Muitas pessoas relatam que sentiram arder o coração, quando conheceram a Ciência Cristã. Contam como ganharam um novo senso do amor e da bondade de Deus; como se aperceberam de que o Cristo é uma influência prática, divina e universalmente disponível. As palavras de um hino muito amado, falando da graça, descrevem a essência desse sentimento: “Quão preciosa surgiu a graça / Quando pela primeira vez acreditei!” (John Newton, Christian Science Hymnal: Hinos 430–603 [Hinário da Ciência Cristã: Hinos 430–603], n.º 438).
É esse compromisso e essa profunda devoção que nos impelem a reverenciar a Deus e servir à comunidade pela participação, sempre que possível, nos cultos dominicais e nas reuniões de testemunhos às quartas-feiras.
Em anos recentes, devido à pandemia de Covid-19, quando as reuniões presenciais foram proibidas em quase todo o mundo, muitos eventos, inclusive cultos religiosos, passaram a ser realizados on-line ou por outros recursos remotos. Cristãos de várias denominações se uniram aos cultos da própria igreja transmitidos à distância, e ficaram gratos pela oportunidade de continuar em contato. Muitos Cientistas Cristãos relatam que sentiram um senso mais universal de Igreja e perceberam a amplidão de seu alcance; houve mais interesse e participação, até por parte de quem nunca havia assistido a um culto antes.
No entanto, quando as restrições começaram a ser suspensas e as atividades no mundo passaram gradualmente a ser retomadas, aos poucos ficou óbvio que algumas pessoas relutavam em voltar presencialmente à igreja; algumas até resistiam a essa ideia. Muitos continuaram assistindo aos cultos remotamente ou até pararam de assistir. Um domingo, fui à minha igreja filial, que sempre fora vibrante e cheia, mas nesse dia havia poucas pessoas e percebi que essa apatia não era cristã nem era natural, e precisava ser tratada com a oração — e tinha de começar por mim.
Vários relatos bíblicos mostram Jesus na sinagoga ou no templo — ensinando, lendo, pregando e curando. Apesar de ter um ministério de cura ativo e ocupado, Jesus não deixava de frequentar as reuniões religiosas de sua época. Em um encontro de Páscoa com seus 12 discípulos, ele disse: “…no meio de vós, eu sou como quem serve” (Lucas 22:27). Jesus não apenas servia, ele também estava presente. E o autor de Hebreus ordena: “Não deixemos de congregar-nos…” (10:25).
Em uma mensagem para a igreja que fundou — A Primeira Igreja de Cristo, Cientista — Mary Baker Eddy fez um alerta contra a apatia, ao falar sobre a necessidade humana de mais espiritualidade. Ela escreveu: “Muitos dos que deveriam se manter despertos e despertar o mundo estão dormindo” (Message to The Mother Church for 1902 [Mensagem À Igreja Mãe para 1902], p. 17). É importante obedecer a esse alerta que continua tão relevante hoje. Esse chamado urgente inclui o apoio ativo às atividades da igreja. A presença na igreja denota a disposição de estar em nosso posto, servindo no cargo que for necessário.
Frequentar a igreja, no entanto, é mais do que um dever. É uma oportunidade e um privilégio que deve ser nutrido e apoiado, como uma forma de demonstrar nosso amor a Deus e pela Ciência Cristã. Frequentar a igreja é uma dádiva dupla. Em primeiro lugar, é um presente para a comunidade, é uma presença visível e de fácil acesso para quem quer aprender as verdades ensinadas pela Ciência Cristã. Em segundo lugar, nossa frequência à igreja é um presente para nós mesmos, porque, ao nos congregarmos, estabelecemos um vínculo e um senso de propósito, o qual fortalece e eleva. A cura dos enfermos e dos pecadores atesta a eficácia da Ciência Cristã. As experiências de pessoas comuns, compartilhadas nas reuniões de testemunhos, abençoam a nós e ao próximo.
Na definição de Igreja, em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, a Sra. Eddy diz que a igreja “dá provas de sua utilidade” (p. 583). Isso não se restringe ao que acontece nos cultos, mas é parte integrante da igreja como um todo. Por isso, quando vem o pensamento de não ir ao culto ou à reunião da igreja porque queremos fazer outras coisas, ou não vamos porque é mais fácil participar remotamente, devemos saber que essa relutância ou letargia não é, na verdade, nosso pensamento. Temos a capacidade, dada por Deus, de resistir e reivindicar nossa liberdade de fazer o que é certo para nós e para a comunidade. A autoridade de Deus apoia toda atividade correta. No momento em que tomamos a decisão de ir à igreja, sentimos que a resistência começa a ceder.
Certamente, há momentos em que não podemos estar na igreja, e poder assistir remotamente é uma bênção, no entanto, não devemos ficar indiferentes à igreja. Precisamos nos manter despertos para despertar os outros. A Sra. Eddy nos lembra que Deus requer que tenhamos “…devoção fervorosa e consagração absoluta à maior e mais sagrada de todas as causas”. E acrescenta: “O que fareis a esse respeito? Tereis igual zelo em favor da verdade? Estais dispostos a tirar vossas luvas de pelica e passar a agir como verdadeiros e consagrados guerreiros? Estais dispostos a entregar-vos inteira e irrevogavelmente à grandiosa obra de estabelecer a verdade, o Evangelho e a Ciência que são necessários para que o mundo seja salvo do erro, do pecado, da doença e da morte? Respondei de imediato e com ações, e respondei corretamente!” (Escritos Diversos 1883–1896, p. 177).
A resposta, assim como quando cremos pela primeira vez, deve ser um “Sim!” do fundo do coração. E ir à igreja regularmente é uma maneira básica de continuarmos a expressar nossa consagração e devoção.
Moji George
Redatora-Adjunta
