Quase todos aqueles que têm computador certamente já viram esta instrução, pelo menos uma vez, ao baixar e instalar atualizações: “Não desligue o computador”. Essas atualizações garantem proteção contra vírus, corrigem possíveis falhas de segurança no software e melhoram o funcionamento dos aplicativos. Podem ser baixadas em qualquer lugar do mundo, onde haja conexão com a internet.
A última vez que eu li essa mensagem na tela, ocorreu-me que eu poderia estabelecer uma relação entre ela e minha crescente compreensão acerca de Deus e de minha natureza como Sua semelhança espiritual. Fiquei fascinado com a ideia de que, por meio da oração, eu poderia perceber minha conexão com Deus em qualquer lugar, e obter “atualizações” na forma de progresso espiritual, cura, orientação divina e proteção. Embora orasse com essa ideia por vários dias, eu não sentia uma inspiração verdadeira. Contudo, tinha certeza de que a mensagem do computador estava me encaminhando ao progresso espiritual, então decidi continuar ponderando sobre isso.
Minha busca foi recompensada, quando estabeleci uma diferença importante: o computador e seu sistema operacional eram coisas materiais, enquanto a verdade de que eu e todos somos a imagem e semelhança de Deus era algo espiritual.
Reconheci que não precisamos realmente de “atualizações” porque, por sermos ideias de Deus, a existência de nossa perfeição divina não tem começo nem fim. O primeiro relato bíblico da criação diz: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” (Gênesis 1:31). Em Eclesiastes lemos: “Sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe pode acrescentar e nada lhe tirar...” (3:14). Então pensei: “Se não precisamos de atualizações, de que precisamos?” Percebi que precisamos de uma compreensão mais clara de que nossa completude em Deus é inviolável e permanente.
Também comecei a compreender que o erro, isto é, o conceito equivocado de que Deus não seja Tudo, não possui nenhum poder temporário que precise ser eliminado. O erro é simplesmente o que a própria palavra diz: um equívoco, o nada. Mary Baker Eddy escreve no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “O erro é a contradição da Verdade. O erro é uma crença sem compreensão. O erro é irreal porque é inverídico. É aquilo que parece ser, mas não é” (p. 472). E em outro trecho ela diz: “Além do mais, a Verdade é real, e o erro é irreal” (p. 466). Embora pelos cinco sentidos materiais pareça que o erro é real, não podemos nos deixar enganar. Somente a Verdade é verdadeira e, por ser um dos sinônimos de Deus, preenche todo o espaço; portanto, somente a Verdade existe. O erro nunca existiu, pois Deus fez tudo o que está feito e tudo é bom. A Verdade destrói nossa crença no erro. Ficou claro para mim que eu não precisava de atualizações periódicas para expressar a Verdade divina.
Quando Jesus curava, ele via o homem verdadeiro, espiritual, onde outros enxergavam apenas a aparência física. Ele não colocava uma imagem sobre a outra, a espiritual sobre a material, nem pintava o erro com a cor da Verdade. Via somente a Verdade e a existência da ideia espiritual de Deus, o homem. Ele não precisava transformar algo material em algo espiritual. Não existiam em sua consciência percepções erradas a respeito do homem.
A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “A relação entre Deus e o homem, o Princípio divino e a ideia divina, é indestrutível na Ciência; e a Ciência não conhece nenhum desvio da harmonia nem retorno à harmonia, mas sustenta que a ordem divina, ou seja, a lei espiritual, na qual Deus e tudo o que Ele cria são perfeitos e eternos, permanece inalterada em sua história eterna” (pp. 470–471). Deus é Tudo em tudo e está sempre presente. Por isso, não importa onde estejamos nem em que situação nos encontremos, nós estamos sempre conectados com Deus, porque somos Seu reflexo, Sua reflexão, a eterna expressão de Sua onipotência divina. A proteção de Deus, que envolve tudo e todos, não está sujeita a falhas de segurança nem a ataques cibernéticos.
Pouco tempo depois dessas ponderações, senti o benefício desse reconhecimento mais amplo da Verdade divina. Eu estava esquiando nas montanhas com meus filhos, quando um deles sofreu uma grave queda. Imediatamente, voltei meu pensamento para Deus, afirmando que não pode haver acidentes em Deus e, portanto, não pode haver ferimentos nem consequências negativas. Ouvi atentamente os pensamentos espirituais que poderiam ajudar naquela situação. Afirmei que Deus, a Verdade divina, põe a descoberto, dissolve e destrói o erro, que não passa de uma crença sem nenhum poder.
De repente, ocorreu-me que eu deveria não apenas pensar na Verdade e no nada que o erro representa, eu precisaria também dar o passo final, e reconhecer que isso significa que a Verdade tem toda a força e todo o poder. Tinha de confiar totalmente na Verdade para destruir a crença no erro. Não se tratava de mera teoria. Era a fé e a compreensão de que Deus está sempre presente e é todo-poderoso. Eu fiquei muito calmo e confiante de que a Verdade possui e exerce todo o poder para destruir a crença errônea de lesão. Pude acalmar meu filho e continuamos esquiando com muita alegria, naquele dia. Alguns dias depois, todos os sinais do acidente haviam desaparecido.
Foi muito inspirador pensar mais sobre minha conexão com Deus e a diferença entre a Verdade e o erro. Minha busca pela Verdade e a decisão de não desistir me levaram a novas percepções e a uma melhor compreensão da verdadeira e eterna natureza de Deus. Essa busca não consistiu em uma batalha intelectual, mas sim em tentar ouvir a revelação divina.
Estamos eternamente conectados com Deus, a Mente divina. E sempre podemos nos voltar para Deus em oração e buscar orientação. Sou grato por essa compreensão mais ampla e pelos benefícios práticos de cura que dela resultaram.
