Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer
Original para a Internet

Podemos ajudar a remover fardos

Da edição de maio de 2022 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 27 de janeiro de 2022.


Quem nunca sentiu que estava carregando um fardo tão pesado, a ponto de desejar que o dia terminasse antes mesmo de começar? A pressão e o estresse na família, os negócios, os problemas pessoais, a dor ou a tristeza parecem às vezes implacáveis, e fazem com que nos sintamos desamparados.

Havia uma mulher, na Bíblia, que provavelmente acordava todos os dias com essa sensação (ver Lucas 13:10–13). Lemos que ela estava “possessa de um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos; andava ela encurvada, sem de modo algum poder endireitar-se”. A descrição do mal como um “espírito de enfermidade” sugere que havia algo no pensamento que estava se manifestando em seu corpo e em sua vida. Acaso seriam as preocupações do mundo o que pesava tanto, a ponto de ela não conseguir endireitar-se? Uma tragédia pessoal? Falta de amor?

Nunca saberemos, mas o que sabemos é que, ao vê-la, Jesus “chamou-a” e disse-lhe com a autoridade do perfeito amor de Deus: “Mulher, estás livre da tua enfermidade”. O relato segue, e impondo-lhe Jesus as mãos “ela imediatamente se endireitou e dava glória a Deus”.

Com uma palavra e um toque de compaixão, aquele pesado fardo foi removido. Não seria maravilhoso se, como Jesus, nós também pudéssemos libertar nossos irmãos e irmãs dos fardos que carregam? Libertar talvez um ente querido ou um povo oprimido no outro lado do mundo. Embora as imagens que vemos possam ter a aparência de condições físicas ou morais persistentes, elas são de fato impedimentos mentais que se baseiam em uma falsidade, como a enfermidade que pesava sobre a mulher que Lucas descreveu. Podemos, portanto, dissipar essas imagens tão prontamente quanto Jesus o fez — em espírito de oração e com autoridade espiritual.

Os fardos que carregamos derivam das crenças que compõem aquilo que pensamos, sentimos ou vemos, mas que não são aquilo que Deus pensa, sente ou vê. Pensamentos de medo, orgulho, animosidade, sensualidade e inveja originam o senso de estarmos separados de Deus. Mas Deus não criou tais pensamentos — eles são o nada que se passa por algo. Essas crenças e sugestões se desfazem, quando vemos aquilo que Deus vê em cada um de nós — Sua imagem e semelhança.

Assim sendo, se vemos nosso irmão ou irmã sofrendo devido a uma situação opressora, qual deve ser nossa atitude? Será que podemos amar como Jesus amou, invertendo mentalmente o que os sentidos físicos relatam, e afirmando o que Deus, a Mente divina, sabe? Por mais difícil que pareça ser a atitude de refutar aquilo que se apresenta como uma evidência inegável, fazer isso é algo não só possível, mas também necessário. “A mente mortal alega governar cada órgão do corpo mortal, e disso temos uma impressionante quantidade de provas”, escreve Mary Baker Eddy. “Mas essa mente, assim chamada, é um mito, e por seu próprio consentimento tem de ceder à Verdade. Ela procura brandir o cetro de um monarca, mas não tem poder. A Mente divina imortal lhe arrebata toda a suposta soberania e livra a mente mortal de si mesma” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, pp. 151–152). Manter pensamentos divinos a respeito de todos a quem vemos, e mentalmente inverter as sugestões negativas, ajuda a remover os fardos que assolam a humanidade.

Eu fui beneficiado por esse amor, quando um amigo me ajudou a remover um fardo que eu vinha carregando havia bastante tempo. Estivera lutando contra uma dor lancinante em um joelho, o que tornava difícil andar, especialmente em qualquer tipo de área em que houvesse uma inclinação. Embora eu estivesse orando a respeito, a dor só piorava. Eu tinha a expectativa de ser curado, mas ficava às vezes tentado a acreditar que o melhor a fazer seria simplesmente aprender a “suportar” a dor. Por ser um ávido corredor e ciclista, acabei me afundando cada vez mais em autopiedade.

