Uma característica de minha cidade é a multiplicidade de bares e restaurantes com espaços ao ar livre, ao longo das ruas ou nas esquinas, nos quais as pessoas podem se sentar e desfrutar de uma bebida e um petisco. Assim que nos sentamos, os vendedores ambulantes nos abordam pedindo nossa atenção e oferecendo uma ampla variedade de mercadorias. É uma continuidade interminável. Alguns chegam a vir mais de uma vez, mesmo depois de dizer-lhes que não estamos interessados em seus produtos.
Na primeira vez em que fui aos Estados Unidos, há alguns anos, percebi que muitos estabelecimentos tinham na entrada uma placa dizendo: “Proibida a atividade de vendedores ambulantes”. Meus amigos me explicaram o motivo daquela placa. Ah, como eu queria poder ver um cartaz desses na minha cidade! Na falta dele, sou obrigado a ficar dizendo não às abordagens indesejadas, não importa quantas vezes eles me ofereçam o mesmo produto ou o quão insistentes sejam.
Esse tipo de placa ou cartaz seria muito útil não somente nos bares e restaurantes ao ar livre, na cidade de Kinshasa, mas em um lugar que todos frequentamos e que fica bem mais perto: a internet. É difícil viver sem internet. Mas, como sabemos, ela tem seus próprios vendedores ambulantes: os incessantes pop-ups, ou mensagens não solicitadas, incitando-nos a olhar algo, um novo jogo, uma oferta, uma imagem ou qualquer outro produto. E muitos desses vendedores não são assim tão inocentes.
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