Certa noite, há alguns anos, durante um período difícil pouco antes do falecimento de minha mãe, eu estava caminhando, sentindo-me desamparada e com pena de mim mesma. De repente, ao admirar algumas luzes de Natal, dei um passo em falso e caí, torcendo o tornozelo. Isso ocorreu a alguma distância de casa e eu não tinha o celular comigo.
Levantei-me, apesar de sentir um pouco de dor, e continuei a andar, devagar no começo. Ao voltar-me a Deus, imediatamente dei-me conta da verdade, como se Ele estivesse falando comigo: “Você precisa de alguma coisa a mais, além do apoio que lhe dou? Estou sempre com você, dando tudo o que você precisa”. Esse fato espiritual foi como uma luz brilhante que penetrou a escuridão que estava me envolvendo. Voltei para casa sem dor, sem nenhum inchaço no tornozelo.
Quando minha mãe faleceu, dois dias depois, senti o apoio do terno amor de nosso divino Pai-Mãe. Naquele fim de semana, minha escola de dança deu duas apresentações importantes, e eu pude supervisioná-las muito bem, sentindo a orientação e a graça de Deus.
Minha família e eu mantivemos os planos de nos reunir no Natal, conforme havíamos planejado. Separar os pertences pessoais de mamãe e preparar seu apartamento para a venda foi trabalhoso e uma experiência de muita comoção, mas me senti grata pela harmonia entre os quatro irmãos e minha cunhada. Todos nos sentimos amados e mutuamente apoiados. Os pertences foram divididos harmoniosamente e todos ajudaram a encontrar quem se interessasse em ficar com os itens restantes.
No entanto, após o final de semana e nas semanas seguintes, voltei a sentir um avassalador senso de escuridão, difícil de superar, que lançava uma névoa por cima de tudo. Mas um artigo dos arquivos do JSH-Online.com intitulado “Exatamente quando … nesse mesmo instante” de autoria de Paul Stark Seeley (O Arauto da Ciência Cristã, setembro de 1976) me ajudou a ver com mais nitidez que a identidade de todos, inclusive a de minha mãe e a minha, é totalmente espiritual, e não tem história material.
O artigo afirma: “A mentira número um do mal é a de que ele é uma causa criadora, e que criou você e a mim pelos processos de ascendência material, para sermos mortais. … A Ciência Cristã, porém, ensina-nos a responder-lhe: ‘Exatamente quando você afirma ter sido a causa de minha existência, você mente, porque, nesse mesmo instante, Deus, o Espírito, a Mente, era meu único e exclusivo Pai-Mãe, a fonte eternamente contínua de tudo quanto eu sou. Além disso, exatamente quando você afirma que eu estava sendo formado materialmente, nesse mesmo instante eu existia como a manifestação individual eterna e espiritual da única Mente causadora’ ”.
Quando terminei de ler, eu estava completamente curada do pesar com o qual vinha lutando. Foi como se eu tivesse ido adiante e deixado a dor para trás. Consegui pensar em minha mãe sem tristeza ou saudade, e essa liberdade tem sido permanente. Além disso, toda a tristeza pelo fato de minha filha ter chegado à idade de sair de casa e seguir seu próprio caminho também foi curada. Essa fora uma perspectiva que me havia assombrado ao longo da vida dela, sempre que ela atingia marcos importantes em seu crescimento. Em vez da sensação de perda, tive a clara percepção de sua identidade espiritual permanente e isenta de idade, como filha de Deus.
Kristen Graham
Louisville, Kentucky, EUA