Certo dia, depois da reunião de quarta-feira em nossa filial da Igreja de Cristo, Cientista, esse amigo me convidou para darmos uma volta de bicicleta. Nunca antes havíamos passeado juntos, e seu convite vinha com o desejo de nos conhecermos melhor. Em qualquer outro momento eu teria aceitado sem titubear, mas, devido ao desafio que estava enfrentando, agradeci e recusei.

Algumas semanas depois, ele veio com o mesmo convite. Ainda lutando contra a dor, recusei mais uma vez. Felizmente, ele não desistiu e me convidou novamente algum tempo depois. Dessa vez expliquei-lhe o que me impedia de andar de bicicleta. Ele respondeu com tanto amor que foi como se um anjo tivesse vindo para dissolver minha resistência. Disse: “Não importa a distância que percorrermos. Irei até onde você se sentir confortável, e na velocidade que você puder”. Sua recusa em legitimar o medo dissolveu-o por completo. Naquele momento, senti que esse problema seria curado e concordei em marcar um passeio.

Isso me levou a orar ainda mais. Vi que o medo que eu sentia partia da falsa narrativa de que eu estava separado de Deus e que estava vivenciando algo que Deus não havia criado nem conhecia. O medo tem como base uma impossibilidade, pensei, portanto, não tem fundamento.

Orei com essas ideias até o dia combinado para o passeio. Quando tirei a bicicleta do suporte na parede, o medo me tentou a renunciar. Pensei, contudo, como uma criança prestes a saltar de um trampolim para a piscina, e entendi que aquele era o melhor momento para provar que o medo não tinha poder sobre mim. Montei na bicicleta e saí pedalando. Para minha surpresa, a dor que senti foi muito fraca.

 Para me encontrar com esse amigo, eu tinha de subir uma colina íngreme. Ao aproximar-me, continuei afirmando que uma expressão de amor somente poderia resultar na recompensa do Amor divino e que não poderia haver nenhuma penalidade por confiar em Deus, que é o próprio Amor. Subi o morro com certa facilidade. Quando nos encontramos, eu estava livre da dor. Fizemos um ótimo passeio — aliás, ficamos os dois surpresos por termos ido tão longe e com tanta rapidez. Uma semana depois, fui convidado a fazer parte de um grupo de ciclistas experientes que realizavam passeios de longa distância. Apesar do fato de que esse seria meu primeiro passeio de longa distância após dois anos, entrei para o grupo e nunca mais senti dor. Eu estava curado. E já percorri milhares de quilômetros desde esse episódio, com perfeita liberdade.

Foi o amor fraternal de meu amigo, e sua recusa em fixar em mim a crença de incapacidade, que me ajudaram a remover aquele fardo. Também me ajudaram a ver com mais clareza que a intenção de Jesus não era meramente a de melhorar corpos humanos. Ele tinha o propósito de remover fardos mentais — o medo, a dúvida, a culpa, a autopiedade e a vontade do ego, os quais ocultam nossa perfeição à imagem e semelhança de Deus.

Você acha que não sabe o suficiente a respeito da Ciência Cristã para ajudar a remover fardos? Esse também é um fardo que precisa ser removido. Estamos todos no caminho que nos leva a aprofundar nossa compreensão a respeito de Deus, a qual nos capacita a ajudar naturalmente. Nunca duvidemos da eficácia de nossas orações, não importa o quanto sejam simples. A Sra. Eddy escreve: “Sempre que o pensamento permanece em Deus — e, no nosso entender, não deveria permanecer em nenhum outro lugar — necessariamente beneficiamos aqueles que ocupam um lugar em nossa memória, seja amigo ou inimigo, e todos são beneficiados por essa irradiação” (Escritos Diversos 1883–1896, p. 290). 

É um privilégio e uma alegria ajudar a remover fardos. Esse amor tem longo alcance na remoção dos fardos que afligem a humanidade. Ele nos aproxima cada vez mais de vivenciarmos o reino dos céus na terra, com nossos irmãos e irmãs perfeitos, sãos e livres.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / maio de 2022

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.