperte a pessoa a parar tudo e orar por algum membro da família e a descobrir, mais tarde, que tal familiar foi protegido de algum perigo. Muitas vezes, essas intuições vêm como uma sensação de que algo indefinido está iminente, e depois, por meio da oração, vivenciamos o cuidado que Deus tem por nós. Quão importante é, especialmente em tempos caóticos, transformar essa ocorrência eventual em algo mais costumeiro, a serviço de Deus, para a proteção da humanidade.

Ao descrever uma época de grande turbulência, não muito diferente do ano que acabamos de viver, Jesus disse aos discípulos: “O que, porém, vos digo, digo a todos: vigiai!” (Marcos 13:37).

Em outra ocasião, Jesus disse: “...se o pai de família soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa” (Mateus 24:43).

Com base nessas duas passagens, podemos dizer que vigiar inclui estarmos atentos aos tempos, segundo os ensinamentos de Jesus, a fim de estarmos prontos e preparados para servir. E este servir inclui elementos de presciência, ou seja, previsão dos acontecimentos, a fim de prevenir eventos nocivos. É possível fazermos isso?

Mary Baker Eddy, a Descobridora da Ciência Cristã, aprendeu em sua própria vida, e ensinou através dos seus escritos, que prever e prevenir eventos negativos por meio da oração é o resultado natural da comunhão habitual com Deus. É também o resultado natural de vivermos próximos a Deus, o Espírito divino. Mas é necessário esforço para comungar com o Espírito, porque os sentidos materiais precisam ser silenciados. Isso nem sempre é fácil de fazer. O que vemos, ouvimos, e sentimos fisicamente parece tão convincente e definitivo, que tende a excluir a consciência espiritual e suas possibilidades.

Jesus disse: “...quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai...” (Mateus 6:6). No livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, a Sra. Eddy explica essa ação de silenciar os sentidos materiais (ver p. 15). Mais adiante nessa mesma obra, ela também diz: “O Espírito, Deus, é ouvido quando os sentidos estão calados” (p. 89). 

Comuniquei minha intuição ao comandante. Ele agiu com base nessa intuição, e os furtos cessaram.

É dessa comunhão que necessitamos, ou seja, sentir um pouco mais da presença divina. É conhecer a Deus, e não apenas ouvir falar a respeito de Deus. É uma coisa do coração, bem como do intelecto. É ser humilde e tornar-se um pouco mais centrado em Deus, em vez de centrado no ego pessoal. A comunhão pode incluir gratidão, louvor, hinos, confiança, renúncia ao ego, petição, anseio, quietude, escuta. Ela nos ajuda a tomar consciência de que nunca estamos sós, e de que em cada circunstância estressante a batalha não é nossa, mas de Deus. À medida que mantemos essa consciência espiritual em nossa vida, podemos sentir intuitivamente quando algo necessita de atenção ― que talvez algo oculto necessita ser exposto e anulado por meio da oração.

Quando vêm as intuições espirituais, embora nem sempre saibamos qual seja o perigo, podemos saber que a vontade de Deus, o bem, governa tudo e é uma lei divina que aniquila tudo o que lhe seja dessemelhante. Por exemplo, a lei divina do bem expõe e castiga todos os esforços de transgredir secretamente o direito que o homem tem de governar a si mesmo, direito esse dado por Deus ao homem. Essa lei desativa situações explosivas. Essa inteligência divina remove o que há de pior do carácter humano, substituindo-o pelo que há de melhor e, consequentemente, melhora as nossas instituições.

Durante esta época de intensa vontade humana pessoal, em suas variadas manifestações, é importante silenciar o senso material das coisas e, por meio da comunhão com Deus, cultivar a percepção espiritual e suas capacidades impressionantes de prevenção e defesa contra o mal. Se tudo isso lhe parecer novo e talvez você não saiba como começar a comungar com Deus, você pode pensar em uma ideia inspirativa ou em um hino favorito, ou pense com gratidão no bem em sua vida, isto é, pense em algo que lhe toque o coração. Então, pensando profundamente a respeito da natureza de Deus, louvando e santificando a Deus, tudo isso naturalmente o ajudará a progredir.

Lembre-se, você está trabalhando rumo a uma disciplina contínua, que pode começar por comungar com Deus em dois ou três dias por semana, durante cerca de quinze minutos, ou talvez todos os dias por curtos períodos. Basta ficar em quietude e reconhecer a presença de Deus. As intuições que provêm dessa consciência espiritual habitual, a respeito do que é bom e verdadeiro, não só expõem o mal escondido, mas também asseguram sua destruição.

Provavelmente o exemplo mais dramático de vigilância aconteceu quando Jesus e seus discípulos estavam no Getsêmani, na noite anterior à crucificação, e ele pediu que vigiassem com ele, enquanto orava em defesa do cristianismo e do mundo. Os discípulos falharam, nessa ocasião. Mas logo foram testemunhas da ressurreição de Jesus e da completa incapacidade do mal para impedir a obra de Deus. Isso mudou tudo. Eles recuperaram a sua base espiritual e vigiaram fielmente durante a arriscada formação da Igreja dos primeiros cristãos, sendo que Deus trabalhou com eles.

A redenção e a consequente transformação, que Deus introduziu por meio de Jesus, continua até hoje. Tal como os discípulos, também nós temos um papel a desempenhar. Nossa responsabilidade não é tanto a de estar atentos ao mal, mas, por meio da comunhão com Deus, nos tornarmos testemunhas do fato de que Deus está sempre em ação e de que o mal é impotente para impedir o que Deus está realizando.

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