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Original para a Internet

Recorrer ao cuidado paternal e maternal do Amor

Da edição de maio de 2022 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 31 de janeiro de 2022.


As coisas em nossa casa continuavam a desaparecer. Era deveras estressante. Certo dia, quando mais um item havia sumido e não havia jeito de encontrarmos, minha filha de seis anos virou-se para mim e, quase sussurrando, disse: “Mamãe, você já perguntou … a Deus?” E saiu correndo.

Isso me fez parar tudo o que eu estava fazendo. Acaso eu havia recorrido a Deus? Ou estava me acabando para tentar manter a ordem? Ao ficar ali parada, ponderando sobre isso, veio-me à mente onde estava o item que eu procurava.

Aconteceu tudo praticamente em um piscar de olhos, mas foi o suficiente para eu me lembrar novamente de como a enorme responsabilidade de criar os filhos pode ser sentida de maneira diferente, dependendo de tentarmos fazer tudo por nossos próprios esforços frenéticos, ou de sentirmos confiança no Amor infinito, Deus, em todos os momentos do dia. Recorrer ao Amor significa ver que “…o reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17:21). O reino é sentido como “desprendimento do ego, o bem, a misericórdia, a justiça, a saúde, a santidade, o amor” que reinam dentro de nós, em nossa consciência, como explica a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy (ver Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 248). Partindo dessa perspectiva, ser mãe ou pai está mais relacionado ao privilégio de ver nosso Pai-Mãe Deus expressar Seu cuidado por nossos filhos por meio de nós, do que a sentirmos a pressão daquela crença, por demais comum, de que o êxito de nossos filhos depende totalmente de como nós somos enquanto pais. Essa crença pode ser um tormento.

O fato é que as qualidades espirituais de Deus, as quais pais e filhos expressam, são o âmago de nosso existir — não somos produtos de crenças nem de padrões de comportamento aos quais nos condicionaram desde a infância. Formar modelos de pensamento fundamentados nas qualidades do reino dos céus estabelece uma base positiva para a criação dos filhos, e não nos deixa à mercê de nossa própria educação, nossa luta ou estresse, nem à mercê dos outros.

Embora o temor de não fazer a coisa certa por nossos filhos possa tomar, às vezes, uma proporção enorme, fazer uma pausa para compreender nossa verdadeira relação com Deus traz vitória sobre o medo. Sei que sou uma mãe melhor quando tenho a compreensão clara de que Deus está sendo a minha mãe. Quando compreendemos que causa e efeito se originam unicamente em Deus, obtemos uma visão mais clara e mais elevada de nós mesmos e de nossos filhos, e expressamos nossa autêntica identidade espiritual, que não está sujeita ao histórico humano. Fazer a coisa certa vem do fato de sermos a expressão divina dAquele que nos criou. O poder divino retifica erros passados e nos dá a consciência presente do cuidado de Deus por todos e cada um.

Quando sentimos que o Amor divino nos ama, esse Amor transborda e flui para nossos filhos. O Hino 139 do Hinário da Ciência Cristã contém este verso: “Aos céus os olhos ergue já, de coração, a todos dá” (Minny M. H. Ayers, trad. © CSBD). Quando temos a certeza do que significa sermos cuidados por nosso Pai-Mãe Deus, chegamos a um senso inabalável de satisfação e aprovação, e não sentimos a necessidade de conseguir dos outros essa satisfação e aprovação. Fazer uma pausa para nos voltar ao Amor nos ajuda a não ficarmos na dependência do que os filhos, ou os outros, fazem ou deixam de fazer.

É uma armadilha sentir-se bem quando nossos filhos têm êxito, ou sentir-se derrotado quando eles não são bem-sucedidos. Não podemos deixar que nossa felicidade esteja à mercê do sucesso ou fracasso deles. A compaixão do Amor divino nos impede de sermos arrastados ao drama ou de acreditarmos que nosso humor esteja ligado ao comportamento e atitudes dos outros. Nos momentos difíceis, durante o desempenho do papel de mãe ou pai, é essencial dar mentalmente um passo para trás e lembrar que nossos filhos não são uma tarefa, mas sim, uma bênção pela qual devemos ser gratos. É de grande ajuda não tentarmos acalmar a situação e sim deixarmos que o Cristo, a verdadeira ideia de Deus, nos acalme. E o resultado é que toda a situação acaba se acomodando na harmonia do poder divino sobre tudo e todos.

Saber que vivemos totalmente no Espírito, Deus, é perceber que tudo tem por trás um propósito espiritual. Isso nos ajuda a moldar nossa experiência em família para ser o momento de aprofundar nossa compreensão do Amor e de sua expressão. Nunca estamos separados do cuidado e da orientação do Amor. A luz do Amor divino nos permite abraçar a aventura e a alegria de sermos pais, em vez de deixar que esse papel nos leve à exaustão. Quando nos voltamos a Deus e fazemos uma pausa na correria do dia a dia — ou mesmo em meio às turbulências — podemos apreciar que, tanto nós quanto nossos filhos, somos filhos de Deus, e perceber como esse fato é belo e maravilhoso.

Larissa Snorek
Redatora-Adjunta

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