“ ‘Deus é Amor.’ Mais do que isso não podemos pedir, mais alto não podemos olhar, mais longe não podemos ir.” A verdade apresentada nessas breves declarações do livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria de Mary Baker Eddy (p. 6) tem poder para transformar a vida das pessoas. Podemos não compreender toda a profundidade do amor de Deus, mas sentir ao menos uma fração desse amor, mesmo que seja apenas por um segundo, é algo que pode nos transformar para sempre.
Em um momento de desespero, senti um jorrar de amor, vindo do próprio Amor, que é Deus, surpreendendo-me. Eu estava me sentindo compelida a terminar uma amizade, porque esse amigo havia me decepcionado profundamente. Esse tipo de situação era um padrão na minha vida. Eu havia perdido muitos amigos devido à minha atitude inflexível e intransigente, que me permitia amar as pessoas apenas quando elas correspondiam às minhas expectativas. Muitas vezes meus amigos cortaram laços comigo por esse motivo, já que meu comportamento também me impedia de receber e responder às críticas de maneira positiva e produtiva. Parecia que esse padrão nunca acabaria.
Naquele momento de desespero, perguntei a Deus: “Por que me fizeste assim?” Nunca na minha vida recebi uma resposta tão rápida ou tão definitiva como daquela vez: eu não te fiz assim. Eu te fiz perfeita. Como uma onda, o amor de Deus envolveu todo o meu existir. Naquele momento, senti-me plenamente amada, totalmente aceita e compreendi que Deus estava me pedindo para amar os outros da mesma maneira. O resultado foi que, em vez de acabar com aquela amizade, fiz as pazes com meu amigo. E desde essa ocasião, todos os meus relacionamentos tornaram-se mais harmoniosos e mutuamente encorajadores.
Durante seu ministério, Jesus demonstrou repetidamente o poder do amor genuíno, muitas vezes curando pessoas que estavam condenadas ao ostracismo e eram consideradas “impuras”. Por exemplo, ele estendeu a mão e tocou um leproso quando o estava curando, e saudou uma mulher que estivera sofrendo de uma hemorragia havia doze anos, chamando-a de “filha” (ver Mateus 8:2, 3 e 9:20–22).
Talvez o exemplo mais marcante do amor de Jesus tenha sido quando ele estava sendo crucificado. Ele orou: “…Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34). Apesar do que essas pessoas lhe haviam feito, ele as via em sua perfeição espiritual, como filhos de Deus. Esse amor à semelhança do Cristo pode preencher qualquer vazio na vida ou coração de qualquer pessoa, porque a fonte desse amor está em Deus, o Amor infinito.
Na verdade, esse amor perfeito que Cristo Jesus demonstrou já está dentro de cada um de nós, porque somos feitos à imagem de Deus. Amar é nossa verdadeira natureza, porque somos a imagem do Amor.
Pensar que somos incapazes de expressar o Amor divino — que somos nós mesmos a origem do amor, e que o amor às vezes pode estar ausente ou acabar-se — é uma delusão. Todo amor verdadeiro vem somente de Deus. E o Amor divino é uma fonte inesgotável na qual podemos nos abastecer a todo momento. Nunca podemos nos separar desse Amor. Ele nos circunda e permeia todo o nosso existir.
Quando reconhecemos que o amor de Deus jamais se acaba — que o amor de Deus está sempre presente e já está dentro de nós — podemos amar os outros com um novo senso de liberdade, sabendo que o amor de Deus por todas as pessoas está brilhando por meio de nós.
“ ‘Deus é Amor.’ Mais do que isso não podemos pedir, mais alto não podemos olhar, mais longe não podemos ir.” Volto-me para essas quatro frases curtas como um lembrete para mim mesma, a respeito do que Deus é e de que Deus me criou para ser a transparência pura para o Amor divino, infinito e perfeito.
