Olhando as famílias, na saída da igreja, dei voz a um desejo que estava no fundo de meu coração: “Que pena que eu nunca tive filhos!”
Meu amigo replicou: “Você tem suas qualidades maternais e essas não lhe são tiradas”.
Aceitei sua resposta como uma verdade absoluta. Eu aprendera, com o estudo da Ciência Cristã que, como imagem e semelhança de meu Pai-Mãe Deus, possuo não apenas todas Suas qualidades maternais mas também tenho a oportunidade, implícita na ordem de Deus: “… sede fecundos, multiplicai-vos…”, de multiplicar em minha experiência essas qualidades maternais (ver Gênesis 1:26, 28).
As Escrituras contêm relatos de mulheres, como Ana e Isabel, que tiveram um filho depois de orarem a Deus. Por eu ser solteira, parecia que gerar uma criança não era uma opção viável, e não estava propensa a adotar. Mas certamente, Deus realizaria esse desejo de ser mãe, tão profundo em meu coração. Lembrei-me desta promessa, no livro de Isaías: “Acaso, farei eu abrir a madre e não farei nascer? — diz o Senhor…” (Isaías 66:9).
Dei-me conta de que era importante cultivar minhas qualidades maternais e achei particularmente útil esta frase do livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy: “O que mais necessitamos é orar com o desejo fervoroso de crescer em graça, oração que se expressa em paciência, mansidão, amor e boas obras” (p. 4). Dar aulas na Escola Dominical de minha igreja parecia um bom caminho para pôr em prática essa afirmação. Por isso, eu me ofereci para ser professora e fui designada para uma classe de vivazes garotinhos que amei desde o início. Eu exultei: “É isso!” e agradeci a Deus por cumprir Sua promessa.
Mas Deus não parou ali. Eu me reencontrei com um homem que conhecera muitos anos antes, durante o Curso Primário (um curso de duas semanas de aprofundamento sobre a Ciência Cristã). Nessa altura, Jim estava sozinho e era pai de três filhos, sendo que o mais novo, Matt com doze anos, ainda morava com ele. Aflorou um romance com Jim, e em pouco tempo fui conhecer sua família, e me senti em casa. Meses depois Jim e eu nos casamos e, logo após a lua de mel, eu estava cortando o bolo da festa de aniversário do Matt.
Ser madrasta traz desafios e eu tinha muito a aprender. Mas louvado seja o Amor, que é Pai-Mãe e que fez crescer entre Matt e eu um doce relacionamento. Algum tempo depois, nosso vínculo se fortaleceu, pois Jim repentinamente faleceu. Matt continuou a morar comigo durante o ensino médio e a faculdade, e agora está casado, feliz, e tem sua própria família. Atualmente moramos a muitos quilômetros de distância, mas Matt, seus irmãos, e seus filhos estão para sempre em meu coração.
A ordem de Deus, “sede fecundos, multiplicai-vos” continua a dar impulso a afetos maternais e me proporciona um mundo de oportunidades, inclusive ajudar aqueles que necessitam de cura. Que grandiosa Mãe é Deus!